sexta-feira, setembro 24, 2010

hare ramos rare raros...

Carlos Wagner
24/09/2010

Hare agora, hare ramos, árvore cheia até as bordas, portas,
pencas de frutos, pencas de fracos impulsos de volitivas escolhas,
querer crescer para além de um mim pessoal.
Doses de amor, frascos, e frescas polpas dessas frutuosas frutas,
fragrâncias, cheiros de nós, górdios.
Lanço mão da espada...chega a hora de golpear,
hora, hare, hare, ora Cristo, Crishna, multiplas consciências, árduas decisões.
Assim deve ser!



segunda-feira, agosto 30, 2010

domingo, agosto 29, 2010

sábado, agosto 14, 2010

Ar


O ar ficou vivo, movimentando-se em todas as direções,
O ar, ah! O ar vive, vejo agora, cheio de figuras as mais diversas,
O ar me vive por inteiro, o ar penetra a terra toda, desliza através de mim.
O ar guarda os mistérios, ele está elétrico, cheio de mensagens,
Ondas que vejo vindo e indo, múltiplas direções,
O ar está quente, mesmo aqui tão frio é o tempo,
Pode chover, molhar minha horta, emperrar minha porta,
Encontrar minha esperança quase morta,
O ar pode explodir, nele podemos respirar sensações,
Ódio, amor, simpatia, aversão.
O ar possui minhas memórias, nossas histórias, nossas muitas decepções,
Mundo afora, tempos idos, tempos novos, eras inteiras.
O ar seleciona fotografias, imagens de gentes, de guerras, de mortos que falam,
Andam por aí a nos atiçar as narinas para cópulas possíveis.
Mediúnicas luxúrias, poesias, cores em pinturas, sons em músicas,
O ar areja os ares, suspensas suposições, artimanhas, medos e preconceitos,
O ar articula os apocalípticos senhores do destino,
rearma os anjos do bem, o campo de batalha prefigura o armagedon,
atmos, feras, abrigos do ser-se e do desfazer-se.
O ar, está possuído de pólos em transe, daqui pra lá, de lá pra acolá e lás outros.
Estou sem ar, estou no ar, estou sem harmoniosas canções,
vestidas de esperanças.
Estou no ar das atmosferas estranhas.
Vislumbro, ao longe, um perto ponto de crise.
O ar traz as respostas no vento, ventre de uma senhora aquariana.
Salvem-nos os índigos, os cristais, os diamantes e a verdadeira Prata-ânimus.
O ar vai chover. Tem que ser assim. Eu vou enxugar minhas vestes, a festa será logo em seguida.
Carlos Wagner

quinta-feira, agosto 12, 2010

Com Texto Livre: Um gosto pela ironia

Com Texto Livre: Um gosto pela ironia: "História é uma velha senhora com um gosto às vezes cruel pela ironia.Por exemplo.O populismo de direita cresce na Europa Central, ou nos a..."

quarta-feira, julho 28, 2010






Capetinga, Lazer Esporte Clube.
Continua uma princesa das terras do sul de Minas. A velha e boa Santo Hilário. Julho de 2010.
Furnas

sexta-feira, julho 16, 2010

http://sejaditaverdade.com/

Sugestão de blog.
Wá até lá. É só um clic.

http://sejaditaverdade.com/

domingo, julho 04, 2010

a Copa não é tudo

A copa não é tudo
Tostão – Gazeta do Povo 04/07/2010

Apesar da importância de uma Copa do Mundo para o futebol, para os jogadores e para as seleções, não é de bom senso definir conceitos e projetar o futuro por causa de um torneio de apenas sete jogos, sendo quatro mata-matas.
Como disse Paulo Calçade [jornalista], a melhor seleção é a que foi melhor neste mês. Se fizerem outra Copa um mês depois, os resultados serão diferentes.
O tempo é sábio. Muitas coisas acontecem no Mundial, que têm grandes destaques, são esquecidas. Outras, que não foram ressaltadas, serão lembradas.
Na avaliação da carreira de um jogador, deveria se dar muito mais importância à média de suas atuações no clube que a atuação em uma Copa do Mundo tão curta. Zico não brilhou intensamente em uma Copa. “Azar da Copa”, já disse Fernando Calazans [jornalista].
A avaliação de uma seleção não pode ser somente pela vitória ou pela derrota. Algumas seleções que perderam, como a Hungria de 1954, a Holanda de 1974 e o Brasil de 1982 continuam sendo lembradas como grandes seleções da história. Obviamente, não é o caso da atual seleção brasileira.
Messi não deixou de ser o melhor do mundo porque a Argentina foi eliminada pela Alemanha, e ele não fez um único gol na Copa.
As virtudes do Brasil, bastante conhecidas antes da Copa, como o excelente contra-ataque, as jogadas aéreas e a grande qualidade do goleiro e dos zagueiros não acabaram por causa de uma eliminação da Copa.
As partidas não são decididas somente pela técnica e pela tática. Tino Marcos, brilhante repórter da tevê Globo, que estava no gramado no jogo do Brasil contra a Holanda, me disse que achou que os jogadores brasileiros estavam mais relaxados que o habitual, antes da par tida. O Brasil sofreu dois gols porque se desconcentrou, por erros técnicos ou porque entrou em campo o imponderável, que não avisa quando ou onde vai acontecer e que não há como evitá-lo? Ou seria tudo isso? Nunca teremos a exata explicação.
A Copa do Mundo se tornou um grande negócio para a Fifa, patrocinadores e investidores. Para o torcedor brasileiro, além da emoção e do prazer de assistir a um Mundial, é uma catarse dos impulsos reprimidos e uma exacerbação de sentimentos ufanistas e nacionalistas. Está certo o Brasil parar por causa de uma disputa esportiva, como se fosse uma luta pela soberania nacional?

