sábado, agosto 14, 2010

Ar


O ar ficou vivo, movimentando-se em todas as direções,
O ar, ah! O ar vive, vejo agora, cheio de figuras as mais diversas,
O ar me vive por inteiro, o ar penetra a terra toda, desliza através de mim.
O ar guarda os mistérios, ele está elétrico, cheio de mensagens,
Ondas que vejo vindo e indo, múltiplas direções,
O ar está quente, mesmo aqui tão frio é o tempo,
Pode chover, molhar minha horta, emperrar minha porta,
Encontrar minha esperança quase morta,
O ar pode explodir, nele podemos respirar sensações,
Ódio, amor, simpatia, aversão.
O ar possui minhas memórias, nossas histórias, nossas muitas decepções,
Mundo afora, tempos idos, tempos novos, eras inteiras.
O ar seleciona fotografias, imagens de gentes, de guerras, de mortos que falam,
Andam por aí a nos atiçar as narinas para cópulas possíveis.
Mediúnicas luxúrias, poesias, cores em pinturas, sons em músicas,
O ar areja os ares, suspensas suposições, artimanhas, medos e preconceitos,
O ar articula os apocalípticos senhores do destino,
rearma os anjos do bem, o campo de batalha prefigura o armagedon,
atmos, feras, abrigos do ser-se e do desfazer-se.
O ar, está possuído de pólos em transe, daqui pra lá, de lá pra acolá e lás outros.
Estou sem ar, estou no ar, estou sem harmoniosas canções,
vestidas de esperanças.
Estou no ar das atmosferas estranhas.
Vislumbro, ao longe, um perto ponto de crise.
O ar traz as respostas no vento, ventre de uma senhora aquariana.
Salvem-nos os índigos, os cristais, os diamantes e a verdadeira Prata-ânimus.
O ar vai chover. Tem que ser assim. Eu vou enxugar minhas vestes, a festa será logo em seguida.
Carlos Wagner

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