Versos do Bhagavad-gita
47. Tens o direito de executar teu dever prescrito, mas não podes exigir os frutos da ação. Jamais te consideres a causa dos resultados de tuas atividades, e jamais te apegues ao não-cumprimento do teu dever.
48. Desempenha teu dever com equilíbrio, ó Arjuna, abandonando todo o apego a sucesso ou fracasso. Essa equanimidade chama-se yoga.
49. Ó Dhanañjaya, através do serviço devocional, mantém todas as atividades abomináveis bem distantes, e com esta consciência, rende-te ao Senhor. Aqueles que querem gozar o fruto de seu trabalho são mesquinhos.
50. Um homem ocupado em serviço devocional livra-se tanto das boas quanto das más ações, mesmo nesta vida. Portanto, empenha-te na yoga, que é a arte de todo o trabalho.
51. Ocupando-se nesse serviço devocional ao Senhor, grandes sábios ou devotos livram-se dos resultados do trabalho no mundo material. Desse modo, eles transcendem ao ciclo de nascimentos e mortes e passam a viver além de todas as misérias.
52. Quando tua inteligência tiver cruzado a densa floresta da ilusão, tornar-te-ás indiferente a tudo o que se ouviu e a tudo o que se há de ouvir.
53. Quando tua mente deixar de perturbar-se pela linguagem florida dos Vedas, e quando se fixar no transe da auto-realização, então terás atingido a consciência divina.
2 comentários:
Este mundo é uma prisão, mas não percebemos isso, por nossa condição de falta de percepção de nossa grandeza absoluta. A felicidade existe, porém, aqui, é relativa, uma mera auxência de sofrimento...temporário... Ainda que tenhamos todas as facilidades, o sofrimento existe pela ação do tempo que tudo transforma e a tudo coloca um fim, para satisfazer a todos. Embora sejamos eternos e sermos a própria consciência que testemunha os fatos, pela natureza das coisas somos comparados a um graveto num oceano que é levado pela correnteza. Neste sentido o que nos resta é assumirmos nossa momentânea posição insignificante, e trabalhar com humildade. Direito a viver, a agir, à liberdade, nunca nos serão negados, contudo somos obrigados a aceitar os resultados de nossa independência e de nossos desejos. Na prática precisamos aceitar a existência da Pessoa Suprema, a sua superioridade, que longe de ser um déspota, absolutamente, nunca nos trata como marionetes, embora seja a causa indireta de nossa atual penúria.
Amigo ou amiga (anônimo/a),
obrigado pelo comentário. Seja sempre bem-vindo/a.
Somente discordo da expressão "pessoa suprema" por entender que a divindade não é pessoa, apesar de os que se integram a ela são pessoas transcendentes. Assim o desejamos.
Em Deus há liberdade, apesar de que ela venha com superior responsabilidade.
Carlos Wagner
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