Carlos Wagner
11/06/2015
Juncado, insólito, enxerto
possível, meu eu,
pérfido doloso ídolo solitário,
Ár de árido, dormente,
testas tensas, santas outrora taças cheias,
Agora de amargas
seivas,
vastas taças, urdidas,
mordeduras implacáveis,
as todas paixões que a
mim soterraram,
mesmo antes de sabê-las,
insensíveis e inapeláveis,
novamente repetidas vezes,
e bebendo goles a
seco, seguros memoriais registros,
vidas e mortes num
todo, num tudo querer ser,
volúpias narcóticas,
indecentes, decadentes,
decendentes de minha
carne,
Quero todas,
embriagadas visões de Virgílio.
Me acorde Beatriz!,
atriz dos sonhos de Dante,
Porque quero-as todas,
intactas, como um Saulo-Paulo cego,
Quero-as de forma compulsiva
e contraditório,
Bem e mal, seres da
noite,
malvadas fadas danadas,
domadas e,
O risco é grande de
mil caminhos encruzilhados a escolher,
Dar a volta longa no
tempo, de trinas dimensões, enganado, usurpado,
Nada perdendo dessas derrotas
rotas, retortas em brasa,
Numa busca frenética de
todo o meu ser mobilizado,
Paralisado e amassado
pelo peso abafado de meu coração miserável,
Cujo único desejo é
ser Maria, a Imaculada noiva do Espírito
Cujo filho é um avatar
sem forma e sem nome,
podendo mergulhar
dentro do meu pedinte mendigo-eu sou,
para fora de meu “eu-não-poder-ser”
aquele que protagoniza a vitória possível,
nem se orgulha,
mas mergulha no aqui vale
imenso de dor.
Oceano atrai-me gota.
E me perco vasto!
Carlos Wagner
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