Wá e Fio,
Fui convidado a ler e palpitar nessa troca de opiniões sobre rádio, mídia e jornalismo, a partir do que cada um de vocês escreveu sobre a Rádio Itatiaia, especificamente. Não vou tratar de nenhuma das opiniões dos dois em separado, vou acrescentar somente a minha sobre o assunto, que é de meu interesse por vários motivos, em especial porque eu sou viciado em rádio, desde pequeno, além de ter me formado em Comunicação Social e feito pós-graduação nessa área (Jornalismo e Práticas Contemporâneas, no Uni-BH). Em outras palavras, esse assunto me interessa muito; o assunto “comunicação de massas” me é muito caro. E, para aumentar a vontade de dar palpite na conversa dos outros, eu gosto muito, mas muito mesmo do danado do futebol, tema a respeito do qual vocês dois discorreram em suas postagens. Vamos lá.
Sobre a Rádio Itatiaia, minha opinião é de que ela é uma das maiores emissoras de rádio do Brasil, grande e bem capacitada o suficiente para ter tido condições de enviar equipe própria a todas as copas do mundo e jogos olímpicos realizados de um longo tempo pra cá. Seu corpo jornalístico e a capacidade de cobertura são comparáveis aos das maiores emissoras de rádio brasileiras. Ela vai a todo lugar em que forem o Galo e o Cruzeiro, por exemplo. Nesse sentido, é imbatível, não tem concorrente por aqui. Mas uma coisa muito ruim, na minha opinião, acontece em Belo Horizonte e em Minas, por causa dessa grandiosidade da Itatiaia: ela está praticamente sozinha no mercado mineiro, em especial no esportivo, e por isto se dá o direito de fazer as coisas como bem entende. E pior, na minha visão, atuando de forma que passou a ser, de alguma maneira, considerada “a forma de se fazer rádio esportivo” para o público mineiro em geral.
Vejamos lá: quem definiu que uma emissora de rádio deveria ter um narrador para cada um dos dois grandes clubes da capital? O que significa a narração de um jogo sob a ótica do profissional de rádio que torce pelo time que está jogando? Seria a descrição do jogo e das possibilidades de vitória de uma ou de outra equipe corretas em relação à verdade do fato narrado? Eu não acho que seja assim, porque quando eu narro o jogo do meu time de coração eu tendo a falar bem do que ele possivelmente faça, além de eu querer propagandear os feitos do clube como forma de aumentar o número de seus torcedores, como eu sou. Pra mim, essa história de grupos de cobertura e transmissão separados para Atlético (o Roberto Abras e o Willy Gonzer –na verdade, torcedor do Grêmio, que foi trazido para Belo Horizonte para substituir o Vilibaldo Alves, que na época foi para a então recém-inaugurada Rádio Capital, aproveitando-se a Itatiaia, inclusive, da semelhança dos nomes dos dois narradores) e Cruzeiro (o Alberto Rodrigues e o Artur Morais), é uma forma viciada de se trabalhar a notícia, que no final das contas é o trabalho da rádio. Já vi inúmeras vezes, tanto da parte de um lado quanto de outro, as mais descabidas opiniões sobre jogos, jogadores, dirigentes, juízes e mais coisas relacionadas ao futebol, tudo dito por interesse em defender ou divulgar o que seja relacionado ao Cruzeiro ou ao Atlético, como se esses profissionais fossem meros torcedores, eles que são os responsáveis pela coleta de dados, redação, edição e emissão da notícia. Dessa maneira, o fato narrado por eles muitas vezes ganha aspectos e mesmo dados que não fazem parte da realidade do que está sendo noticiado. Isto gera o que eu acho que é o pior dessa relação de paixão, amor e interesse clubístico por parte dos jornalistas, que é a subserviência da notícia e da opinião a seus gostos e interesses pessoais, ou aos interesses dos clubes e/ou de quem os dirige, ao invés desses profissionais ofertarem ao público informações e orientações imparciais.
