Mínimo mim
Carlos Wagner
Nunca pensei, bem sei, eis que vi,
senti, não falei: "farei diferente".
Pensei,
eu sei, segui quimeras,
arde a lembrança...
Santas são tantas as açodadas ações, ordinárias e profanas,
fantasias crédulas que me entusiasmaram,
mesmo que cismado.
Por isso, dúvidas...
E só por vício, se fez virtuoso o ócio desejado,
eixo de mim, central nervosa de impulsos de minha velha alma sem pulso forte,
objeto-sujeita de influências do in-conhecimento,
sub-cônscio daquilo que permanece por trás de todas as minhas ações, credo, encruzilhadas, ilhadas noções a meu respeito,
aberto em flor de Baudelaire, hermético sentido disso tudo que só eu quase sei..."quer saber?",
nunca pensei aqui ordinariamente,
como linear processo,
e, possessão, agia em mim uma ordem:
“ser livre”, inclusive de mim,
Ó mistério insondável.
Indeléveis registros de memória.
Nunca pensei assim consciente.
Nunca previ, preveni, matutei teias urdidas, não, nunca imaginei,
só senti: a ordem, a inclinação, a urgência...
ciente da liberdade que, bem sei,
aguarda com asas abertas, tudo e todos.
Nunca pensei, ou... sempre bem sei, e é assim,
quando não penso em mim,
quando o silêncio invade o mim mínimo...
isso eu sei!
Carlos Wagner
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