terça-feira, junho 22, 2010

Escreveu, não leu...

Senso de texto e contexto: sensação de quase entender.
19/06/2010
Carlos Wagner

Vou escrever, escrever até ficar impresso em sangue nas tábuas de nossas memórias, akashas, pranchetas etéricas de nossas percepções extra sensórias, tudo aquilo que, estranho, não consigo nem entender, mas que deve ser apreendido pelas nossas narinas cérebro-auditivas, para certificar de que essas coisas nos sabem bem, ou mal. E mesmo assim, vamos dizendo, deixando de dizer, sem muita clareza de que tem que ser assim. Vamos vivendo sem muita certeza de que a dúvida nos enfrenta em cada esquina. Acaso ainda não pensamos nisso?

Vou escrever, escrever, verter, ver e ter dúvidas de tudo que tem que ser dito e escutado íntimo na cabeça, reverberando pelas nossas nucas de medos e cerebelos, bulbos e corações.

 Escrever, até ver onde a escrita se perfura na tábua inconsistente de matéria sutil, matéria que não é matéria, mas é algo parecido com anti-matéria, mater de éteres, mãe de matrizes, perfis e biotipos estranhos de um modelo infinito de coisas que, sem dúvida, vão se desfazendo em materialização, no ar, no armário das disciplinas espalhadas sem ordem, conteúdos de indisciplinas escolares, senso comum de escoladas simbologias de espécies não estudads e nada específicas. Vamos lá, vamos escrever, escrever para depois, nem sei, ler isso e aquilo.

Escrever, ler não sei, mas escrever, até alguém dizer que está tudo meio certo, meio e fim errados, "cerrados", "errertos", sei lá, sabe? Porque o certo se escreve por linhas tortuosas, ásperas, a espera de palavras que tocam a nossa dor de ouví-las lidas para nós que, muitas vezes, nem sabemos ler.

Escrever, escrever, excre-ler o que foi excre-tudo dito, dito e tido como falado, fadado, enfadonhos movimentos de pensamentos fixos na perspectiva infinitamente projetada da civilização soberba dos humanos. Tudo fá-los-á posicionarem-se diante das costas largas dessas praias piratas de nossos mares de palavras, encíclopes orgulhosos de nossas decorebas, onde quase nos afogamos enciclopédicos, antes de chegar lá, nadando, nada dando, nada dito, nada tudo solto, outonos pós verão. Será que veremos mesmo? É o começo do fim, o com-fim do fi-rin-fin-fin. Assim, confinados em nossas prisões, enfim, vou escrever, mesmo sabendo que, se escreveu e não leu, o pau virou palco de absurdos. É a vida viva vivida, dádiva da virada. Sim, porque tudo deve ser mudado. Pois do contrário, permanecerá a escrita, o tabu, tambor do tempo histórico, que bate, bate, bate, e marca o tempo e o compasso, ritmo da vida humana.

E o coração explode!
Carlos Wagner
  

quinta-feira, maio 27, 2010


Ser grande
Fernando Pessoa


Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.

Fernando Pessoa

segunda-feira, maio 10, 2010

Solidão, por Chico Buarque

Uma mensagem do Chico Buarque sobre solidão, sugerida pelo Fio.
Muito legal!
clica e vai direto ao endereço.

domingo, abril 25, 2010

Adeus à Anália

Desta vez o coração de amor de Anália não suportou...Todos nós, seus filhos, não só os biológicos, pois ela parecia mãe de todos, sabemos do quanto sua vida foi rica de tudo. Temos, muito claro, que ela foi fundo naquilo que acreditava, a vida plena, amou, chorou, se zangou, se indignou, mas sobretudo, tentou ser alguém melhor. E se alguém cobrar, pode dizer, ela valorizou a vida, dedicou-se em ser fraterna, solidária e simples. Sua semente, plantada em cada um de nós, se madura, deve brotar em frutos do Bem.  Permanecendo a verdade de que colhemos aquilo que plantamos, vem a certeza de que Anália estará entre os bons.
Vai com Deus


Fio disse:
Meus queridos Coutinho Campos.

