Rádio, tv, radialistas e Merchand...
Eu tô ficando louco
Hoje me deu uma vontade de falar um pouco de um assunto que enche a paciência de quem ouve rádio, curte ouvir programas inteligentes, gosta de ouvir e pensar a respeito das coisas veiculadas pelas emissoras.
É muito chato perceber que tem muito "palanque", entenda-se microfone e câmeras de TV, sendo ocupado por pessoas autoritárias, opinativas e falantes de conteúdos rasos, sem qualidade. Gente que, infelizmente forma opinião, discute temas como se estivesse em uma mesa de boteco, falando e dizendo as coisas sem nenhuma preocupação com qualidade de conteúdo, veracidade das afirmações, falando e falando e falando...
Eu gosto de ouvir notícias de futebol. Sei lá, sou brasileiro e dou as minhas opiniões sobre isso ou aquilo, sobre um jogo, sobre um torneio, campeonato. Mas eu falo por mim, minha fala não tem o peso de uma fala de alguém que está numa tribuna, seja de uma rádio, seja de um congresso, seja de algum veículo público, autorizado constitucionalmente, através de uma concessão pública, a funcionar como um veículo de informação, de cultura, de opinião pública, com todos as responsabilidades que a isto está ligado.
Vejamos então, somente um exemplo, que parece ser bobo e sem importância (parece, eu disse...!).
Programas de esporte, futebol, pra ser mais preciso. Todo torcedor tem uma ligação com o futebol que é de paixão, ou de alguma forma, de um certo prazer pelo lúdico, pelo entretenimento que o futebol proporciona. Mas, é claro, aí se dá um envolvimento, uma crença, uma ligação que, em muitos dos casos, gera uma associação de pessoas, filhos, amigos, associações, torcidas. Pessoas acabam se envolvendo profissionalmente, toda uma corrente de coisas acaba dependendo das notícias de esporte. Então, uma coisa lúdica, que parece ser meio sem importancia, leva qualquer um "joâo", profissional das comunicações a poder se arvorar em falar e falar e falar sobre aquilo, mexer com o sentimento e a crença de muitos milhares de pessoas.
Aqui em Belo Horizonte, a Rádio Itatiáia é lider de audiência, pelo menos ela propaga isto. Mas, com certeza, ela tem uma consideravel hoste de ouvintes totalmente confiantes em tudo que ela fala e veicula.
Quem ouve a Itatiáia nos programas de esporte sabe que sempre vai ouvir os radialistas gritarem, falarem em tom sempre esganiçado como se o programa fosse sempre um programa de auditório. Parece que para ouvir e entender as notícias, o ouvinte tem que ser despertado com esta fala gritada, irritantemente gritada. O agora Vereador João Vitor só fala gritando. Acho que ele pensa que o rádio está com o som baixo.
Outra coisa, querer imparcialidade desta emissora é acreditar em Papai Noel. Ela, acho que em tudo, nega a tal história da imparcialidade. Ela funciona na lógica bairrista, "tudo que é nosso" é que é melhor". "Pelo menos vamos torcer para isto".
Nas coberturas dos times e dos jogos dos times de BELO HORIZONTE, não é de Minas não, o que vemos são sempre radialistas torcedores, de Atlético e Cruzeiro, principalmente. Escute os jogos desses times, mesmo com os clubes do interior de Minas, cidades onde as transmissões chegam com certeza, vemos os locutores oficiais fazerem uma transmissão totalmente voltados para que esses dois clubes saiam vitoriosos. Eles vão dizer que não. Mas ninguém é idiota, só os que querem ser iludidos não percebem. Esses locutores parecem mais animadores de auditório. Os radialistas somente criticam seus clubes quando os mesmos estão fazendo uma temporada ridícula, ridícula mesmo!
Alberto Rodrigues cruzeirense roxo, está sempre irradiando mais como quem está torcendo. Willi Gonzer(?), atleticano, também torce e sempre desconhece que os ouvintes da jornada esportiva do momento podem ser torcedores do outro time. É simplesmente irritante!
Aqueles repórteres que fazem a cobertura nos treinos durante a semana estão lá como que porta-vozes do clube. É preciso fazer a massa acreditar que "agora vai". Basta ver que, no caso do Galo (Atlético Mineiro), Roberto Abras(?) tem até uma sala em homenagem com seu nome. Me pergunte se ele vai fazer alguma crítica a questões mais importantes do clube. Ele é até simpático, moderador, sempre educado. Mas não é isto!
