quinta-feira, outubro 15, 2009

Correspondência emailaica

DIGRESSÕES POST-MORTEM
Wellington Kallil

Dulcíssimo irmão em Leo(meu ascendente), sentado -à direita do Sol Pai Todo Poderoso- sentado. Humilde e fraterno amigo, às vezes é necessário rugir de tanta dor, para a lapidação ; fico pensando se é isso mesmo, ou se é o ranger que nos detém até que só nos reste a fuga na claridade animal dos dentes, devotos e pobres servos do mundo.Somos todos uns pobres diabos, mesmo os gênios. A ironia utilizo-a sempre não como um truque, mas como alguém que estivesse dentro de mim e me fosse dizendo “não te iludas” (Saramago). Barack Hussein Obama é branco de olhos azuis, não foi por acaso que uma nação de maioria alburna de olhos azuis deu a ele esmagadora maioria de votos, corroborando a minha tese, e não será novidade nenhuma para mim quando o assassinarem, como fizeram com Lincoln e Kennedy, só que, dessa vez, será um presidenticídio por inveja, por interpretar tão bem o papel de um negro presidente- Acautelai-vos, porém, daqueles que vos vêm à vós sob pele de cordeiro, mas por dentro são lobos vorazes (Yoshua Hamashia).
Meu irmão em Leo, mal tenho lido, escrito ou saído, sou um operário, escravo da manutenção minha e de outros, só sei que após recente e estranha experiência de “Quase Morte”, conforme jargão científico, eu retornei ao mundo jurando pra mim mesmo nunca mais ler ou escrever, abandonei a faculdade desde então, e me sinto completamente feliz por isso, pois não me interessa ouvir blá-blá-blá e ainda por cima pagar. O curioso é que, agora mesmo, logo que chequei ao computador, fui atraído para visitar alguns blogues e deparei com o seu cheio de belas poesias e uma interessante provocação do Prof. Darcy Ribeiro: “O Brasil é ótimo, o que falta é gente para contar isso”, daí eu pequei a coisa no ar, pois há dias, após minha “ressurreição”, venho pensando exatamente nesse fato, que coisa meu, pecarei contra o juramento solene de nunca mais ler ou escrever, ainda mais porque descobri o quanto desconheço a altaneira língua luso-brasileira ou a pura e abrasiva língua brasileira, não consigo entender o que as pessoas falam nem sei falar a tão comum língua pátria, sou um analfabeto confesso, agora estou virando ilha, pois não aprendi outro idioma a fim de me comunicar em caso de emergência (maktub).
Estou perdido no jardim das delícias da crônica do dia-a-dia, envolvido pelas sirenes afinadas que perfuram os tímpanos. Só me resta o consolo das relíquias literárias e sonoras de Waldick Soriano, Amado Batista, Chitãozinho e Xororó e Victor e Leo, são eles que me amparam em minha alma fragmentada e pária, quanto à insônia consensual, me é acompanhada sempre com alguns golos de água mineral e as boas cordas do virtuosíssimo Tião Carrero ( não tem pra Van Halen, nem Jimmi Hendrix, quem é Eric Claptom ), além da genialidade poética e musical do goiano Odair José, melhor que a corjada de Liverpool e essa esquizofrenia mineira de Clube não-sei-de-que, parece que Minas não é outra senão essa macacada branquela, classe medieval, que andou copiando os gringos a fim de nos fuder , andaram roubando a verdadeira Minas poética e universal da gente, rotulando a gente de esquineiros e todos aceitando, pedindo benção, ajoelhando pra esses caras babacas e medíocres, melhores imitadores do que talentosos, bom mesmo é Fabrício Carpinejar que não tem pose de branco, melhor ainda é Zeca Pagodinho que nos ensinou o abençoado direito da INFIDELIDADE (v. propaganda da Brahma), arrebentou, e quando foi interpelado, refilou que era livre para fazer o que quisesse, mandando um recado muito bem mandado para os capitães-do-mato e coronéis de plantão. Além disso, é bom lembrar que existe o Rap para nos alforriar, por aí andam MV Bill, Marcelo D2 e os geniais, insuperáveis Racionais, nunca se viu coisa igual, uma iguaria da moderna música da Terra, nada melhor do que o Funk para celebrar conosco a autêntica fala brasileira, que as escolas estão roubando de nós e nossos filhos, esse florão e a sua ciência, in hoc signo vinces (com este sinal vencerás)
Que Alá fique contigo e te conclamo a fantasiar com as cem mil virgens no Paraíso, a despeito da Jirad, como filhos obedientes da descendência moura, marcada pelo hálito amoroso de Muhammad, que nos misturou ao indômito sangue escravizado desde o santo porto de Luanda aos sagrados terreiros do Brasil,onde se cumpriu a mais airosa epifania que se refilhou por toda a humanidade, finalmente, que diante de ti dispam-se os sete véus e faça-se a dança do ventre.
Um grande abraço e muita Paz, Assalam Alaikum Wa Rahmatullahi Wa Barakatuh (que a paz, misericórdia e as bênçãos de Deus estejam contigo), Shalom, Pax Tecum, Anauê e Saravá misinfi.
Ah, já ia me esquecendo: obrigado pelas belas poesias que andas produzindo, destaque para “o que tem que quebre”, o verde na garrafa quase azul-piscina da ilustração ficou da hora, joga pro alto. É isso aí.
Sinceramente, Muhammad wellington kalil

quarta-feira, outubro 14, 2009

Capetinga/ Sto. Hilário

Dá pra reconhecer....
Rogério, Robson, Charles, Wá, Beth, Valéria, Valéria Coelho, Regina, Viroca, D. Anália, Élcio, Sandra(?), Vanda, Newton,

Capetinga/ Sul de Minas - Represa de Furnas


Olhaí...Dá pra reconhecer...


Vanda, Elcio, Newton de Costa, D. Anália, Cláudia, Robson, Viroca, acho que Wá, Valéria Coelho, Regina em cima, Angelo Marzano, Rogério, Beth. Quem quiser corrigir, opinar ou acrescentar...

segunda-feira, outubro 12, 2009

Brasil

“o Brasil é ótimo, o que falta é gente para contar isso"
Darcy Ribeiro (antropólogo)

sexta-feira, setembro 18, 2009

Sintoma de Vida
Carlos Wagner

Assim sigo, assintomático,
tudo parece normal,
tudo parece assim tão mornamente sem ranhuras,
normalmente sem bravuras, canduras.
Figuras de linhagem antiga, fantasmas de vivências da memória dos tempos,
circulam, se apresentam,
linguagem específica,
lirismo de "olhai os lírios" do asfalto.
Esses sim, se cuidam e se preocupam,
têm medo do futuro, furo de diques,
passagem tão temida, arrebentação de barreiras.