Hoje foi um dia difícil para todos nós. Os filhos biológicos e os agregados do casal Hermélio e Anália. Qualquer coisa que se escrever a respeito da influência desta família na vida daquele imenso grupo de amigos/irmãos da rua Pitangui e adjacências será infinitamente pequeno. O carinho com que Anália criou seus filhos (todos nós) é de uma grandeza que só se explica pelas emanações de uma era nova. Anália é a representação prática do Aguadeiro do amor jorrado por todo o sempre sobre nós. Está cravado em nossos corações. E por esta liderança que se firmou na nossa memória, pudemos buscar a liberdade, o novo. Pudemos acreditar que apesar daqueles tempos de ditadura militar, havia um sopro imenso de esperança no ar. Pudemos viver intensamente a vida e buscar, buscar, buscar... E pudemos acreditar no amor. Pudemos viver o amor amparado no exemplo de sabedoria e tolerância do Casal Hermélio e Anália.
Hoje que Anália se projetou em outras esferas, sinto com o coração apertado, que aprendemos muito e encontramos o caminho. E o caminho só se encontra na liberdade. Somente com a alma aberta para viver a liberdade se pode realmente experimentá-la.
Anália, a partir do exemplo de liberdade e amor que você nos ofertou, foi possível acreditar que poderíamos empreender um caminho bem diferente do costumeiro em nossa sociedade.
E o que nos resta é expressar nossa gratidão.

Fio





Roberto Dias disse...

Mais uma vez a vida nos prega uma peça e joga novamente por terra todo o conceito que eu tinha sobre a imortalidade,infelizmente.
Dizer o que. Não existem palavras para descrever o que essa PESSOA representou na minha vida. Me resta deixar minha solidariedade a todos.
Abtaços

Roberto Dias disse...

É uma pena que recebamos certas noticias dessa maneira inesperada e fria. Desafio alguém para falar um senão a respeito dessa mulher maravilhosa. O céu vai ficar muito mais rico.
Saudades de todos.

sexta-feira, abril 16, 2010

Giratória conversa convexa se anexa...


Giratórios 
Carlos Wagner


Longo lá longe louco sufoco
bolo no lobo bobo no tolo
bala não cala mala não fala
fia na fila filha não falha
falta navalha farta na farsa
frente no frete flerte no flat
frota na folha fanta na fália
lento momento  relento rebento
esclama desgrama irrompe na rampa
rapina por cima por sina se afina
e mina essa fina abaixa essa crina
corrige que é hora demora sincera 
abafa esse berro encerra essa trama 
no erro do termo do terno e do ferro
do ermo vazio lugar que faz frio
firula enrolada embolado na fala
comendo escrevendo não lendo no lero
não leram não viram ouviram mas riram
saíram contentes com dentes à mostra
trocados em troncos em brancos os broncos
trancados sem trancas sem transas e transes
seus medos medidos mordidos feridos
seus lábios larápios sussurros errantes
seus trânsitos sítios cidades citadas
andaram excitados  gritaram por todos
os sábios os bobos os bofes e os bifes 
brandindo bandeiras suas dores humores
pesando pesares  mostrando penares
suas dores suas cores temores tumores
contaram seu causos beberam seus caldos
afogaram e fungaram dormiram e esqueceram
acordaram no zero selaram suas éguas
partiram mil vezes de novo no lombo  
Apagou o apoquento passou o momento
no longo devir, deviam de vez, ao invés, se lembrar
que longo, lá longe, se é louco outra vez.
Carlos Wagner

quarta-feira, abril 07, 2010

Super macaco...

Vá lá ler nesse endereço, o blog do Pedro.

http://supermacaco.wordpress.com/2010/04/07/classe-media-um-tremendo-mau-cheiro

sábado, abril 03, 2010

Intolerância!

Até onde vai a nossa intolerância religiosa.
Viva a glória dos medíocres!