Vamos lá então, abrir o leque e dizer como tem gente misturando totalmente suas participações com "merchand", propaganda de tudo, remédio, restaurante, supermercado, prefeitura, blá blá blá...Isto não é so a Itatiáia. Vejamos exemplos como Milton Neves, o ridículo do Vanucci. Eu fico impressionado com a cara de pau deles. Eles ficam mais de dois minutos falando de produtos e, como que de repente, chamam os comerciais. Dá pra entender?!?
Tem um programa na Rádio Alvorada, Belo Horizonte, às 21h, que é até mais informativo e de qualidade. Há uma certa preocupação em ser mais imparcial. Mas eles não conseguem de tudo. São torcedores sim. Tudo bem, isso não é pecado, quem gosta de futebol sempre tem um time do coração. Entretanto, eles são homens de mídia.
Sempre que estou no carro eu escuto o programa deles. Mas dá pra ver que os participantes principais, a toda hora figuram como garotos propaganda. Falam dos empresários ou dos políticos como se eles não recebessem por suas falas, querendo nos fazer crer que são na verdade amigos: é "o Carlinhos", "o Carlyle", "é o Aécinho"! etc, etc.
Será que se algum produto desses que eles propagandeiam não cumprir o que promete, esses profissionais da tevê e do rádio falarão alguma coisa, se desculpando, se um remédio for apontado como proibido, ineficaz, ou mesmo deletério e prejudial? Ou se um restaurante desses que eles sempre falam que são de proprietários amigos que eles sempre encontram e se visitam, de repente fosse acusado de alguma irregularidade, ou por maus tratos a consumidores?
Tudo bem que uma emissora de rádio ou uma Rede de tv faça vendas de produtos. Porém, horário de propaganda não pode ser confundido com notícias e argumentações que se pretendem reportagens factuais, notícias sobre a verdade dos fatos, críticas sobre as causas de problemas que envolvam os clubes, os esportes. Tem muitas coisas nos bastidores dos clubes e dos espetáculos que precisam ser reveladas e que, no entanto, não são tocadas ou são completamente envolvidas com interesses comerciais. A grande Rádio dos Mineiros vende de tudo: remédio para os rins, hemorróidas, água purificada, etc.
Eu estou cada vez mais migrando para as emissoras que tratam o ouvinte ou o espectador como alguém inteligente, alguém que pensa e que merece ser tratado como gente adulta.
Pronto gente, chutei o balde.
Tem alguém aí que que dar sua opinião?
Wá
Eu tô ficando louco
Hoje me deu uma vontade de falar um pouco de um assunto que enche a paciência de quem ouve rádio, curte ouvir programas inteligentes, gosta de ouvir e pensar a respeito das coisas veiculadas pelas emissoras.
É muito chato perceber que tem muito "palanque", entenda-se microfone e câmeras de TV, sendo ocupado por pessoas autoritárias, opinativas e falantes de conteúdos rasos, sem qualidade. Gente que, infelizmente forma opinião, discute temas como se estivesse em uma mesa de boteco, falando e dizendo as coisas sem nenhuma preocupação com qualidade de conteúdo, veracidade das afirmações, falando e falando e falando...
Eu gosto de ouvir notícias de futebol. Sei lá, sou brasileiro e dou as minhas opiniões sobre isso ou aquilo, sobre um jogo, sobre um torneio, campeonato. Mas eu falo por mim, minha fala não tem o peso de uma fala de alguém que está numa tribuna, seja de uma rádio, seja de um congresso, seja de algum veículo público, autorizado constitucionalmente, através de uma concessão pública, a funcionar como um veículo de informação, de cultura, de opinião pública, com todos as responsabilidades que a isto está ligado.
Vejamos então, somente um exemplo, que parece ser bobo e sem importância (parece, eu disse...!).
Programas de esporte, futebol, pra ser mais preciso. Todo torcedor tem uma ligação com o futebol que é de paixão, ou de alguma forma, de um certo prazer pelo lúdico, pelo entretenimento que o futebol proporciona. Mas, é claro, aí se dá um envolvimento, uma crença, uma ligação que, em muitos dos casos, gera uma associação de pessoas, filhos, amigos, associações, torcidas. Pessoas acabam se envolvendo profissionalmente, toda uma corrente de coisas acaba dependendo das notícias de esporte. Então, uma coisa lúdica, que parece ser meio sem importancia, leva qualquer um "joâo", profissional das comunicações a poder se arvorar em falar e falar e falar sobre aquilo, mexer com o sentimento e a crença de muitos milhares de pessoas.
