quinta-feira, outubro 15, 2009

Correspondência emailaica

DIGRESSÕES POST-MORTEM
Wellington Kallil

Dulcíssimo irmão em Leo(meu ascendente), sentado -à direita do Sol Pai Todo Poderoso- sentado. Humilde e fraterno amigo, às vezes é necessário rugir de tanta dor, para a lapidação ; fico pensando se é isso mesmo, ou se é o ranger que nos detém até que só nos reste a fuga na claridade animal dos dentes, devotos e pobres servos do mundo.Somos todos uns pobres diabos, mesmo os gênios. A ironia utilizo-a sempre não como um truque, mas como alguém que estivesse dentro de mim e me fosse dizendo “não te iludas” (Saramago). Barack Hussein Obama é branco de olhos azuis, não foi por acaso que uma nação de maioria alburna de olhos azuis deu a ele esmagadora maioria de votos, corroborando a minha tese, e não será novidade nenhuma para mim quando o assassinarem, como fizeram com Lincoln e Kennedy, só que, dessa vez, será um presidenticídio por inveja, por interpretar tão bem o papel de um negro presidente- Acautelai-vos, porém, daqueles que vos vêm à vós sob pele de cordeiro, mas por dentro são lobos vorazes (Yoshua Hamashia).
Meu irmão em Leo, mal tenho lido, escrito ou saído, sou um operário, escravo da manutenção minha e de outros, só sei que após recente e estranha experiência de “Quase Morte”, conforme jargão científico, eu retornei ao mundo jurando pra mim mesmo nunca mais ler ou escrever, abandonei a faculdade desde então, e me sinto completamente feliz por isso, pois não me interessa ouvir blá-blá-blá e ainda por cima pagar. O curioso é que, agora mesmo, logo que chequei ao computador, fui atraído para visitar alguns blogues e deparei com o seu cheio de belas poesias e uma interessante provocação do Prof. Darcy Ribeiro: “O Brasil é ótimo, o que falta é gente para contar isso”, daí eu pequei a coisa no ar, pois há dias, após minha “ressurreição”, venho pensando exatamente nesse fato, que coisa meu, pecarei contra o juramento solene de nunca mais ler ou escrever, ainda mais porque descobri o quanto desconheço a altaneira língua luso-brasileira ou a pura e abrasiva língua brasileira, não consigo entender o que as pessoas falam nem sei falar a tão comum língua pátria, sou um analfabeto confesso, agora estou virando ilha, pois não aprendi outro idioma a fim de me comunicar em caso de emergência (maktub).
Estou perdido no jardim das delícias da crônica do dia-a-dia, envolvido pelas sirenes afinadas que perfuram os tímpanos. Só me resta o consolo das relíquias literárias e sonoras de Waldick Soriano, Amado Batista, Chitãozinho e Xororó e Victor e Leo, são eles que me amparam em minha alma fragmentada e pária, quanto à insônia consensual, me é acompanhada sempre com alguns golos de água mineral e as boas cordas do virtuosíssimo Tião Carrero ( não tem pra Van Halen, nem Jimmi Hendrix, quem é Eric Claptom ), além da genialidade poética e musical do goiano Odair José, melhor que a corjada de Liverpool e essa esquizofrenia mineira de Clube não-sei-de-que, parece que Minas não é outra senão essa macacada branquela, classe medieval, que andou copiando os gringos a fim de nos fuder , andaram roubando a verdadeira Minas poética e universal da gente, rotulando a gente de esquineiros e todos aceitando, pedindo benção, ajoelhando pra esses caras babacas e medíocres, melhores imitadores do que talentosos, bom mesmo é Fabrício Carpinejar que não tem pose de branco, melhor ainda é Zeca Pagodinho que nos ensinou o abençoado direito da INFIDELIDADE (v. propaganda da Brahma), arrebentou, e quando foi interpelado, refilou que era livre para fazer o que quisesse, mandando um recado muito bem mandado para os capitães-do-mato e coronéis de plantão. Além disso, é bom lembrar que existe o Rap para nos alforriar, por aí andam MV Bill, Marcelo D2 e os geniais, insuperáveis Racionais, nunca se viu coisa igual, uma iguaria da moderna música da Terra, nada melhor do que o Funk para celebrar conosco a autêntica fala brasileira, que as escolas estão roubando de nós e nossos filhos, esse florão e a sua ciência, in hoc signo vinces (com este sinal vencerás)
Que Alá fique contigo e te conclamo a fantasiar com as cem mil virgens no Paraíso, a despeito da Jirad, como filhos obedientes da descendência moura, marcada pelo hálito amoroso de Muhammad, que nos misturou ao indômito sangue escravizado desde o santo porto de Luanda aos sagrados terreiros do Brasil,onde se cumpriu a mais airosa epifania que se refilhou por toda a humanidade, finalmente, que diante de ti dispam-se os sete véus e faça-se a dança do ventre.
Um grande abraço e muita Paz, Assalam Alaikum Wa Rahmatullahi Wa Barakatuh (que a paz, misericórdia e as bênçãos de Deus estejam contigo), Shalom, Pax Tecum, Anauê e Saravá misinfi.
Ah, já ia me esquecendo: obrigado pelas belas poesias que andas produzindo, destaque para “o que tem que quebre”, o verde na garrafa quase azul-piscina da ilustração ficou da hora, joga pro alto. É isso aí.
Sinceramente, Muhammad wellington kalil

Um comentário:

Coutinho Sagrada e campos disse...

Ao brother da hora...
Viva Kallil

Todos novos em Capetinga

Todos novos em Capetinga
Olha aí o pessoal lá de antes...

O lobo da estepe - Hermann Hesse

  • O lobo da estepe define minha personalidade de buscador

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