Assintomático de minhas dores e mazelas,
Sigo forjando, entendendo sintomas, hematomas, feridas,
tudo mentira de mim para mins outros, confusa identidade.
Me acho perdidamente identificado com discursos dúbios,
descuidos, ranhuras e ranhetices,
chatices de conversas moles,
que como água, batem, batem até que abrem furo no flanco duro.
Mina sangue, escorre do leito de mim a dupla essência, bem e mal,
Stress” de Paulo, desgraçado homem que se achava.
Esse minar possibilita renovação, porque faz enxergar o que se é.
Assintomático nada normal,
Sintoma de que a vida, milagre do ser, conduz com sabedoria o processo.
pró-acessos a aos portais do "homem, conhece-te a ti mesmo".

Me entrego, mergulho nesse oceano de grandeza, perplexo simplesmente.
Vejo fluir por minhas veias, passado, presente e futuro, forjado em meditação.
Carlos Wagner

quarta-feira, setembro 16, 2009

Produto e processo
Carlos Wagner

Lentamente flui a produção escassa,
Fico à caça, fico à míngua de um jorrar em gotas,
Fico esperando a colheita por dias,
Fico amassando o barro, pisando as uvas,
Curtindo a barriga de geração,
Esperando o fluir do processo,
Esquecido do produto.
Viver o processo, estar com ele passo a passo,
Dormir e acordar com suas manhas e manhãs,
Copular com ele, amaldiçoá-lo, rir dele e perceber caminhos,
me perder em preguiça,
me achar em quiçás e quimeras.
Estabeleço o rumo, olho e penso na viagem,
Escrever, destituir-me das idéias que vem fugidias, fugazes, escondidas nos olhares retrovisados, Memórias, mesmo horas a matutar,
Mesmo que com dor ou prazer, parto, ponho os pés no caminho,
Parto, de dor em dor,
Parto ao meio minhas cabaças e tiro o líquido puro,
Bebo com quem lê, com os que, de repente, se deparam com esses fluidos rabiscados dígito a dígito,
Cogito novas aparições, surgir num relâmpago de novo, na velocidade da luminosa via do amor.
mesmo que a tartaruga fuja, mil vezes, ainda assim, sigo atento ao processo.
....até o próximo rabisco...
Carlos Wagner

sexta-feira, setembro 04, 2009

Trivial da casa da Vó Nália

Trivial de momentos na casa da Sagrada Família, pura descontração...e um lanchinho básico.

Wá, Ivan, Valéria Dona Anália e Pedro.

Um instante à mesa da copa de Dona Anália

sexta-feira, agosto 21, 2009

Minuto

Minuto, fresta e percepção...
Carlos Wagner


Enquanto só e solidão
abre-se a perspectiva por um fio de amor e mansidão,
enquanto manso e sábio, intermitente,
tento seguir as indicações dele que é o signo e símbolo,
dele que é arquétipo, essência e fim.
Enquanto só e sólido
vejo dispersarem ante minha vista o que são partes de mim
o que foram um dia estrutura e ossos,
vísceras e orgãos vitais...
Vejo, enquanto sozinho,
da janela de uma alma em crise,
o último ponto visível de minha perspectiva,
aquele ponto que, equidistante nas paralelas, projeta o infinito,
e minha pequena "identidade-eu" vislumbra a saída,
estranho universo em que me movo,
só e em solidão,
como um Arjuna de Krishna, vejo meus "parentes" prontos para a batalha,
a ameaçarem a minha substância espiritual.
Ânimo, diz, Krishna, combate enquanto é tempo.
Enquanto a eternidade expande minha esperança.

sábado, agosto 15, 2009

o que tem que quebre...


Carlos Wagner
14/08/2009

O lucro com a quebra do lacre,
derrame e largue o líquido,
molhando e alargando o lacre,
embole a embalagem,
liquefaça e rompa toda pompa do lacre,
todo rompante de um fraque,
todo deslumbre de um saque.
De um lado a outro,
de um outro ao lado,
de um ou de dois rabiscos que marquem desabrido lacrimejar.
Quem quer que quebre, que fere, que ferre,
que deixe dizer que brinquem com as marcas,
que atijam os marcos dos lucros do líquido desejo.
Que seja concreto, abrindo, entornando, tanto,
entortando em torno de um desfecho,
entorpecendo a visão,
transplantando o que cura,
tecendo fracos elos.
Lacre o o frasco,
distribua o amargo desejo de querer ver o que contém
o que com quem tem e que contenta a alma,
o traço de um trago,
além de um naco,
além da quebra do lacre.

Carlos Wagner

quinta-feira, julho 16, 2009

Num atmo...


Áspero espirro,
"sai de mim gripe!" Vem não, quero não,
quero ficar pronto para a balada,
a bala da embolada,
o trava língua, num beijo só.
Parei de falar, tagarela que sou,
parei, vejam só, de ser o que sou, que soube que seria,
parei de viajar, na massa de tomate,
de tomar-te em meus braços não cansei, "can't say that",
kant, sei, disse algo assim, no lenço non sense,
não sei se é assim que escreve,
e escreveu não leu...o pau queimou-se.
Fico dali, reparando se alguém nota minha burrice,
ver se se alguém risse de mim.
Nice disse: "fica bobo não!"
E fiquei, me enrolei com aquela bobeira, ...boseira,
quis ficar na balada, inabalavel, e, na bala perdida de teu tiro,
me vi embolado, embolando as trocas, desentendendo as "idéia",
desenterrando as ossadas de meu desaparecido ego,
de meu enlouquecido Id,
de meu sub inconsciente esquecido nos subterrâneos de mim,
escavadeiras que se virem para achar vestígios de um eu de mim que já era,
que já fora, como se fosse um fui algo,
algo que a história registrou em páginas amarelecidas,
perdidas em alguma biblia, em alguma folha de manuscritos,
grafadas pelas mãos de um Deus de mim, que me quer estrela...
que me apaga sempre, ao fim de um pensamento.
Penso que vivi.