Aqui em Belo Horizonte, a Rádio Itatiáia é lider de audiência, pelo menos ela propaga isto. Mas, com certeza, ela tem uma consideravel hoste de ouvintes totalmente confiantes em tudo que ela fala e veicula.
Quem ouve a Itatiáia nos programas de esporte sabe que sempre vai ouvir os radialistas gritarem, falarem em tom sempre esganiçado como se o programa fosse sempre um programa de auditório. Parece que para ouvir e entender as notícias, o ouvinte tem que ser despertado com esta fala gritada, irritantemente gritada. O agora Vereador João Vitor só fala gritando. Acho que ele pensa que o rádio está com o som baixo.
Outra coisa, querer imparcialidade desta emissora é acreditar em Papai Noel. Ela, acho que em tudo, nega a tal história da imparcialidade. Ela funciona na lógica bairrista, "tudo que é nosso" é que é melhor". "Pelo menos vamos torcer para isto".
Nas coberturas dos times e dos jogos dos times de BELO HORIZONTE, não é de Minas não, o que vemos são sempre radialistas torcedores, de Atlético e Cruzeiro, principalmente. Escute os jogos desses times, mesmo com os clubes do interior de Minas, cidades onde as transmissões chegam com certeza, vemos os locutores oficiais fazerem uma transmissão totalmente voltados para que esses dois clubes saiam vitoriosos. Eles vão dizer que não. Mas ninguém é idiota, só os que querem ser iludidos não percebem. Esses locutores parecem mais animadores de auditório. Os radialistas somente criticam seus clubes quando os mesmos estão fazendo uma temporada ridícula, ridícula mesmo!
Alberto Rodrigues cruzeirense roxo, está sempre irradiando mais como quem está torcendo. Willi Gonzer(?), atleticano, também torce e sempre desconhece que os ouvintes da jornada esportiva do momento podem ser torcedores do outro time. É simplesmente irritante!
Aqueles repórteres que fazem a cobertura nos treinos durante a semana estão lá como que porta-vozes do clube. É preciso fazer a massa acreditar que "agora vai". Basta ver que, no caso do Galo (Atlético Mineiro), Roberto Abras(?) tem até uma sala em homenagem com seu nome. Me pergunte se ele vai fazer alguma crítica a questões mais importantes do clube. Ele é até simpático, moderador, sempre educado. Mas não é isto!
Vamos lá então, abrir o leque e dizer como tem gente misturando totalmente suas participações com "merchand", propaganda de tudo, remédio, restaurante, supermercado, prefeitura, blá blá blá...Isto não é so a Itatiáia. Vejamos exemplos como Milton Neves, o ridículo do Vanucci. Eu fico impressionado com a cara de pau deles. Eles ficam mais de dois minutos falando de produtos e, como que de repente, chamam os comerciais. Dá pra entender?!?
Tem um programa na Rádio Alvorada, Belo Horizonte, às 21h, que é até mais informativo e de qualidade. Há uma certa preocupação em ser mais imparcial. Mas eles não conseguem de tudo. São torcedores sim. Tudo bem, isso não é pecado, quem gosta de futebol sempre tem um time do coração. Entretanto, eles são homens de mídia.
Sempre que estou no carro eu escuto o programa deles. Mas dá pra ver que os participantes principais, a toda hora figuram como garotos propaganda. Falam dos empresários ou dos políticos como se eles não recebessem por suas falas, querendo nos fazer crer que são na verdade amigos: é "o Carlinhos", "o Carlyle", "é o Aécinho"! etc, etc.
Será que se algum produto desses que eles propagandeiam não cumprir o que promete, esses profissionais da tevê e do rádio falarão alguma coisa, se desculpando, se um remédio for apontado como proibido, ineficaz, ou mesmo deletério e prejudial? Ou se um restaurante desses que eles sempre falam que são de proprietários amigos que eles sempre encontram e se visitam, de repente fosse acusado de alguma irregularidade, ou por maus tratos a consumidores?