terça-feira, março 30, 2010

Hora agora



Hora agora
Carlos Wagner


Tarde, noite dos tempos, olhares obtusos,
confusos, parafusos, usos e rodas, fusos a fio,
pavios que curtos, iminência de avançadas horas,
horários e fusos, confusos,
usos em vícios, visgos em tudo,
invertidos ponteiros, apontam que horas? ora bolas...
Laços, nós górdios, sós, nós, cada um, cada dois, cinco, cada mil,
milhas e tempos do tempo.
Nós todos mexidos, mexericos, conversas noturnas,
imagens soturnas de imaginários globais,
proféticos alarmes, projetos de alardes,
fins de tudo, 
do mundo, do fundo, do raso e da razão,
razoáveis argumentos,
fermentos de um bolo, pós-modernos incrementos,
momentos,
mesmos relógios, girando e gritando,
alertando para confusos tempos onde a tampa se abre,
escancara as entranhas, estranhas essências,
emergências, elixires de medo, raiva, dúvida, lutas, desejos contritos,
confusas "querências", demências normais,
abusos de confusos saberes.
Tudo roda, tudo ronda, aqui e ali, um anseio,
e o fuso da bruxa, que fia, desconfio, mexe no tempo,
"kairós", desejos de um tempo fora do tempo,
pois o "kronos" é roda, é vício, de novo,
se vinga de mim, de mentira em mentira,
me tira do sério, risível pranto,
de pronto um momento,
lamento esse muro, lamento esse nó,
aperto no peito,
lamento entre nós,
eu e você e eles todos,
toldados por sombras, 
escondendo o Sol,
nascido mil vezes no alento da vida,
querendo vingar na primavera de uma Rosa Única.


Carlos Wagner

domingo, março 14, 2010

Sobre o pensar...

Pensamentos
Carlos Wagner

Pensamentos,
esculturas da consciência,
imagens vitais poderosas, rosas abertas de perfumes variados, cheiros e formas,
cores e sentidos, aspectos e forças.
Teus alentos para o bem ou para o mal,
bem parecem neutros,
porém, independente de o saber ao certo,
dedico-lhes meus atos mágicos,
me enredam ou me livram,
me impulsionam, sem culpa,
automáticas engranagens.

Acorda, minha consciência...
desperta em mim o juri,
levanta a apreciação precisa.
Avalia com justiça o caminho das forças,
o arregimentar das nuvens.
Vê se chuviscos, temporais ou tempos secos se avizinham!
O caminho, mesmo que inóspito à sua frente,
a travessia do deserto, aponta para a terra dos livres.
"Acautela-te, ó homem forte, pesquisador do real!
Sabei dos perigos de um retorno às "panelas do Egito" - são carnes os alimentos,
são éteres da natureza da morte -
Olhai em frente! Vê a vida do Universo da Vida.
Vê a escada do plano para Adamas,
Vê que a senda dos deuses engendra novas esculturas - Pensamentos Vivos da criação,
Liberdade!
Carlos Wagner

E Gil diz em Tempo Rei, tempo que já está aí...:

"Pensamento!

Mesmo fundamento
Singular do ser humano
De um momento, para o outro
Poderá não mais fundar
Nem gregos, nem baianos..."

sexta-feira, março 12, 2010

Poeta José João Craveirinha


Conheça esse poeta moçambicano, nascido em 1922 e morto em 2003.
O texto em preto foi encontrado em
http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Jos%E9+Craveirinha
Enviado po Hermélio José, my brother

José João Craveirinha nasceu em 28 de Maio 1922 em Maputo.
Iniciou a sua carreira como jornalista no "O Brado Africano", e colaborou/trabalhou com diversos orgãos de informação em Moçambique. Teve um papel importante na vida da Associação Africana a partir dos anos 50.
Grande parte da sua poesia ainda se mantém dispersa na imprensa, não tendo sido incluída nos livros que publicou até à data. Outra parte permanece inédita.
Esteve preso pela Pide, de 1965 a 1969, na celebre Cela 1 com Malangatana e Rui Nogar, entre outros.
Tem muitas obras publicadas, sendo considerado um dos grandes poetas de Africa e da Língua Portuguesa.
Depoimento autobiográfico, Janeiro de 1977: 


"Nasci a primeira vez em 28 de Maio de 1922. Isto num domingo. Chamaram-me Sontinho, diminutivo de Sonto. Pela parte da minha mãe, claro. Por parte do meu pai fiquei José.
Aonde? Na Av. do Zichacha entre o Alto Maé e como quem vai para o Xipamanine. Bairros de quem? Bairros de pobres.
Nasci a segunda vez quando me fizeram descobrir que era mulato. A seguir fui nascendo à medida das circunstancias impostas pelos outros. Quando o meu pai foi de vez, tive outro pai: o seu irmão. E a partir de cada nascimento eu tinha a felicidade de ver um problema a menos e um dilema a mais. Por isso, muito cedo, a terra natal em termos de Pátria e de opção. Quando a minha mãe foi de vez, outra mãe: Moçambique.
A opção por causa do meu pai branco e da minha mãe negra.
Nasci ainda mais uma vez no jornal "O Brado Africano". No mesmo em que também nasceram Rui de Noronha e Noemia de Sousa. Muito desporto marcou-me o corpo e o espírito. Esforço, competição, vitória e derrota, sacrifício até à exaustão. Temperado por tudo isso.
Talvez por causa do meu pai, mais agnóstico do que ateu. Talvez por causa do meu pai, encontrando no Amor a sublimação de tudo. Mesmo da Pátria. Ou antes: principalmente da Pátria. Por causa da minha mãe só resignação.
Uma luta incessante comigo próprio. Autodidacta.
Minha grande aventura: ser pai. Depois eu casado. Mas casado quando quis. E como quis.
Escrever poemas, o meu refúgio, o meu país também. Uma necessidade angustiosa e urgente de ser cidadão desse país, muitas vezes altas horas da noite.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Rabindranath Tagore