segunda-feira, junho 22, 2009

Wá e Fio,
Fui convidado a ler e palpitar nessa troca de opiniões sobre rádio, mídia e jornalismo, a partir do que cada um de vocês escreveu sobre a Rádio Itatiaia, especificamente. Não vou tratar de nenhuma das opiniões dos dois em separado, vou acrescentar somente a minha sobre o assunto, que é de meu interesse por vários motivos, em especial porque eu sou viciado em rádio, desde pequeno, além de ter me formado em Comunicação Social e feito pós-graduação nessa área (Jornalismo e Práticas Contemporâneas, no Uni-BH). Em outras palavras, esse assunto me interessa muito; o assunto “comunicação de massas” me é muito caro. E, para aumentar a vontade de dar palpite na conversa dos outros, eu gosto muito, mas muito mesmo do danado do futebol, tema a respeito do qual vocês dois discorreram em suas postagens. Vamos lá.
Sobre a Rádio Itatiaia, minha opinião é de que ela é uma das maiores emissoras de rádio do Brasil, grande e bem capacitada o suficiente para ter tido condições de enviar equipe própria a todas as copas do mundo e jogos olímpicos realizados de um longo tempo pra cá. Seu corpo jornalístico e a capacidade de cobertura são comparáveis aos das maiores emissoras de rádio brasileiras. Ela vai a todo lugar em que forem o Galo e o Cruzeiro, por exemplo. Nesse sentido, é imbatível, não tem concorrente por aqui. Mas uma coisa muito ruim, na minha opinião, acontece em Belo Horizonte e em Minas, por causa dessa grandiosidade da Itatiaia: ela está praticamente sozinha no mercado mineiro, em especial no esportivo, e por isto se dá o direito de fazer as coisas como bem entende. E pior, na minha visão, atuando de forma que passou a ser, de alguma maneira, considerada “a forma de se fazer rádio esportivo” para o público mineiro em geral.
Vejamos lá: quem definiu que uma emissora de rádio deveria ter um narrador para cada um dos dois grandes clubes da capital? O que significa a narração de um jogo sob a ótica do profissional de rádio que torce pelo time que está jogando? Seria a descrição do jogo e das possibilidades de vitória de uma ou de outra equipe corretas em relação à verdade do fato narrado? Eu não acho que seja assim, porque quando eu narro o jogo do meu time de coração eu tendo a falar bem do que ele possivelmente faça, além de eu querer propagandear os feitos do clube como forma de aumentar o número de seus torcedores, como eu sou. Pra mim, essa história de grupos de cobertura e transmissão separados para Atlético (o Roberto Abras e o Willy Gonzer –na verdade, torcedor do Grêmio, que foi trazido para Belo Horizonte para substituir o Vilibaldo Alves, que na época foi para a então recém-inaugurada Rádio Capital, aproveitando-se a Itatiaia, inclusive, da semelhança dos nomes dos dois narradores) e Cruzeiro (o Alberto Rodrigues e o Artur Morais), é uma forma viciada de se trabalhar a notícia, que no final das contas é o trabalho da rádio. Já vi inúmeras vezes, tanto da parte de um lado quanto de outro, as mais descabidas opiniões sobre jogos, jogadores, dirigentes, juízes e mais coisas relacionadas ao futebol, tudo dito por interesse em defender ou divulgar o que seja relacionado ao Cruzeiro ou ao Atlético, como se esses profissionais fossem meros torcedores, eles que são os responsáveis pela coleta de dados, redação, edição e emissão da notícia. Dessa maneira, o fato narrado por eles muitas vezes ganha aspectos e mesmo dados que não fazem parte da realidade do que está sendo noticiado. Isto gera o que eu acho que é o pior dessa relação de paixão, amor e interesse clubístico por parte dos jornalistas, que é a subserviência da notícia e da opinião a seus gostos e interesses pessoais, ou aos interesses dos clubes e/ou de quem os dirige, ao invés desses profissionais ofertarem ao público informações e orientações imparciais.
Pois bem, como poderia o Artur Morais ou o Alberto Rodrigues criticar algum comportamento do Zezé Perrella, por exemplo, se ambos torcem para o Cruzeiro e declaram esse amor pelo clube diariamente, na medida em que fomentam e apóiam quase cegamente o que quer que venha da Toca da Raposa como ação? Acho que é de conhecimento geral a relação política entre o Zezé e o Alberto, tanto que num jogo de há muitos anos, quando o Cruzeiro jogava com o Santos no Mineirão, e no 1º tempo já perdia por 4 x 0 (acho que o jogo terminou assim mesmo, ou 4 x 1, não me lembro) o Alberto disse qualquer coisa como “ó Zezé, se você acha que vai ganhar a próxima eleição com esse time fraco do Cruzeiro você está enganado –as palavras, logicamente, não foram essas, estou me dando o direito de dizer como as entendi na ocasião, e como as guardei). E por falar em eleições, quem elegeu o Alberto Rodrigues por mais de uma vez, se não a torcida do Cruzeiro e as últimas boas campanhas do clube? É uma avenida de mão-dupla, essa cordial relação entre os dois, entendem?
Do outro lado vemos o Willy Gonzer SEMPRE defendendo o Atlético e suas diretorias, a despeito de tudo o que elas vêm fazendo comprovadamente de mal-feito nos últimos anos. Ao lado dele o sempre presente aos treinos e jogos do Galo, Roberto Abras, que, além de ser declaradamente atleticano, e SÓ falar bem do Atlético, de seus jogadores, de seus diretores, é o patrono da nova Sala de Imprensa da Cidade do Galo.
Aí eu pergunto: que jeito, que liberdade, que condição têm esses senhores de trazer ao público ouvinte da Rádio Itatiaia uma opinião isenta sobre qualquer fato que seja dos dois clubes? Existe uma clara relação de interesses por parte de quem cobre o Galo e o Cruzeiro, (até pecuniária, talvez, sei lá, quem sabe? É mesmo? ??????) ou, pelo menos, uma relação política ou de mera paixão clubística. Mas viciada, de qualquer forma. Uma relação como essa não pode gerar notícia imparcial, limpa, ainda que compêndios de comunicação social descrevam que essa imparcialidade no trabalho do jornalista não é possível existir, em função dos interesses do dono do jornal, da rádio, da TV, da revista, que definem a pauta de cada um desses órgãos midiáticos. Mas este é outro assunto pra uma longuíssima discussão. Para mim, a partir do que disse acima, a Rádio Itatiaia, no que se refere especificamente ao futebol, não é imparcial, e, por isto, presta um desserviço à população de Minas Gerais. E aos clubes, também.
