Sintoma de Vida
Carlos Wagner
Assim sigo, assintomático,
tudo parece normal,
tudo parece assim tão mornamente sem ranhuras,
normalmente sem bravuras, canduras.
Figuras de linhagem antiga, fantasmas de vivências da memória dos tempos,
circulam, se apresentam,
linguagem específica,
lirismo de "olhai os lírios" do asfalto.
Esses sim, se cuidam e se preocupam,
têm medo do futuro, furo de diques,
passagem tão temida, arrebentação de barreiras.
Assintomático de minhas dores e mazelas,
Sigo forjando, entendendo sintomas, hematomas, feridas,
tudo mentira de mim para mins outros, confusa identidade.
Me acho perdidamente identificado com discursos dúbios,
descuidos, ranhuras e ranhetices,
chatices de conversas moles,
que como água, batem, batem até que abrem furo no flanco duro.
Mina sangue, escorre do leito de mim a dupla essência, bem e mal,
“Stress” de Paulo, desgraçado homem que se achava.
Esse minar possibilita renovação, porque faz enxergar o que se é.
Assintomático nada normal,
Sintoma de que a vida, milagre do ser, conduz com sabedoria o processo.
pró-acessos a aos portais do "homem, conhece-te a ti mesmo".
Me entrego, mergulho nesse oceano de grandeza, perplexo simplesmente.
Vejo fluir por minhas veias, passado, presente e futuro, forjado em meditação.
Carlos Wagner
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