Tudo bem que uma emissora de rádio ou uma Rede de tv faça vendas de produtos. Porém, horário de propaganda não pode ser confundido com notícias e argumentações que se pretendem reportagens factuais, notícias sobre a verdade dos fatos, críticas sobre as causas de problemas que envolvam os clubes, os esportes. Tem muitas coisas nos bastidores dos clubes e dos espetáculos que precisam ser reveladas e que, no entanto, não são tocadas ou são completamente envolvidas com interesses comerciais. A grande Rádio dos Mineiros vende de tudo: remédio para os rins, hemorróidas, água purificada, etc.
Eu estou cada vez mais migrando para as emissoras que tratam o ouvinte ou o espectador como alguém inteligente, alguém que pensa e que merece ser tratado como gente adulta.
Pronto gente, chutei o balde.
Tem alguém aí que que dar sua opinião?
Wá
5 comentários:
Querido Wá
Algumas angústias a gente carrega solitário para o resto da vida...Sinceramente, ouço a Itatiaia todos os dias, adoro a narração do Willy Gonzer e do Alberto Rodrigues. Gosto ainda mais do Mário Henrique, o CAIXA, acho ele um excelente narrador de futebol. Vibro com cada lance na narração dele. Ouço e leio as análise do Domingos Sávio Baião. A questão comercial ligada à radio me passa ao largo, ao longe.
Você conhece alguma rádio que narra, comenta e análisa futebol melhor que a Itatiaia? Diga-me, talvez eu precise me atualizar.
Abraços
Fio
Fiote,
meu velho e bom camarada, irmão e amigo,
trago uma longa resposta ao seu comentário. Te garanto que sem peso e braveza.
Não acho que é questão de gostar dessa ou daquela emissora. Aí caimos no torcer, como acontece de fazermos para times de futebol, partidos e conjuntos musicais. E aí, uns gostam da Itatiáia, outros da Inconfidência. Aliás adorava ouvir os comentários do Jairo Anatólio Lima. É claro que gosto de ouvir o vile Gonzer gritar gol...do Galo, é claro.
Todas, em se tratando de futebol, torcem para seus estados.
Mas, você me pergunta e eu respondo: prefiro mil vezes ouvir jogos pela CBN, mesmo sabendo que, pelo sistema Globo, muitas coisas da política são contrárias ao meu interesse.
Gosto muito de rádio, isso é vício, eu acho. Puxei do meu pai e do meu avô.
Porém, prefiro ouvir rádio falado em ton normal, sem grito, sem aquela chata idéia de que tudo deve ser animado como em um auditório, ou numa igreja evangélica. Me refiro a momentos de reportagens, entrevistas, e locuções do dia-a-dia. É claro que o narrador de uma partida de futebol fala mais entusiasticamente, fala animado. Também na CBN, em alguns casos, e não em todos. Isso é assim mesmo. É até divertido, cada locutor tem sua característica, inventa nomes, apelidos. É bacana!
No entanto, ouvir entrevistas, reportagens na CBN, é ouvir pessoas falando em um ton de voz que mais parece uma conversa. Há mesas redondas, pessoas de orientaçãoe opostas conversando e divergindo. Isso é muito legal. Todo jornalista deveria aprender a se colocar neutro e imparcial diante de discussões para as quais ele convidou alguém para falar. Para mim, jornalista, de verdade, tem uma importância tão grande quanto um político. Ele deve ser sério no que faz, sincero e ser um incansável investigador da verdade dos fatos. Ele influencia sim!
Com relação a comerciais misturados nas coisas de jornalista, e quando falo de Itatiáia, falo de um sistema padrão, não só do esporte. Esta é uma emissora populista, fala sempre visando uma audiência cativa. Seus reporteres, pelo menos até pouco tempo, eram radialistas do tipo Sérgio Ferrara, Kafunga, Oswaldo Faria, Zé Lino. São típicos animadores de auditório. Verdade para eles é igual à embalagem de um sabonete. Importante é vender. Eles fazem média com o povão. Mas, estão sempre está do lado dos políticos graudos do estado, da Polícia Militar, dos governantes de plantão. O sonho de consumo deles é uma boquinha no legislativo, ser vereador, deputado e por aí vai. Dá pra acreditar em politico-radialista, cujos projetos na camara são, em muitos dos casos, "Instituir o Dia do Atleticano, ou do Cruzeirense".