"O Gitanja'li" - 28
Coleção Rubáyaát - Traduç~/ao de Guilherme de Almeida, 5ª edição - José Olympio, 1950

Tenazes são os obstáculos, mas dói o meu coração quando tento vencê-los.
A libertação é tudo o que desejo, mas tenho vergonha de esperar por ela.
Tenho certeza de que há em ti um tesouro inestimável, e que és o meu melhor amigo; 
mas não tenho coragem de varrer a quinquilharia de que o meu quarto está cheio. 
O manto que me cobre é o manto de poeira e morte; 
odeio-o, mas abraço-o com amor.
Pesadas são as minhas dívidas, 
enormes as minhas faltas, e a minha vergonha é secreta e grave;
mas quando venho reclamar o meu bem, 
tremo com medo de que seja atendida a minha súplica.

Tagore

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Quantos Haitis

Quantos Haitis?

José Saramago
08/02/2010

No Dia de Todos os Santos de 1755 Lisboa foi Haiti. A terra tremeu quando faltavam poucos minutos para as dez da manhã. As igrejas estavam repletas de fiéis, os sermões e as missas no auge… Depois do primeiro abalo, cuja magnitude os geólogos calculam hoje ter atingido o grau 9 na escala de Richter, as réplicas, também elas de grande potência destrutiva, prolongaram-se pela eternidade de duas horas e meia, deixando 85% das construções da cidade reduzidas a escombros. Segundo testemunhos da época, a altura da vaga do tsunami resultante do sismo foi de vinte metros, causando 600 vítimas mortais entre a multidão que havia sido atraída pelo insólito espectáculo do fundo do rio juncado de destroços dos navios ali afundados ao longo do tempo. Os incêndios durariam cinco dias. Os grandes edifícios, palácios, conventos, recheados de riquezas artísticas, bibliotecas, galerias de pinturas, o teatro da ópera recentemente inaugurado, que, melhor ou pior, haviam aguentado os primeiros embates do terramoto, foram devorados pelo fogo. Dos 275 mil habitantes que Lisboa tinha então, crê-se que morreram 90 mil. Conta-se que à pergunta inevitável “E agora, que fazer?”, o secretário de Estrangeiros Sebastião José de Carvalho e Melo, que mais tarde viria a ser nomeado primeiro-ministro, teria respondido “Enterrar os mortos e cuidar dos vivos”. Estas palavras, que logo entraram na História, foram efectivamente pronunciadas, mas não por ele. Disse-as um oficial superior do exército, desta maneira espoliado do seu haver, como tantas vezes acontece, em favor de alguém mais poderoso.

A enterrar os seus cento e vinte mil ou mais mortos anda agora o Haiti, enquanto a comunidade internacional se esforça por acudir aos vivos, no meio do caos e da desorganização múltipla de um país que mesmo antes do sismo, desde gerações, já se encontrava em estado de catástrofe lenta, de calamidade permanente. Lisboa foi reconstruída, o Haiti também o será. A questão, no que toca ao Haiti, reside em como se há-de reconstruir eficazmente a comunidade do seu povo, reduzido não só à mais extrema das pobrezas como historicamente alheio a um sentimento de consciência nacional que lhe permitisse alcançar por si mesmo, com tempo e com trabalho, um grau razoável de homogeneidade social. De todo o mundo, de distintas proveniências, milhões e milhões de euros e de dólares estão sendo encaminhados para o Haiti. Os abastecimentos começaram a chegar a uma ilha onde tudo faltava, fosse porque se perdeu no terramoto, fosse porque nunca lá existiu. Como por acção de uma divindade particular, os bairros ricos, em comparação com o resto da cidade de Porto Príncipe, foram pouco afectados pelo sismo. Diz-se, e à vista do que aconteceu no Haiti parece certo, que os desígnios de Deus são inescrutáveis. Em Lisboa as orações dos fiéis não puderam impedir que o tecto e e os muros das igrejas lhes caíssem em cima e os esmagassem. No Haiti, nem mesmo a simples gratidão por haverem salvo vidas e bens sem nada terem feito para isso, moveu os corações dos ricos a acudir à desgraça de milhões de homens e mulheres que não podem sequer presumir do nome unificador de compatriotas porque pertencem ao mais ínfimo da escala social, aos não-ser, aos vivos que sempre estiveram mortos porque a vida plena lhes foi negada, escravos que foram de senhores, escravos que são da necessidade. Não há notícia de que um único haitiano rico tenha aberto os cordões ou aliviado as suas contas bancárias para socorrer os sinistrados. O coração do rico é a chave do seu cofre-forte.

