terça-feira, abril 15, 2014

Espera

Espera
Carlos Wagner
A espera rara árdua...
Arde na retina, retidas vezes,
repetindo insolências, indolências, antes, entes desfigurados
nas figuras desenhadas no assoalho da casa em pó.

Ia indo inda que lento, lenta a mente, quase viva,
a escutar movimentos e sons das cores de tudo o que é forma,
tudo que informa intenções, algumas ao acaso.

Prezo os prazos mormente com aparente indicação de contradição,
contra indignação, apontada com dedos tortos de mãos mais tortas ainda,
indicando tortos perfis de gente duvidosa, de duvidosos critérios,
e ouço o impregnado som de imprecações, pois árdua e rara é a espera.

Ardentes beijos da impaciência do tempo, passando com pressa,
cessando os fios inertes de energia que falta...pra tudo.
Para tudo!

A espera é árdua,
pois são já muitos rodeios e pirulitagens, vida afora,
adentrando anos a fio, curtos pavios de vidas de Sísifos, pedra rolante,
vagabundas vivências ricas de tudo o que não tem valor nem preço,
peço e despeço-me de minhas obrigações triviais de vida burguesa,
paupérrimas economias de valores éticos e morais,
beirados por quase condutas...duvidosas, sem conteúdo original.

Árdua espera,
esfera de vida cambiante em que, adiante, sigo sempre, para, ao fim,
e olhar no espelho, o inconsciente revelado,
fotografias de minhas rotas otárias,
seguidas mesmices de uma direção em círculo... vicioso...até quando?

Oh árdua espera!
Carlos Wagner

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