Outro exemplo do que estou dizendo. Certa vez, ouvindo o Oswaldo Faria responder a torcedores que reclamaram com repórteres da Itatiaia sobre as más condições da parte externa do Mineirão, relatando problemas de sujeira e de pouca segurança, escutei dele, chefe do jornalismo esportivo daquela emissora e comentarista, a afirmação, com firmeza, de que o que era reclamado não era verdade. Falou, também, do empenho da diretoria da ADEMG na conservação e cuidados com o Mineirão, que não teria os problemas relatados. Só que ele se esqueceu de dizer que ele, Oswaldo Faria, fazia parte da Assessoria de Imprensa da ADEMG. Ora, que condição teria esse jornalista de exercer plenamente sua função de informar seu público ouvinte, que lhe encaminhou uma reclamação pertinente (porque nessa época o Mineirão estava, realmente, “jogado às traças”) se ele tinha interesses pessoais que batiam de frente com seu dever de informar? Isso é ter rabo preso, ele não podia fazer o que seria correto no caso, que seria denunciar os problemas a quem de direito. E por aí vai.
Em 1999, o Alexandre Kalil, junto com o Bebeto de Freitas, resolveu que o Galo deixaria de jogar no Mineirão, porque as despesas que o clube tinha no estádio inviabilizavam a manutenção de seus jogos naquele local. Eles providenciaram o acréscimo de arquibancadas no Independência, onde o Atlético teria toda a renda dos ingressos e, em especial, o montante da venda do espaço das placas de publicidade que ficam em torno do campo (à época falou-se que o clube teria uma renda de R$ 90.000,00 por jogo, enquanto que, no Mineirão, as placas eram de uma empresa, que pouco ou quase nada repassava aos clubes que jogavam naquele estádio). O que se viu e se seguiu a essa tentativa de gestão diferenciada do Atlético foi que praticamente toda a imprensa de Belo Horizonte se postou contra o projeto, que tinha uma claríssima indicação de que estava corretamente planejado, e que poderia ter dado certo para o clube. Tanto se falou, tanto se criticou nas rádios, TV e nos jornais daqui que a FMF e/ou a CBF entraram no meio da discussão, e uma ordem judicial forçou o Galo a mandar seus jogos de novo no Mineirão, com prejuízo financeiro para o clube e político para o Kalil e demais diretores que partilhavam da idéia com ele. Daí para o Atlético ficar anos sem ganhar qualquer título e chegar a cair para a Série B do Brasileiro não foi mero acaso, na minha opinião. Aquele projeto era muito importante e uma grande novidade para o mundo viciado do futebol brasileiro.
Ora, mas por que todo esse comportamento contrário à decisão do Galo de jogar no ex-Campo do Sete? Por que isto teria acontecido? Na minha visão, por um motivo muito simples: é só procurar saber quantos e quais eram os críticos jornalistas esportivos que estavam vinculados, de alguma forma, ao caixa da ADEMG, uma empresa pública, cujos cargos são geridos, indicados e mantidos por força de política, como em qualquer empresa desse setor. Que “empregados” da gestora do Mineirão teriam interesse que um clube que leva tantos torcedores ao estádio, como o Galo, deixasse de freqüentar o local de onde retiram parte de seu sustento? A folha de pagamentos da ADEMG é uma aberração, seu chamado quadro-móvel é tão inchado que há poucos meses o presidente do Galo, Alexandre Kalil, admitiu que aceitaria uma parceria do Atlético com o Cruzeiro na gestão do Mineirão, desde que os dois clubes recebessem o estádio sem o quadro de funcionários da ADEMG (pelo menos no que se refere ao quadro-móvel, que atua nos dias dos jogos), o que prova que ficar livre desse peso, e encontrar outra forma de obter recursos para gerir o clube (o dinheiro das placas de publicidade, por exemplo) teria sido uma opção correta e viável para o Atlético em 1999. A “imprensa esportiva” de BH não deixou que isto acontecesse.
O Fio descreve muito bem, e com clareza, a questão do lucro a que os meios de comunicação teriam direito por serem um empreendimento comercial viável, como qualquer outro. Fala, também, da existência de “caixa 2” em toda empresa, e de que, sem ele, nenhuma delas conseguiria funcionar. Bom, acho que, de alguma forma, essa questão é discutível, mas não tocarei nesse assunto agora (talvez nunca, porque o assunto é muito vasto). Mas, em questão de empresa jornalística, a questão da ÉTICA (e aqui coloco a palavra com letra maiúscula, devido à importância que eu acho que ela tem nesse contexto), não pode ser simplesmente reduzida a questões de “caixa 2” ou de uso ou não de merchandising. Porque o negócio de rádio, jornal, TV, revista ou site jornalístico é a notícia, a descrição e divulgação do fato real acontecido. Não pode haver um fato a ser noticiado de forma não integral, ainda que se admita o que se chama de “frame”, isto é, o que se escolhe para se escrever a respeito (uma moldura da realidade noticiada). Mas esse emolduramento do que se vai noticiar não pode deixar de abarcar a realidade por mero interesse político-econômico do jornalista (caso Mineirão-Oswaldo Faria) ou, como em geral acontece, do dono do veículo. Só vou citar um fato conhecidíssimo para exemplificar o que estou descrevendo: a edição e manipulação da fala do Lula no debate com o Collor de Melo, divulgado no Jornal Nacional do sábado, véspera das eleições de 1989, que decretou a vitória desse último, por interesse da direção da TV Globo, conforme foi publicamente confirmado pelo próprio Roberto Marinho anos depois. A Globo travestiu a verdade, mentiu por interesse próprio, alterou a descrição da realidade. Foi parcial. Agiu sem ÉTICA. Ela pode ter “caixa 2”, mas não pode ter um “caixa 2” de notícias que divulga ou não, conforme seus interesses particulares.