Haverá outros terramotos, outras inundações, outras catástrofes dessas a que chamamos naturais. Temos aí o aquecimento global com as suas secas e as suas inundações, as emissões de CO2 que só forçados pela opinião pública os governos se resignarão a reduzir, e talvez tenhamos já no horizonte algo em que parece ninguém querer pensar, a possibilidade de uma coincidência dos fenómenos causados pelo aquecimento com a aproximação de uma nova era glacial que cobriria de gelo metade da Europa e agora estaria dando os primeiros e ainda benignos sinais. Não será para amanhã, podemos viver e morrer tranquilos. Mas, di-lo quem sabe, as sete eras glaciais por que o planeta passou até hoje não foram as únicas, outras haverá. Entretanto, olhemos para este Haiti e para os outros mil Haitis que existem no mundo, não só para aqueles que praticamente estão sentados em cima de instáveis falhas tectónicas para as quais não se vê solução possível, mas também para os que vivem no fio da navalha da fome, da falta de assistência sanitária, da ausência de uma instrução pública satisfatória, onde os factores propícios ao desenvolvimento são praticamente nulos e os conflitos armados, as guerras entre etnias separadas por diferenças religiosas ou por rancores históricos cuja origem acabou por se perder da memória em muitos casos, mas que os interesses de agora se obstinam em alimentar. O antigo colonialismo não desapareceu, multiplicou-se numa diversidade de versões locais, e não são poucos os casos em que os seus herdeiros imediatos foram as próprias elites locais, antigos guerrilheiros transformados em novos exploradores do seu povo, a mesma cobiça, a crueldade de sempre. Esses são os Haitis que há que salvar. Há quem diga que a crise económica veio corrigir o rumo suicida da humanidade. Não estou muito certo disso, mas ao menos que a lição do Haiti possa aproveitar-nos a todos. Os mortos de Porto Príncipe foram fazer companhia aos mortos de Lisboa. Já não podemos fazer nada por eles. Agora, como sempre, a nossa obrigação é cuidar dos vivos.

José Saramago

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Kalil

Enviado pelo poeta Wellington Kalil


EPÍSTOLA AOS ÉBRIOS

Meu Caro Poeta Carlos Wagner: se aconchegue à mesa, companheiro de copo, sirva-se à vontade dessa cachaça que ora te visita e sinta-se bem que o alambique é de casa e o sumo, curtido em barril de carvalho dos jardins da palavra, que a poesia está a postos. Portanto, bebamos e nos refestelemos. Um brinde aos bardos do mundo inteiro, convencidos de que eles estão aqui. Na seqüência, é impossível não se embriagar com essa birita que gentilmente você nos serve – “É tarde, que da noite, oito toadas das muitas mútuas, horas rasgadas, das puras putas púritas, Anas e tantas outras abocanhadas, acanhadas e prontas”- impossível é não entrar em coma alcoólico com esse fraseado  luxuoso (todo o  poema É Tarde) eu o indico a todos os alcoólatras explícitos e anônimos, um construto que soa bem aos ouvidos, nariz e garganta, numa otorrinolaringologia do caralho, e como tiragosto, gostaria de imprimir esse saboroso
Petisco –“voa, para que as asas apareçam...morra, para que a vida rejuvenesça...colha, para que a plantação se faça”. Aqui, o poeta é um venerável viticultor. É preciso dizer mais alguma coisa ? Respeitável senhor do engenho, cachaceiro inveterado, bêbado das esferas. Com a emoção de quem muito te admira. Abraços deste seu companheiro de copo. Sou grato. Agora, me permita destilar o meu veneno (o homem é a muçurana do homem- w.kalil):


Meu andar é quebrado
Quando ando há um negro que ginga em meu quadril
E mesmo parado é um negro solto por aí
Eu sou negro na cadência
Negão partideiro da pele branca
Que não é do branco que toma partido
Pois sob a pele branca
Exalta a minha pele negra
Preste atenção no que eu digo
Preste bem atenção no que eu venho dizer
Há um perigo grifado na minha garganta
Pois quando eu falo
É o sotaque nagô que fala mais alto
Que mesmo calado é tambor atabaque e bongô
E quando eu rezo
Nas devastadoras noites de solidão
É o altar dos orixás que me responde
Porquanto sofro uma dor que o negro tem
Por conta disso
Me dá licença pra eu ainda dizer
O quanto cambaleio por esses terreiros afora
Mas é o cajado do preto-velho
Que vai amparar
O branco script nos ossos
De onde o ritmo

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Canada, here she goes...




