Espera
Carlos Wagner
A espera rara árdua...
Arde na retina, retidas vezes,
repetindo insolências, indolências, antes,
entes desfigurados
nas figuras desenhadas no assoalho da casa em
pó.
Ia indo inda que lento, lenta a mente, quase viva,
a escutar movimentos e sons das cores de tudo o
que é forma,
tudo que informa intenções, algumas ao acaso.
Prezo os prazos mormente com aparente indicação
de contradição,
contra indignação, apontada com dedos tortos
de mãos mais tortas ainda,
indicando tortos perfis de gente duvidosa, de duvidosos critérios,
e ouço o impregnado som de imprecações, pois
árdua e rara é a espera.
Ardentes beijos da impaciência do tempo,
passando com pressa,
cessando os fios inertes de energia que falta...pra tudo.
Para tudo!
A espera é árdua,
pois são já muitos rodeios e pirulitagens, vida
afora,
adentrando anos a fio, curtos pavios de vidas
de Sísifos, pedra rolante,
vagabundas vivências ricas de tudo o que não
tem valor nem preço,
peço e despeço-me de minhas obrigações triviais
de vida burguesa,
paupérrimas economias de valores éticos e
morais,
beirados por quase condutas...duvidosas, sem
conteúdo original.
Árdua espera,
esfera de vida cambiante em que, adiante, sigo
sempre, para, ao fim,
e olhar no espelho, o inconsciente revelado,
fotografias de minhas rotas otárias,
seguidas mesmices de uma direção em círculo... vicioso...até quando?
Oh árdua espera!
Carlos Wagner
Carlos Wagner
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