Pra finalizar, acho que em Belo Horizonte estamos “perdidos” em termos da qualidade da cobertura jornalística esportiva no rádio. A Itatiaia, pra mim, é cheia desses defeitos que descrevi, sofre dessa doença da parcialidade e de uma certa venalidade (é o que aparenta ser, pra mim, essa relação de narradores e repórteres com a política, o comércio e outras coisas -sem que eu tenha provas disto, que fique bem claro), apesar de ter todas as condições de prestar um excelente serviço informativo, como de resto presta muito bem fora do futebol. Ela não tem como ser batida pelas outras emissoras em termos de disponibilidade de tempo e de quantidade de informações que divulga. Mas, ainda falando da cobertura esportiva, eu duvido um pouco tanto da qualidade do que é por ela divulgado quanto, em grande monta, da qualidade de como o serviço dela é feito. Por exemplo, eu acho horrível, acho que é um fazer mal-feito o fato de que todo mundo GRITA nos microfones na Itatiaia, que muitos repórteres e comentaristas de lá usam mal a língua portuguesa, que alguns chavões utilizados por eles esbanjam preconceitos, que fazem brincadeiras por vezes grosseiras, entre outras coisas. Mas, e as outras rádios daqui? Penso que elas fazem o que fazem de maneira pior do que a Itatiaia por questões de falta de dinheiro, mesmo. No caso específico da Globo-CBN, que surgiu como novidade no mercado de BH, acho que ela já chegou meio viciada por esse maniqueísmo atléticano-cruzeirense que aqui existe, e não conseguiu, de todo, mudar a estrutura “itatiaiana” de narrar e cobrir futebol que tínhamos. Eu acho isso uma pena, um pecado, uma sacanagem, uma pobreza dessa cidade que já deu tantos escritores de ponta ao Brasil, mas que é mesquinha culturalmente, infelizmente, por causa de nossos políticos e administradores públicos. São mesquinhos, pensam em BH como se fosse uma cidade de 10.000 habitantes. Taí um assunto pra mais 35 blogs de discussão!
Voltemos ao assunto Globo-CBN. Aquele narrador de lá, o Pequitito, que era da Rádio Inconfidência, ficou tão chato quanto o hoje meio-decrépito e confuso narrador pseudo-atleticano, Willy Gonzer (quem vê os jogos pela TV ouvindo o rádio vê claramente como ele tem errado o nome de jogadores do Galo, que ele deveria conhecer até de olho fechado), ou o insuportável, porque não é narrador de futebol, mas narrador-torcedor-fanático-e-chato-do-Cruzeiro (eu admito torcedor não-chato do Cruzeiro, do Flamengo, do Paris Saint Germain, do Galatassarai- chato, nem do Galo), o tal do Alberto Rodrigues (teve um clássico em que ele narrava o 2º tempo do jogo, numa época em que o Galo ainda conseguia fazer gol no Cruzeiro, em que ele narrou o gol do Atlético assim: “gol, gol, gol, gol gol, Cru...Atlético...”- acho que ele queria tanto o gol do time dele que começou a narrar o gol do time errado), ou o cada-dia-mais-injuado (pra lembrar da Vó Cota) Mário Henrique, o preferido do Fio, que começou bem, era tranqüilo pra narrar, não era tão exagerado tanto na descrição do jogo como nessa coisa irritante de ficar dizendo a todo momento, de uma forma ou de outra, que o gol vai sair, que acredita que agora vai, que o mundo vai mudar com a próxima jogada (e “bica eles, Galo”, “bica eles, bicudo”), como muito chatamente faz também o Pequitito da Globo-CBN (na questão do exagero do “vai que eu acredito”, ou coisa assim).
Eu sempre me pergunto: por que diabos os caras da Itatiaia acham que têm que ficar berrando no ouvido do povo? Rádio é companheiro das pessoas, o amigo que está com a gente na calada da noite, no recanto do lar (gostaram do termo?). O rádio tem que sussurrar no ouvido da gente, contar com clareza, calma e em bom tom, o que está acontecendo. Os narradores de futebol de Minas, todos os que conheço, acham que o ouvido de quem os escuta é PINICO. O meu, não.
Dentre o que é possível se ouvir no rádio de BH em termos de esporte, acho que o Milton Naves, da Itatiaia, é, se não o melhor, o mais suportável de todos. Ele torce pelos times de Minas de que narra o jogo (o que seria até aceitável, porque é o que se faz Brasil afora), mas ele parece não ter a obrigação de torcer e puxar a brasa pra sardinha do Cruzeiro ou do Atlético, porque, por mais que tenha um clube de coração, e deve ter um, ele não declarou qual é, e, parece, não vive e ganha a vida porque, como o Alberto Rodrigues, torce pro Cruzeiro e é amigo do Zezé Perrella. Mas acho que o Milton Naves ainda exagera no grito de gol, assim como o faz o vovô Gonzer, que berra e reberra o tal “...do Gaaaaaaaaaaaalo”. Parece vocalista de heavy-metal. Argh!
Pra mim, talvez o melhor narrador de futebol do rádio atual que eu conheço é um cara da Globo-CBN de São Paulo. Infelizmente não sei o nome dele. Nas poucas vezes em que ele transmitiu algum jogo do Galo contra clube de SP vi que: 1- ele não berra no ouvido da gente; 2- ele não fica tentando bater recorde de tempo no grito de gol, 3- ele grita gol na mesma quantidade de tempo e na mesma intensidade para os dois times, e 4- ele não repete, a cada ataque do time do lugar, que ele acredita que agora vai. Todos não deveriam ser assim?
O problema é que BH está acostumada com os “berradores” da Itatiaia, e o Brasil com o “berrador-mor”, Galvão Bueno. Mudar essa tradição “berrativa” é muito difícil. Gostaria que todos os jogos da TV fossem narrados pelo Milton Leite, e/ou Jota Jr., do Sportv, ou pelo Kleber Machado, da Globo. Há outros bons narradores na TV e no rádio, certamente, razão pela qual eu sonho com um mundo melhor, sem Alberto Rodrigues e Galvão Bueno. Eu não gosto de nenhum narrador-torcedor, ainda que porventura essa torcida fosse pelo meu time. Eles deveriam narrar somente. Quanto a torcer, deixa comigo. Era assim que tinha que ser.
Pediram minha opinião. Aí está. Tem mais um tanto de coisas pra falar e contar, mas se fosse fazer isto agora teria que escrever um livro.
Abraços a todos, desse seu amigo-irmão, viciado em futebol e em rádio, viúva muito chorosa da extinta Geraes FM, o que de melhor se fez em termos de rádio em Belo Horizonte, depois da Rádio Cultura dos anos 1970. Em questão de rádio e jornalismo BH, nossa cidade, é realmente uma grande fazenda iluminada.
Zé.