Now we miss you so much...
Lovely,
but happy for her...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

É tarde...


...é tarde...
que da noite, oito toadas das muitas mutuas horas rasgadas,
das puras putas púritas, Anas e tantas outras abocanhadas
acanhadas e prontas,
vestidas de tudo o que se pode despir,
rir, ir a híbridos assuntos noite adentro,
trocando, trotando, trocentos e tantas vezes,
movimentos sucintos e sucessivos, uivos na noite.
Oito badaladas, bandas e lados, de todos os sentidos
ditos, toscos, cósmicos, cosméticos...
Que da noite, do alto se via, se ria, se media
pedaços e cacos de uma miríade de sentimentos
confusos e comprimidos dentro do cordato coração,
atormentado, atordoado, a dizer, "fica mais um pouco..."
mais um copo desse corpo de delitos, delícias, de ilícitas branduras.
Acorda, é hora, acordes em tons e compassos buzinam,
minha cabeça roda,
cantarola lembranças que da noite se lembrava,
da noite em que estive aí, estava aí,
apesar de, desnorteado, achar que não devia estar.
Tarde percebi, toleraste-me mentindo,
dizendo, "volta à tua rua, ao teu meio, à tua aldeia,
exorciza tua alma desse querer insano".
Acordei acordado, ensopado,
gemendo surdo, baixinho,
que da noite os sons são estranhos, entranhas e os vultos machucam,
as cores são pardas...
...é tarde!
Carlos Wagner

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Vida, o oceano da perplexidade

Que nos lembremos, uns aos outros
Carlos Wagner
21/12/2009

Vai, parte para o incerto, na certeza de que o caminho está escrito nos passos,
reforça a ligação com a seiva da vida,
mergulha na certeza de que nadar já se sabe,
voa, para que as asas apareçam,
fala, para que a sabedoria te ensine,
morra, para que a vida rejuveneça.
Creia para que a fé se transmute em compreensão.
Duvide, para que haja espaço para o novo.
Colha, para que a plantação se faça.
Carlos Wagner

domingo, dezembro 13, 2009

A menina cuja alma é música...

http://www.youtube.com/watch?v=7jFDGnAaEco&feature=player_embedded

click mais:
http://sobretudo.org/crystal-do-espirito-santo-menina-pianista-de-10-anos-ganha-piano-de-zeze-e-luciano.html

Na periferia de Jaboatão dos Guararapes (PE), o piano da igreja é a realização de Crystal do Espírito Santo, de 10 anos, que viu o instrumento, pela primeira vez, há apenas três anos! Mas seu talento é maravilhoso.Reportagem do Fantástico, Rede Globo, no dia 29 de novembro de 2009.On the outskirts of Jaboatão dos Guararapes, state of Pernambuco (Brasil), the piano of the church is the realization of Crystal do Espírito Santo, a poor young girl, age 10, that saw the instrument, for the first time, only three years ago! But her talent is wonderful.Reporting of Fantástico, Globo Network (Brasil), on 29th of november, 2009.Nova informação (06 de dezembro de 2009):Nestes últimos dias, Cystal viveu em São Paulo a maior surpresa de sua vida. Recebeu uma homenagem de Zezé Di Carmargo, Luciano e ganhou deles um piano novo para estudar. Vai anjo, continue brilhando para todos nós.

sábado, novembro 28, 2009

Texto de Leonardo Boff

Críticos, criativos, cuidantes
Leonardo Boff
Já se disse acertadamente que educar não é encher uma vasilha vazia mas acender uma luz. Em outras palavras, educar é ensinar a pensar e não apenas ensinar a ter conhecimentos. Estes nascem do hábito de pensar com profundidade. Hoje em dia conhecemos muito mas pensamos pouco o que conhecemos. Aprender a pensar é decisivo para nos situar autonomamente no interior da sociedade do conhecimento e da informação. Caso contrário, seremos simples caudatários dela, condenados a repetir modelos e fórmulas que se superam rapidamente. Para pensar, de verdade, precisamos ser críticos, criativos e cuidantes.
Somos críticos quando situamos cada texto ou evento em seu contexto biográfico, social e histórico. Todo conhecimento envolve também interesses que criam ideologias que são formas de justificação e também de encubrimento. Ser crítico é tirar a máscara dos interesses excusos e trazer à tona conexões ocultas. A crítica boa é sempre também auto-crítica. Só assim se abre espaço para um conhecimento que melhor corresponde ao real sempre cambiante. Pensar criticamente é dar as boas razões para aquilo que queremos e também implica situar o ser humano e o mundo no quadro geral das coisas e do universo em evolução.
Somos criativos quando vamos além das fórmulas convencionais e inventamos maneiras supreendentes de expressar a nós mesmos e de pronunciar o mundo; quando estabelecemos conexões novas, introduzimos diferenças sutis, identificamos potencialidades da realidade e propomos inovações e alternativas consistentes. Ser criativo é dar asas à imaginação "a louca da casa" que sonha com coisas ainda não ensaiadas mas sem esquecer a razão que nos segura ao chão e nos garante o sentido das mediações.
Somos cuidantes quando prestamos atenção aos valores que estão em jogo, atentos ao que realmente interessa e preocupados com o impacto que nossas idéias e ações podem causar nos outros. Somos cuidantes quando não nos contentamos apenas em classificar e analisar dados, mas quando discernimos atrás deles, pessoas, destinos e valores. Por isso, somos cuidantes quando distinguimos o que é urgente e o que não é, quando estabelecemos prioridades e aceitamos processos. Em outras palavras, ser cuidante é ser ético, pessoa que coloca o bem comum acima do bem particular, que se responsabiliza pela qualidade de vida social e ecológica e que dá valor à dimensão espiritual, importante para o sentido da vida e da morte.