Pois bem, como poderia o Artur Morais ou o Alberto Rodrigues criticar algum comportamento do Zezé Perrella, por exemplo, se ambos torcem para o Cruzeiro e declaram esse amor pelo clube diariamente, na medida em que fomentam e apóiam quase cegamente o que quer que venha da Toca da Raposa como ação? Acho que é de conhecimento geral a relação política entre o Zezé e o Alberto, tanto que num jogo de há muitos anos, quando o Cruzeiro jogava com o Santos no Mineirão, e no 1º tempo já perdia por 4 x 0 (acho que o jogo terminou assim mesmo, ou 4 x 1, não me lembro) o Alberto disse qualquer coisa como “ó Zezé, se você acha que vai ganhar a próxima eleição com esse time fraco do Cruzeiro você está enganado –as palavras, logicamente, não foram essas, estou me dando o direito de dizer como as entendi na ocasião, e como as guardei). E por falar em eleições, quem elegeu o Alberto Rodrigues por mais de uma vez, se não a torcida do Cruzeiro e as últimas boas campanhas do clube? É uma avenida de mão-dupla, essa cordial relação entre os dois, entendem?
Do outro lado vemos o Willy Gonzer SEMPRE defendendo o Atlético e suas diretorias, a despeito de tudo o que elas vêm fazendo comprovadamente de mal-feito nos últimos anos. Ao lado dele o sempre presente aos treinos e jogos do Galo, Roberto Abras, que, além de ser declaradamente atleticano, e SÓ falar bem do Atlético, de seus jogadores, de seus diretores, é o patrono da nova Sala de Imprensa da Cidade do Galo.
Aí eu pergunto: que jeito, que liberdade, que condição têm esses senhores de trazer ao público ouvinte da Rádio Itatiaia uma opinião isenta sobre qualquer fato que seja dos dois clubes? Existe uma clara relação de interesses por parte de quem cobre o Galo e o Cruzeiro, (até pecuniária, talvez, sei lá, quem sabe? É mesmo? ??????) ou, pelo menos, uma relação política ou de mera paixão clubística. Mas viciada, de qualquer forma. Uma relação como essa não pode gerar notícia imparcial, limpa, ainda que compêndios de comunicação social descrevam que essa imparcialidade no trabalho do jornalista não é possível existir, em função dos interesses do dono do jornal, da rádio, da TV, da revista, que definem a pauta de cada um desses órgãos midiáticos. Mas este é outro assunto pra uma longuíssima discussão. Para mim, a partir do que disse acima, a Rádio Itatiaia, no que se refere especificamente ao futebol, não é imparcial, e, por isto, presta um desserviço à população de Minas Gerais. E aos clubes, também.
Outro exemplo do que estou dizendo. Certa vez, ouvindo o Oswaldo Faria responder a torcedores que reclamaram com repórteres da Itatiaia sobre as más condições da parte externa do Mineirão, relatando problemas de sujeira e de pouca segurança, escutei dele, chefe do jornalismo esportivo daquela emissora e comentarista, a afirmação, com firmeza, de que o que era reclamado não era verdade. Falou, também, do empenho da diretoria da ADEMG na conservação e cuidados com o Mineirão, que não teria os problemas relatados. Só que ele se esqueceu de dizer que ele, Oswaldo Faria, fazia parte da Assessoria de Imprensa da ADEMG. Ora, que condição teria esse jornalista de exercer plenamente sua função de informar seu público ouvinte, que lhe encaminhou uma reclamação pertinente (porque nessa época o Mineirão estava, realmente, “jogado às traças”) se ele tinha interesses pessoais que batiam de frente com seu dever de informar? Isso é ter rabo preso, ele não podia fazer o que seria correto no caso, que seria denunciar os problemas a quem de direito. E por aí vai.