sexta-feira, junho 19, 2009

vídeo - Dadi

Video de música em ambientes externos...

Dadi, ex_Novos Baianos, Cor do Som e Músico dos Tribalistas e Marisa Monte.
Vale a pena ver. é só clicar... aí em baixo... para ver outros vídeos no youtube, ou ver aí diretamente.


http://www.youtube.com/watch?v=FL0LCoZLim8
Já tentou?
Tá perdendo tempo....!

segunda-feira, junho 15, 2009

Brincar
13/06/2009 - Vitória
Carlos Wagner

Brincar, brincar,
brincos brindes brilhantes,
brindemos emoções, ações lúdicas,
dicas de ser leve, levedura do novo,
artefatos de atos de ser amigos.
Soltas ações, relaxadas artemanhas,
manhãs de um novo dia, alegria;
espontânea maneira,
brincar, brindar,
brindar o novo,
alegrar-se com atos novos,
revoar em novos ares, visitar o desconhecido,
entornar o líquido velho desse pote antigo,
dissolver o glutem que cristaliza a alma,
que petrifica os sutis canais,
o olhar, o ouvir.
Brincar, ser leve,
rir de si mesmo,
quebrar a sisudez de um adulto que morre em convicções automáticas.
Brincar, ser criança,
estranhar o tudo, desaprender o convicto,
saudar o novo que chega no acaso,
o diferente clarão de um dia novo.
Brincar, alegrar a alma, dar esperança ao espírito.
Entregar a vida a quem ela pertence.

Carlos Wagner

sexta-feira, junho 12, 2009

É noite e penso

Era uma vez uma noite...
Carlos Wagner

é noite,
penso em tudo, e é tenso o pensar intenso,
penso em pensar em todos
penso que pensar pode ser uma grande coisa
penso e já me vejo matutando alguma grande ajuda a não sei quem
penso passando por dentro do problema
penso imaginando as causas de todos os problemas
penso e sinto que o pensamento não pode resolver muita coisa, a não ser abstração
penso que a subjetividade do pensar é uma rede, e gosto de me enredar nessa coisa de
pensar sobre o pensar.
Oh!...

Será que é um nó que não se desata,
dez atas, registros de uma reunião entre os meus pensares, quereres e sentires,
está lá, tudinho que pensei ser a melhor maneira de conduzir os meus temores,
pensando, analisando,
não chegando a nada de concreto.
É noite alta, olho pra baixo e penso que vou cair, no sono, no como, no nono arquivo de idéias,
vasculho, fecho os olhos, mexo os paus para melhorar as posições,
vejo as peças da minha vida,
vejo as penas que tenho de mim quando deveria era ficar doido de raiva,
vejo que não consigo me livrar da minha consciência de tudo por fazer, tudo cozer,
arrumar, arranjar, reformar, consertar, concertar no violão, violando as regras claras.
Vejo que penso por partes do todo,
assumo que não vejo a totalidade, a boçalidade, a banalidade de tudo que vem à tona,
atonal som de um show bizarro,
entendo que a cabeça me oferta as possibilidades,
dúvidas, incertezas, incertas batidas no meu esconderijo,
dirijo esse teatro de falas batidas e decoradas com arranjos sem graça.
é noite,
penso em tudo,
penso em achar um jeito de me perder desse oceano de idéias.
Penso. E é noite tarde.
vou pra cama...

domingo, maio 31, 2009

como vão todos vocês? - LÓ

Olá,
como vão todos vocês?
Espero que estejam todos bem, apesar dos acontecimentos que só agora, dia 31/05/2009, às 11:20h fiquei sabendo. Mas gostaria que soubesem que nunca os esqueci e que até hoje ainda conto histórias de nossa convivência juntos, dos papos, das festas, da pelada na rua, de capitinga, e dizer que só tenho que agradecer por ter feito parte dessa sagrada familia, do convivio tão próximo com meu eterno amigo, e que Deus esteja trocando mil idéias com ele e ele nos alimentando com seu carisma para que nunca esqueçamos o quão somos importantes pelas transformações que promovemos, provocamos. Estou falando de mim. E se hoje sou uma pessoa melhor, devo isso a todos os nossos amigos, e no meu caso, mais ao meu amigo, pois andávamos juntos e tinhamos segredos em comum e só tenho a agradecer, pois é impossivel sentir saudades de algo que vai dentro de nossos corações.
Beijos do Ló , Júlio Cesar, que era como meu amigo sempre me chamava.

sexta-feira, maio 15, 2009






Gostei de tudo que voce escreveu sobre nosso querido menino . A saudade é grande, porém sabemos que ele está sempre presente em nossa memória, em nosso coração.
Anália

quarta-feira, maio 06, 2009

...do fundo da vida....


Do fundo da vida surge o fio, Ariadne de novo
Carlos Wagner

Elos, eros, eras a fiar,
eras o bem amado!
éramos somente alma pedinte,
atravessando a vida em curso cambaleante, zigs e zags esguisitos,
reguisitos para uma apoteótica saída de cena, semanas inteiras urdindo tramas óbvias,
todo mundo percebia, todo um mundo é grande demais para cruzarmos caminhos de novo,
retas paralelas que apontam um infinito equidistante, instantes precisos, inatingíveis.
Fico atônito, reflito.
Eras somente uma alma, mãos abertas para que enchêssemos de éteres amorosos, caindo de nossas taças vazias,
preciosas preces surgiam de nossos desejos mais profundos.
Até quando esperar pela bem-aventurança, lembrança de um sermão,
um ser irmão,
um ser,
um somente ser e estar,
abrindo por entre as nuvens de pensares e quereres de meu céu encoberto,
preces que queriam dizer, Vem Sol,
trespassa estas nuvens.
Mas, eras impassível
e cortavas as ervas, eras a fio, daninhas plantas,
raízes de uma anterior experiência,
convicta,
equivocada,
inequívoca bifurcação de séculos de rota por aí a fora.
Vamos lá, ver os fogos,
a alegria daqueles que, sem consciência,
entendem tudo por mesquinho friso, risos
pequeno cenho, nulos fatos kármicos que desembocam na repetição quase certa.
Eles vibram, eu choro,
mas tu,
eras a fio, eras o pavio
a centelha de uma cartada certa no alvo amanhecer,
ser manhã nova.

Elos, eros, eras a fiar.
Confiar, traçar as cadeias que soltam,
as redes que salvam.
Eras, és, e serás.