A tradição iluminista de educação tem enfatizado muito a dimensão crítica e criativa e menos a cuidante. Esta é hoje urgente. Se não formos coletivamente cuidantes esvaziaremos a crítica e a criatividade e podemos pôr tudo a perder, o bem viver em sociedade com justiça mínima e paz necessária e as as condições da biosfera sem as quais não há vida. Albert Einstein despertou para a dimensão cuidante de todo saber quando Krishnamurti o interpelou: Em que medida, Sr. Einstein, a sua teoria da relatividade ajuda a minorar o sofrimento humano? Einstein, perplexo, guardou nobre silêncio. Mas mudou. A partir dai se comprometeu pela paz e contra as armas nucleares. Em todos os âmbitos da vida, precisamos de pessoas críticas, criativas e cuidantes. É condição para uma cidadania plena e para uma sociedade que sempre se renova. Tarefa da educação hoje é criar tal tipo de pessoas.

Recebido via e-mail

sexta-feira, novembro 20, 2009



Cida,
Está aí o post que você recomendou.
Muito legais as fotos! Parabén à Jéssica...


http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/galeria_foto_raggagirls/2009/11/16/galeria_mostrar/id_galeria=29/galeria_mostrar.shtml

sexta-feira, novembro 13, 2009

segunda-feira, novembro 02, 2009

Regina e Cláudia


Alô, alô Regina e Cláudia
"Tá me estranhando?” Foi assim que Cláudia Campos respondeu a um amigo que lhe sugeriu um teste para se tornar chacrete. Era o ano de 1978 e ela havia trocado Belo Horizonte por São Paulo para tentar a carreira de atriz. Até aquele momento, tudo corria bem. Tinha entrado para o elenco do musical Hair, começava a estudar no Centro de Pesquisas Teatrais (CPT), do cultuado Antunes Filho, e ainda trabalhava no Oficina com José Celso Martinez Corrêa. O que ela iria fazer no Chacrinha?"(....)
Leia mais em:

Reportagem no Estado de Minas sobre a Cacretes de Belo Horizonte

Para ver e ler, Click em:

Silêncio I

Silêncio I
Carlos Wagner - 01/11/2009

Silêncio!
Quero escutar o grito do grato
o berro do fraco, o sussurro do burro,
o coice da mula, a mala entornada.
Silêncio!
Quero falar a língua da íngua
a surra que urra gritando atrevida
a vida que passa fingindo ser morte
fingindo ser norte quando o sul vem chamá-la.
Silêncio, o lenço caiu, quebrou-se a esquina
virou-se do avesso, imitando a rapina
bicho agourento, de voo avarento
buscando alimento que morto esbanjou.
Silêncio. Se lance do alto, mastigue essas pedras
adora esse besta que o mundo te espera,
exaspera em desejo, se esfregue em prazer
pra ser o que instiga, pra ver o que se esconde.
Silêncio. Aperta esse passo, afrouxe esse laço
pindure essa roupa, mergulhe de cara
lambuze sua blusa e perceba a enrascada
metida em mil frascos, aromas e cheiros
empurra essa luta, põe lá sua barriga
ninguém vai notar.
Silêncio, apagar com borracha esse risco de lápis
escrever outra história, a partir de outros cantos
cantilenas sem fim, outros cantos da casa
outras vidas sofridas, aguardando perdão.
Silêncio, vou-me embora confuso
atento ao barulho que exibe um ruído
que fala baixinho, "ser livre, ser livre",
tão alto que ouço,
tão claro que esqueço de tampar os ouvidos,
"olvidados" os gritos
que vem do porão,
de mim, de mim mesmo,
do fundo que dói.
Silêncio.
Carlos Wagner

Todos novos em Capetinga

Todos novos em Capetinga
Olha aí o pessoal lá de antes...

O lobo da estepe - Hermann Hesse

  • O lobo da estepe define minha personalidade de buscador

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