Em 1999, o Alexandre Kalil, junto com o Bebeto de Freitas, resolveu que o Galo deixaria de jogar no Mineirão, porque as despesas que o clube tinha no estádio inviabilizavam a manutenção de seus jogos naquele local. Eles providenciaram o acréscimo de arquibancadas no Independência, onde o Atlético teria toda a renda dos ingressos e, em especial, o montante da venda do espaço das placas de publicidade que ficam em torno do campo (à época falou-se que o clube teria uma renda de R$ 90.000,00 por jogo, enquanto que, no Mineirão, as placas eram de uma empresa, que pouco ou quase nada repassava aos clubes que jogavam naquele estádio). O que se viu e se seguiu a essa tentativa de gestão diferenciada do Atlético foi que praticamente toda a imprensa de Belo Horizonte se postou contra o projeto, que tinha uma claríssima indicação de que estava corretamente planejado, e que poderia ter dado certo para o clube. Tanto se falou, tanto se criticou nas rádios, TV e nos jornais daqui que a FMF e/ou a CBF entraram no meio da discussão, e uma ordem judicial forçou o Galo a mandar seus jogos de novo no Mineirão, com prejuízo financeiro para o clube e político para o Kalil e demais diretores que partilhavam da idéia com ele. Daí para o Atlético ficar anos sem ganhar qualquer título e chegar a cair para a Série B do Brasileiro não foi mero acaso, na minha opinião. Aquele projeto era muito importante e uma grande novidade para o mundo viciado do futebol brasileiro.
Ora, mas por que todo esse comportamento contrário à decisão do Galo de jogar no ex-Campo do Sete? Por que isto teria acontecido? Na minha visão, por um motivo muito simples: é só procurar saber quantos e quais eram os críticos jornalistas esportivos que estavam vinculados, de alguma forma, ao caixa da ADEMG, uma empresa pública, cujos cargos são geridos, indicados e mantidos por força de política, como em qualquer empresa desse setor. Que “empregados” da gestora do Mineirão teriam interesse que um clube que leva tantos torcedores ao estádio, como o Galo, deixasse de freqüentar o local de onde retiram parte de seu sustento? A folha de pagamentos da ADEMG é uma aberração, seu chamado quadro-móvel é tão inchado que há poucos meses o presidente do Galo, Alexandre Kalil, admitiu que aceitaria uma parceria do Atlético com o Cruzeiro na gestão do Mineirão, desde que os dois clubes recebessem o estádio sem o quadro de funcionários da ADEMG (pelo menos no que se refere ao quadro-móvel, que atua nos dias dos jogos), o que prova que ficar livre desse peso, e encontrar outra forma de obter recursos para gerir o clube (o dinheiro das placas de publicidade, por exemplo) teria sido uma opção correta e viável para o Atlético em 1999. A “imprensa esportiva” de BH não deixou que isto acontecesse.
O Fio descreve muito bem, e com clareza, a questão do lucro a que os meios de comunicação teriam direito por serem um empreendimento comercial viável, como qualquer outro. Fala, também, da existência de “caixa 2” em toda empresa, e de que, sem ele, nenhuma delas conseguiria funcionar. Bom, acho que, de alguma forma, essa questão é discutível, mas não tocarei nesse assunto agora (talvez nunca, porque o assunto é muito vasto). Mas, em questão de empresa jornalística, a questão da ÉTICA (e aqui coloco a palavra com letra maiúscula, devido à importância que eu acho que ela tem nesse contexto), não pode ser simplesmente reduzida a questões de “caixa 2” ou de uso ou não de merchandising. Porque o negócio de rádio, jornal, TV, revista ou site jornalístico é a notícia, a descrição e divulgação do fato real acontecido. Não pode haver um fato a ser noticiado de forma não integral, ainda que se admita o que se chama de “frame”, isto é, o que se escolhe para se escrever a respeito (uma moldura da realidade noticiada). Mas esse emolduramento do que se vai noticiar não pode deixar de abarcar a realidade por mero interesse político-econômico do jornalista (caso Mineirão-Oswaldo Faria) ou, como em geral acontece, do dono do veículo. Só vou citar um fato conhecidíssimo para exemplificar o que estou descrevendo: a edição e manipulação da fala do Lula no debate com o Collor de Melo, divulgado no Jornal Nacional do sábado, véspera das eleições de 1989, que decretou a vitória desse último, por interesse da direção da TV Globo, conforme foi publicamente confirmado pelo próprio Roberto Marinho anos depois. A Globo travestiu a verdade, mentiu por interesse próprio, alterou a descrição da realidade. Foi parcial. Agiu sem ÉTICA. Ela pode ter “caixa 2”, mas não pode ter um “caixa 2” de notícias que divulga ou não, conforme seus interesses particulares.