O esquema financeiro da Itatiáia é que todo radialista é obrigado a buscar patrocinador para si mesmo. Até o Tião das Rendas agora fala em Nome de não sei o quê. Isso pra mim é piada. Eles falam em nome de TUDO, Uni-hosp, Supermercado OPA, Mercadão das Tintas. É muito engrassado agor, ver o João Vitor Xavier fazendo propaganda da Educação da PBH. Nem parece que não foi a Itatiáia uma das vozes mais contundentes contra a Escola Plural da SMED PBH, como se não fossem eles os principais responsáveis pelas dificuldades que nós, professores da Rede Municipal, tivemos em provar que o ensino da PBH era tão bom e responsável, ou até melhor do que o ensino da Rede Estadual.
Ouvi dizer que, na época em que o Atlético escolheu o Independência para seus jogos, e começou a dar certo, os caras da Itatiáia perderam muito dinheiro, pois tinham um monte de contrato com o Mineirão, bares e outras coisas. Eles, na época, fizeram uma grande campanha para atrapalhar os jogos no Independência. Segundo o Zezão, não sei quem da Itatiáia era diretor do Mineirão. Imagina alguém, na cabine da Itatiáia, reclamando de possíveis desrespeitos das autoridades do Mineirão em dias de jogos...Advinha que sucesso vão obter?
Porém, quando o assunto é Esporte, Informação, sinceramente, e isso é minha opinião sim, não tem comparação os programas da CBN e de suas equipes de jornalistas. E o "melhor", sem comerciais no meio da notícia. Há programas com reporteres de todos os estados, opinando, criticando, passando informações. É claro, muitas vezes recheadas de preconceitos, visões fechadas e tudo mais que pode ocorrer quando um ser humano abre a boca. Mas a emissora tem uma política de atuação que busca evitar misturar "merchand" com notícias e opiniões.
Talvez você não associe esporte de massa com ética e política tão imediatamente. Talvez por isso mesmo, tanto faz o que um locutor venda produtos ou idéias ou ideologias. Se vou levar essas angústias comigo, isso não sei. Mas angústias nascem também de posicionamentos éticos e cidadãos. Como entendo esporte como política de cidadania, como política pública, quanto mais isentos forem aqueles que me informam, mais bem cheirosos os sinto.
É isso aí, meu irmão.
Desculpe o e-mail tão longo.
Acho que vou postá-lo como comentário lá no blog.
Abração,
Wá
Wá
Se insisto em fazer réplica sobre o assunto rádio Itatiaia é porque acho que qualquer emissora seja rádio ou televisão vivem de venda de espaços publicitários. Não vejo isso como uma afronta ao público, vejo as emissoras como empresas que buscam faturamento. Igual Coca-cola, CBN, Band News, Souza Cruz, Superbom, etc... o modelo de gestão guarda coerência com proposta de longevidade, ou estratégia de permanência no mercado. Isto envolve política, financiamento de campanhas, etc... Nesta não tem partido mais ético do que os outros. Todos têm caixa dois como todas as empresas (salvo honrosas exceções) têm caixa dois. Os nossos melhores amigos empresários sobrevivem de caixa dois. Todos que eu conheço e que você conhece também sobrevivem de caixa dois. Não acho isso pecado. Acho estratégia de sobrevivência. Digo isto e falo assim, porque não acredito na pureza das emissoras. Umas parecem mais éticas, porque as propagandas estão no intervalo. Que diferença isto faz para o consumidor. A mensagem está no horário nobre que custa milhões e é o horário que todo brasileiro está vendo tv. Vende muito independentemente se inserido dentro ou fora da novela. O que manda muito é o horário e a audiência. Quero dizer que eu não compro nos supermecados OPA, nem tenho convênio com a Unihosp, e por aí vai. Poderia ter também, mas não é o fato de estar dentro do comentário ou fora que me faz comprar. O que me faz comprar é estar na hora que estou ouvindo ou assistindo, e especialmente, se a estratégia publicitária é convincente. Na política isto fica muito claro. os grupos políticos sobrevivem do espaço político conquistado. Quando o PSDB estava no poder, o PT fazia de tudo para impedir o avanço das políticas públicas votadas no congresso. Agora é o inverso. São muitos os exemplos em que quando se mudou de posição se mudou de opinião. Devemos sempre buscar a ética e o avanço da cidadania, mas não me convenço da distinção de empresas de comunicação. Olho todas com olhar crítico. E quando se trata de futebol gosto mesmo é da emoção que ele nos proporciona. Fico enraivecido com o protecionismo com os times paulistas e cariocas, com a força da imprensa do eixo rio-são paulo, mas relevo essa questão, pois se trata de PIB. E aí meu amigo, vai ser muito difícil superarmos a questão econômica regional.