Carlos Wagner

sexta-feira, abril 03, 2009








Texto extrído em:
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/
03/04/2009 - 07:52



Heróis da noite



Por M. Iack



Excelente post no Sergio Leo:



“Para quem pensa que uma imagem vale mil palavras, essa aqui diz alguma coisa. O barbudo ao centro, ao lado da rainha, é o Lula, aquele que sabemos, pelo que lemos no Brasil, que hostiliza Europa e Estados Unidos, perdeu a liderança da América Latina para Hugo Chávez, tomou uma série de decisões ideológicas equivocadas e só colheu derrotas na política exterior.



O cara atrás dele é o presidente dos EUA, um tal Obama, que declarou ser o Lula o líder mais popular do mundo. Deve ser porque a imagem dos EUA no mundo anda péssima, e o Lula, como lemos sempre, odeia os EUA. Obama, aliás sabedor da máxima sobre imagens e mil palavras, fez questão de registrar, em vídeo, AQUI, sua irritação com o nosso conhecido antiamericanismo de Lula, que ele teve ocasião de comprovar ao recebê-lo entre os primeiros chefes de Estado que convidou à Casa Branca.



Como sabemos, por analistas insuspeitos, que a política externa de Lula é um fracasso, deve haver alguma razão para ele estar à frente, na foto, assediado e cercado pelos líderes das maiores potências mundiais: provavelmente, deram uma prensa nele cercaram o cara antes que ele fugisse e, logo depois da cena fotografada, o levaram para Guantánamo. Ou estão morrendo de medo do aparato bélico brasileiro, capaz de lançar poderosos mísseis metafóricos sobre os descendentes de arianos do planeta. Ou o Lula, aquela vergonha nacional que só sabe dar gafes, sentou no lugar reservado ao príncipe Charles.



O que mata nesses encontros internacionais é essa maldita política externa ideológica, esse lulismo irracional dessa gente loura de olhos azuis desinformada lá no primeiro mundo. Gente, ás vezes, como mostrou o Obama, nem tão loura, nem tão zarca.



Comentário



A análise do Sérgio me traz à lembrança um velho quadro de Carlos Estevão no Cruzeiro: “as aparências enganam”. No primeiro quadro, a silhueta sugerindo coisas escabrosas, assassinatos e quetais. No segundo, a cena iluminada, mostrando situações absolutamente opostas.

segunda-feira, março 23, 2009


Rádio, tv, radialistas e Merchand...
Eu tô ficando louco

Hoje me deu uma vontade de falar um pouco de um assunto que enche a paciência de quem ouve rádio, curte ouvir programas inteligentes, gosta de ouvir e pensar a respeito das coisas veiculadas pelas emissoras.
É muito chato perceber que tem muito "palanque", entenda-se microfone e câmeras de TV, sendo ocupado por pessoas autoritárias, opinativas e falantes de conteúdos rasos, sem qualidade. Gente que, infelizmente forma opinião, discute temas como se estivesse em uma mesa de boteco, falando e dizendo as coisas sem nenhuma preocupação com qualidade de conteúdo, veracidade das afirmações, falando e falando e falando...
Eu gosto de ouvir notícias de futebol. Sei lá, sou brasileiro e dou as minhas opiniões sobre isso ou aquilo, sobre um jogo, sobre um torneio, campeonato. Mas eu falo por mim, minha fala não tem o peso de uma fala de alguém que está numa tribuna, seja de uma rádio, seja de um congresso, seja de algum veículo público, autorizado constitucionalmente, através de uma concessão pública, a funcionar como um veículo de informação, de cultura, de opinião pública, com todos as responsabilidades que a isto está ligado.
Vejamos então, somente um exemplo, que parece ser bobo e sem importância (parece, eu disse...!).
Programas de esporte, futebol, pra ser mais preciso. Todo torcedor tem uma ligação com o futebol que é de paixão, ou de alguma forma, de um certo prazer pelo lúdico, pelo entretenimento que o futebol proporciona. Mas, é claro, aí se dá um envolvimento, uma crença, uma ligação que, em muitos dos casos, gera uma associação de pessoas, filhos, amigos, associações, torcidas. Pessoas acabam se envolvendo profissionalmente, toda uma corrente de coisas acaba dependendo das notícias de esporte. Então, uma coisa lúdica, que parece ser meio sem importancia, leva qualquer um "joâo", profissional das comunicações a poder se arvorar em falar e falar e falar sobre aquilo, mexer com o sentimento e a crença de muitos milhares de pessoas.
Aqui em Belo Horizonte, a Rádio Itatiáia é lider de audiência, pelo menos ela propaga isto. Mas, com certeza, ela tem uma consideravel hoste de ouvintes totalmente confiantes em tudo que ela fala e veicula.
Quem ouve a Itatiáia nos programas de esporte sabe que sempre vai ouvir os radialistas gritarem, falarem em tom sempre esganiçado como se o programa fosse sempre um programa de auditório. Parece que para ouvir e entender as notícias, o ouvinte tem que ser despertado com esta fala gritada, irritantemente gritada. O agora Vereador João Vitor só fala gritando. Acho que ele pensa que o rádio está com o som baixo.
Outra coisa, querer imparcialidade desta emissora é acreditar em Papai Noel. Ela, acho que em tudo, nega a tal história da imparcialidade. Ela funciona na lógica bairrista, "tudo que é nosso" é que é melhor". "Pelo menos vamos torcer para isto".
Nas coberturas dos times e dos jogos dos times de BELO HORIZONTE, não é de Minas não, o que vemos são sempre radialistas torcedores, de Atlético e Cruzeiro, principalmente. Escute os jogos desses times, mesmo com os clubes do interior de Minas, cidades onde as transmissões chegam com certeza, vemos os locutores oficiais fazerem uma transmissão totalmente voltados para que esses dois clubes saiam vitoriosos. Eles vão dizer que não. Mas ninguém é idiota, só os que querem ser iludidos não percebem. Esses locutores parecem mais animadores de auditório. Os radialistas somente criticam seus clubes quando os mesmos estão fazendo uma temporada ridícula, ridícula mesmo!
Alberto Rodrigues cruzeirense roxo, está sempre irradiando mais como quem está torcendo. Willi Gonzer(?), atleticano, também torce e sempre desconhece que os ouvintes da jornada esportiva do momento podem ser torcedores do outro time. É simplesmente irritante!
Aqueles repórteres que fazem a cobertura nos treinos durante a semana estão lá como que porta-vozes do clube. É preciso fazer a massa acreditar que "agora vai". Basta ver que, no caso do Galo (Atlético Mineiro), Roberto Abras(?) tem até uma sala em homenagem com seu nome. Me pergunte se ele vai fazer alguma crítica a questões mais importantes do clube. Ele é até simpático, moderador, sempre educado. Mas não é isto!
Vamos lá então, abrir o leque e dizer como tem gente misturando totalmente suas participações com "merchand", propaganda de tudo, remédio, restaurante, supermercado, prefeitura, blá blá blá...Isto não é so a Itatiáia. Vejamos exemplos como Milton Neves, o ridículo do Vanucci. Eu fico impressionado com a cara de pau deles. Eles ficam mais de dois minutos falando de produtos e, como que de repente, chamam os comerciais. Dá pra entender?!?
Tem um programa na Rádio Alvorada, Belo Horizonte, às 21h, que é até mais informativo e de qualidade. Há uma certa preocupação em ser mais imparcial. Mas eles não conseguem de tudo. São torcedores sim. Tudo bem, isso não é pecado, quem gosta de futebol sempre tem um time do coração. Entretanto, eles são homens de mídia.
Sempre que estou no carro eu escuto o programa deles. Mas dá pra ver que os participantes principais, a toda hora figuram como garotos propaganda. Falam dos empresários ou dos políticos como se eles não recebessem por suas falas, querendo nos fazer crer que são na verdade amigos: é "o Carlinhos", "o Carlyle", "é o Aécinho"! etc, etc.
Será que se algum produto desses que eles propagandeiam não cumprir o que promete, esses profissionais da tevê e do rádio falarão alguma coisa, se desculpando, se um remédio for apontado como proibido, ineficaz, ou mesmo deletério e prejudial? Ou se um restaurante desses que eles sempre falam que são de proprietários amigos que eles sempre encontram e se visitam, de repente fosse acusado de alguma irregularidade, ou por maus tratos a consumidores?
Tudo bem que uma emissora de rádio ou uma Rede de tv faça vendas de produtos. Porém, horário de propaganda não pode ser confundido com notícias e argumentações que se pretendem reportagens factuais, notícias sobre a verdade dos fatos, críticas sobre as causas de problemas que envolvam os clubes, os esportes. Tem muitas coisas nos bastidores dos clubes e dos espetáculos que precisam ser reveladas e que, no entanto, não são tocadas ou são completamente envolvidas com interesses comerciais. A grande Rádio dos Mineiros vende de tudo: remédio para os rins, hemorróidas, água purificada, etc.
Eu estou cada vez mais migrando para as emissoras que tratam o ouvinte ou o espectador como alguém inteligente, alguém que pensa e que merece ser tratado como gente adulta.
Pronto gente, chutei o balde.
Tem alguém aí que que dar sua opinião?