Pra finalizar, acho que em Belo Horizonte estamos “perdidos” em termos da qualidade da cobertura jornalística esportiva no rádio. A Itatiaia, pra mim, é cheia desses defeitos que descrevi, sofre dessa doença da parcialidade e de uma certa venalidade (é o que aparenta ser, pra mim, essa relação de narradores e repórteres com a política, o comércio e outras coisas -sem que eu tenha provas disto, que fique bem claro), apesar de ter todas as condições de prestar um excelente serviço informativo, como de resto presta muito bem fora do futebol. Ela não tem como ser batida pelas outras emissoras em termos de disponibilidade de tempo e de quantidade de informações que divulga. Mas, ainda falando da cobertura esportiva, eu duvido um pouco tanto da qualidade do que é por ela divulgado quanto, em grande monta, da qualidade de como o serviço dela é feito. Por exemplo, eu acho horrível, acho que é um fazer mal-feito o fato de que todo mundo GRITA nos microfones na Itatiaia, que muitos repórteres e comentaristas de lá usam mal a língua portuguesa, que alguns chavões utilizados por eles esbanjam preconceitos, que fazem brincadeiras por vezes grosseiras, entre outras coisas. Mas, e as outras rádios daqui? Penso que elas fazem o que fazem de maneira pior do que a Itatiaia por questões de falta de dinheiro, mesmo. No caso específico da Globo-CBN, que surgiu como novidade no mercado de BH, acho que ela já chegou meio viciada por esse maniqueísmo atléticano-cruzeirense que aqui existe, e não conseguiu, de todo, mudar a estrutura “itatiaiana” de narrar e cobrir futebol que tínhamos. Eu acho isso uma pena, um pecado, uma sacanagem, uma pobreza dessa cidade que já deu tantos escritores de ponta ao Brasil, mas que é mesquinha culturalmente, infelizmente, por causa de nossos políticos e administradores públicos. São mesquinhos, pensam em BH como se fosse uma cidade de 10.000 habitantes. Taí um assunto pra mais 35 blogs de discussão!
Voltemos ao assunto Globo-CBN. Aquele narrador de lá, o Pequitito, que era da Rádio Inconfidência, ficou tão chato quanto o hoje meio-decrépito e confuso narrador pseudo-atleticano, Willy Gonzer (quem vê os jogos pela TV ouvindo o rádio vê claramente como ele tem errado o nome de jogadores do Galo, que ele deveria conhecer até de olho fechado), ou o insuportável, porque não é narrador de futebol, mas narrador-torcedor-fanático-e-chato-do-Cruzeiro (eu admito torcedor não-chato do Cruzeiro, do Flamengo, do Paris Saint Germain, do Galatassarai- chato, nem do Galo), o tal do Alberto Rodrigues (teve um clássico em que ele narrava o 2º tempo do jogo, numa época em que o Galo ainda conseguia fazer gol no Cruzeiro, em que ele narrou o gol do Atlético assim: “gol, gol, gol, gol gol, Cru...Atlético...”- acho que ele queria tanto o gol do time dele que começou a narrar o gol do time errado), ou o cada-dia-mais-injuado (pra lembrar da Vó Cota) Mário Henrique, o preferido do Fio, que começou bem, era tranqüilo pra narrar, não era tão exagerado tanto na descrição do jogo como nessa coisa irritante de ficar dizendo a todo momento, de uma forma ou de outra, que o gol vai sair, que acredita que agora vai, que o mundo vai mudar com a próxima jogada (e “bica eles, Galo”, “bica eles, bicudo”), como muito chatamente faz também o Pequitito da Globo-CBN (na questão do exagero do “vai que eu acredito”, ou coisa assim).
