quinta-feira, janeiro 25, 2018

De justiça e injustiça...










Justiça e injustiça, quem decide, o quê, quando, quanto?
Dois pólos, elementos de uma mesma natureza “dialética”, como aprendemos em Heráclito, pré Sócrates, dialética sem fim. Pólos duma mesma moeda.
Dominador/dominado/dominador... Vencedores e vencidos, sempre trocando de papéis... sempre trocando de signos, de posições e vetores de força.


Esse mundo, esse campo de vida selvagem, não é mesmo pra ser um “céu”, nem nunca será! O Bem e o mal são valores de uma balança ininterrupta em movimento de trocas de pesos e contrapesos. A humanidade não pode ser “feliz” aqui, nesse campo de provas do tempo e da temporalidade. A duração e a permanência das coisas são sempre corroídas num incessante agregar e desagregar, corroída a eternidade, corroída a utopia dos movimentos que lutam por permanência, religiosos, políticos, filosóficos. Somos espíritos/almas condenados, como Sisifo da mitologia, a viver a experiência da materialidade, dura feito pedra. Há momentos de "bonança" seguidos de momentos tempestuosos nesse nosso hades, de guerras e lutas e também de paz temporária.
Claro que os homens de bem, num sentido relativo, desejam mudar o mundo e sonham com uma sociedade onde uma “felicidade” possa ser possível, entendendo que podem encontrar um mecanismo de evolução em linha reta, mas, há sempre conflito aqui, há sempre atrito, há sempre vencedores e vencidos, há sempre os “poderosos” e os “fragilizados”, e o sofrimento parece fazer parte contínua desse nosso modo de sermos seres conscientes, animais "racionais" bem irracionais, irascíveis, egoístas e ambiciosos. Nossa racionalidade cabe dentro de uma perspectiva pessoal. Nunca houve paz duradoura entre nós humanos. Sempre guerras e conflitos, e sabemos que precisamos mediar os nossos desejos e apetites para não sairmos pisando uns nos outros, contrários aos nossos interesses diretos.
Mas, é preciso sim que o mundo seja mais "civilizado", mesmo que essa civilidade cause, como apontou Freud, um mal-estar constante ao nosso “animal” bravio interior, déspota, tirânico. Sim, é preciso que haja regramentos e pactos sociais mínimos, acordos entre os seres da civilização humana. Por isso o caminho mais adequado deve ser a tão frágil “democracia”, mesmo que imperfeita. Ela deve ser vista como o acordo civil básico pra que possamos todos ter lugar ao sol.
É preciso que haja regras, não pode deixar de haver um esforço para que sejamos minimamente mais igualitários.
Porém, tudo sempre depende do quanto somos honestos conosco mesmos e entre nós. Quando a honestidade se afasta das consciências, o que resta é o “meu”, o “nosso”, nepotismos, os pesos e medidas desiguais, os casuísmos, a proteção irracional dos nossos interesses, o olho enviesado, torto para o lado, para não enxergarmos os outros e suas carências, semelhantes às nossas, para não ver que as coisas estão esquisitas e desequilibradas.
O nosso "EU", em seu ponto de vista limitado, sempre será egoísta e sempre verá o mundo através de sua própria lente, sua própria tribo, sua própria gente, seus interesses imediatos. A igualdade de direitos, a dor dos outros, a doença dos outros, as necessidades dos outros, precisam ser as também nossas próprias. Buscar olhar o mundo através do olhar do outro assenta bases para sermos mais "felizes", mesmo que seja passageira a nossa alegria. Uma utopia, eu acho!
Sim, é utópico pensar que pode ser diferente a vida humana onde milhões de seres sofrem necessidades e poucos, bem poucos, têm poder e recursos. É utópica a nossa indignação sobre o fato de querer algo contrário, pois como pode haver tranqüilidade entre os povos, entre as pessoas, entre os países, quando não há uma real fraternidade?
Diferentemente, a utopia de uma vida realmente feliz, esse “sonho de adão”, como definiu bem Gilberto Gil na música “Oriente”, e que também faz referência em outra canção, “Raça Humana”, sim, esse pensar Utópico deve fazer parte de um combustível fundamental de COSCIÊNCIA e REFLEXÃO para que possamos abrir espaço em nossas mentes e corações e para que também possamos, um dia, realmente ser chamados de Seres Humanos no sentido de Animais verdadeiramente Racionais!

Carlos Wagner – 24/01/2018


segunda-feira, janeiro 15, 2018

Lembra?

LEMBRA?
Carlos Wagner

Remember is an amber glass,
aberto a lembranças
‘sas pessoas ou as gentes esquecidas
das voltas que a vida dá.
Dá pra saber que memória não é máquina
nada em nós é mecânica morta.
Talvez, alguma vez, vês, se fez passado
versos soltos, saltos no campo das memórias e,
sentias, rias, ias por tanta tarde perdida
danadas lembranças, nuanças de miríades de pedaços
de coisas esquecidas
idas pra longe, onde devem girar, brincar
fincar loucuras de esconde-esconde.
Remember ermos lúgubres restos de ossos,
sós e singulares elementos desfeitos
casos mortos sufocantes, aterrorizantes,
antes não vivêssemos para ver suas essências,
se cientes de seus males e de suas paredes moles.
Mas finda em algum ponto o ciclo;
e então, leve, agora, a memória está vazia,
parece uma manhã fria, sem perspectiva,
onde o que se segue não se percebe,
beira rastros de cenas sem expressão, e,
sem pressão, só silencios!
Remember o âmbar, barcos no cais

Prontos pra partir, novamente, 
pra onde?

Carlos Wagner

quarta-feira, janeiro 10, 2018

Ouvindo CAT STEVENS....

MUITO BOM MESMO, PUXA!

Todos novos em Capetinga

Todos novos em Capetinga
Olha aí o pessoal lá de antes...

O lobo da estepe - Hermann Hesse

  • O lobo da estepe define minha personalidade de buscador

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