É isto aí! Itatiaia ou CBN, Juca Kfouri ou João Vitor Xavier? Sei lá, entende...Prefiro Minas.
Abraços
Fio
A diferença é total quando eu mudo de estação quando entra a propaganda. É simples, não é?
Falou em nome de UNI hosp, eu viro o "dial". Aliás, já expus o meu ponto de vista quando a história é a ética, pareça ser ou não. Continuo acreditando mais no político que parece que não rouba do que naquele que diz que rouba mas faz. Se isso é ser ingênuo, meu querido, quero continuar a sê-lo, do que aceitar que tudo é sujeira e acatar a imundice como ar inevitável.
Continuo acreditando em Ética nos negócios, no amor, na Política, nas disputas e, por que não dizer, nas empresas. Isso inclui também propagandas e propagandistas...Isso é Ecologia.
Existem dois mercúrios, dois deuses, um do comércio, do vale tudo, mesmo que por política de sobrevivência. E existe o Mercúrio com "M" maiúsculo, que representa a venda no sentido de valores superiores: "Vai, vende tudo o que tens", troca de valores. No mundo dos negócios onde a lei é a da sobrevivência, a "alma" também faz parte dos dotes.
Se tenho que comprar alguma coisa, que seja aberto e eu saiba o que estou adquirindo. Mesmo que seja para manter o meu vício. Fazer engolir gato por lebre faz parte da política do velho mercúrio. Se consigo ou não pereceber quando sou enganado, isso é outra coisa. Nem por isso vou dizer para minha consciência: "vai, não tem pecado nenhum nisso, faz parte..."
Abração fiote...
Carlos Wagner
Wá
Concordo plenamente com o que você disse sobre ética, Mercúrios, sobre imundice, Ecologia, etc...
A questão central que coloco é que a raiz do problema não está em como parece ser, mas em como realmente ela é. Do ponto de vista do consumidor pouco importa se está dentro ou fora por que ele não vai virar o dial na hora da propaganda. Ele vai até curtir os jingles, e gravar eternamente na sua memória. "Não adianta bater eu não deixo você entrar as casas pernambucanas é que vão aquecer o teu lar... OU Shellllll! (Como os mutantes cantavam). O conteúdo da informação que é veiculada é mais importante. Nela é preciso ter o máximo de ética. Apesar de que reafirmo, A CBN, o Juca Kfouri não fala de futebol baiano e mineiro, porque no eixo rio-são paulo ele têm 20 milhões de ouvintes. É muito mais eficaz financeiramente. O Renato Maurício Prado duela com ele o futebol do Rio... dá mais mídia, entende. Quando ouço rádio, não troco de estação na propaganda. Troco de estação se a música ou o comentário não atende às minhas expectativas. Quando falo da estratégia comercial, ou de sobrevivência empresarial, quero dizer que ninguém é isento disso. Dou um exemplo. As convicções passam pelos interesses pessoais. Alguns ditos éticos se ligam a Igreja Católica e fazem política tida como das mais éticas. Em detrimento de serviços públicos estatais de melhor qualidade avançam em convênio com ONGs tidas como mais eficazes. Estão a serviço de Roma (como o seu patrimônio multitrilhionário) e se dizem éticos. Parecem éticos, mas é pura ocupação de espaço político. É mais eficaz ir às missa e ter o apoio da Igreja. É tão ou mais escravizador dos pobres do que os evangélicos e sua bancada milhionária.
Quero dizer que "o que importa é o resultado objetivo para o consumidor, para a sociedade". Na áfrica e no mundo árabe os homens podem ter mais de uma esposa legítima. No mundo ocidental europeizado isto não é moral nem ético. O valor relativo da ética, põe em xeque as opções e opiniões.
Sou pela ética, mas é preciso buscar privilegiar o resultado objetivo da qualidade da informação e avaliar se ela me serve realmente. E neste particular, não conheço nada melhor do que a Itatiaia. Deve existir... algo mais ético, menos populista, mas onde está?
Fio
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