Eu sempre me pergunto: por que diabos os caras da Itatiaia acham que têm que ficar berrando no ouvido do povo? Rádio é companheiro das pessoas, o amigo que está com a gente na calada da noite, no recanto do lar (gostaram do termo?). O rádio tem que sussurrar no ouvido da gente, contar com clareza, calma e em bom tom, o que está acontecendo. Os narradores de futebol de Minas, todos os que conheço, acham que o ouvido de quem os escuta é PINICO. O meu, não.
Dentre o que é possível se ouvir no rádio de BH em termos de esporte, acho que o Milton Naves, da Itatiaia, é, se não o melhor, o mais suportável de todos. Ele torce pelos times de Minas de que narra o jogo (o que seria até aceitável, porque é o que se faz Brasil afora), mas ele parece não ter a obrigação de torcer e puxar a brasa pra sardinha do Cruzeiro ou do Atlético, porque, por mais que tenha um clube de coração, e deve ter um, ele não declarou qual é, e, parece, não vive e ganha a vida porque, como o Alberto Rodrigues, torce pro Cruzeiro e é amigo do Zezé Perrella. Mas acho que o Milton Naves ainda exagera no grito de gol, assim como o faz o vovô Gonzer, que berra e reberra o tal “...do Gaaaaaaaaaaaalo”. Parece vocalista de heavy-metal. Argh!
Pra mim, talvez o melhor narrador de futebol do rádio atual que eu conheço é um cara da Globo-CBN de São Paulo. Infelizmente não sei o nome dele. Nas poucas vezes em que ele transmitiu algum jogo do Galo contra clube de SP vi que: 1- ele não berra no ouvido da gente; 2- ele não fica tentando bater recorde de tempo no grito de gol, 3- ele grita gol na mesma quantidade de tempo e na mesma intensidade para os dois times, e 4- ele não repete, a cada ataque do time do lugar, que ele acredita que agora vai. Todos não deveriam ser assim?
O problema é que BH está acostumada com os “berradores” da Itatiaia, e o Brasil com o “berrador-mor”, Galvão Bueno. Mudar essa tradição “berrativa” é muito difícil. Gostaria que todos os jogos da TV fossem narrados pelo Milton Leite, e/ou Jota Jr., do Sportv, ou pelo Kleber Machado, da Globo. Há outros bons narradores na TV e no rádio, certamente, razão pela qual eu sonho com um mundo melhor, sem Alberto Rodrigues e Galvão Bueno. Eu não gosto de nenhum narrador-torcedor, ainda que porventura essa torcida fosse pelo meu time. Eles deveriam narrar somente. Quanto a torcer, deixa comigo. Era assim que tinha que ser.
Pediram minha opinião. Aí está. Tem mais um tanto de coisas pra falar e contar, mas se fosse fazer isto agora teria que escrever um livro.
Abraços a todos, desse seu amigo-irmão, viciado em futebol e em rádio, viúva muito chorosa da extinta Geraes FM, o que de melhor se fez em termos de rádio em Belo Horizonte, depois da Rádio Cultura dos anos 1970. Em questão de rádio e jornalismo BH, nossa cidade, é realmente uma grande fazenda iluminada.
Zé.
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