terça-feira, junho 21, 2016
PIPOCAR....
Pipocar...
Carlos Wagner
Tudo pipoca poema
põe teu ser
hemácias e glóbulos,
teu sangue alma de ti,
põe no caldeiro e mistura,
tira, da tinta escrita,
a dor que te cala,
rabisca tuas lágrimas e
mastiga engasgos,
e cospe o amargo sentido perplexo de teus nexos desejos,
arpejos atônitos
torturas noturnas
alvoradas de alívio
com o sol já no alto, assuntado, estado a pino,
poema pipoca salgada
tudo salga,
e o poema pipoca
ou termina em sapecas risadas
ou mastigo com medo os restos duros de milho,
piruás, resilientes, empedernidos,
mas mastigados assim
mesmo!
Ai, dentes velhos, aguentem firmes na luta do duro pingar da água nesta pedra viva da vida, furada a insistências!
rima acima de tudo os muros,
os puros, escuros furos,
de balas de açúcar nos dentes,
que me doem a dor e o sorriso banguelo.
E o poema pipoca poesia!
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