segunda-feira, março 02, 2009

Diálogo sobre educação...

Postagem de uma parte de um diálogo sobre educação entre Hermélio José e Célia Regina.
Quem quiser participar, por favor, não faça cerimônia!


Na escola em que trabalho, também falamos sobre a importância da educação de uma forma geral, como meio de se dar condições aos alunos para sua sobrevivência no mercado de trabalho. Particularmente, desde o tempo da faculdade, quando ainda era professora primária, dizia aos meus colegas e professores, que acreditava que a única forma de se alterar o rumo da nossa História, seria através da educação. Um professor ficou espantado, e perguntou se eu realmente acreditava nisso, o que defendo até hoje. Enquanto não investirmos pesado na educação, pode mudar o governo, pode mudar o partido, que continuaremos sub. Os cursos de magistério são fracos e os professores hoje não sabem muito além dos alunos. As salas de aula lotadas de alunos não significam que o nível de cultura tenha aumentado. Significa basicamente que os mesmos estão recebendo um certificado de escolaridade e não de educação. Temos o péssimo costume de copiar modelos estrangeiros, e não buscamos soluções práticas pra nossos problemas. Faz muito tempo que estou fora da sala de aula, mas as notícias que tenho são alarmantes. A sociedade mudou e as escolas continuam as mesmas. com agravantes. Os pais são outros, as famílias têm outras formas, e as escolas não alteraram seu papel e função nessa nova sociedade. Ainda não se leva em conta que os alunos também carecem de problemas afetivos e emocionais, que precisam de apoio como se fosse em casa, dá pra entender? As escolas devem ser uma extensão da casa. Além disso, precisam de conteúdo. precisam conhecer a natureza e suas ciências. Tudo isso, não dá pra exigir de um professor que não sabe nem quem foi Darwim, nem conhecer o mínimo de psicologia ou filosofia, o que é melhor. De um professor que não tenha um mínimo de vivência, pra não dizer conhecimento, artístico/musical. Há que se investir na educação dos professores. Não basta falar que o seu salário deve ser melhorado. Carecemos de levar mais a sério o ensino fundamental e médio. Pra isso precisamos de mão de obra super especializada: o professor.
Abração,

Célia Regina - SP - São José dos Campos

domingo, março 01, 2009

Mr. Roger...

Foto do Rogério, enviada pelo Fio.

Onde será?

Não sei. Quem sabe?

Só sei que é linda e diz tudo!

Já sabemos, Clara enviou a seguinte mensagem:

"a foto foi feita pelo meu irmão Luca (Mário Arreguy), ali por 1977, no sítio da Carmo, para onde íamos nos fins de semana. Vou achar outra em que estamos todos, Rogério inclusive, Newtão, Rominho, Regina, Petrônio, a galera. Mando em breve."

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Conflito: Judeu x Judeu

e-mail de Hermélio José Coutinho Campos
23 fevereiro 2009


Povos e povas,

Andei viajando pelo mundo "internético" e acabei encontrando esse "post" de um duplamente grande (2 metroe e pouco de altura) jornalista brasileiro, que morreu em 2008, o Fausto Wolff.

Ele escreveu, por muito tempo, no pasquim que, pra quem possa não ter conhecido, foi um dos fatos mais importantes no jornalismo brasileiro, um jornal lançado nos anos 1960 e que enfrentou duramente, e com muitíssimo humor, a ditadura militar brasileira.

Este texto é de dezembro de 2007 e é simples e esclarecedor sobre as questões relativas ao judaísmo, semitismo, o estado de israel, palestinos e, de forma geral, a política desse nosso mundo globalizado.

Acho interessante sua leitura, numa época em que fatos ligados às questões acima estão todos os dias em nossos aparelhos de televisão, rádios e nos jornais e revistas.

Penso que é claro em relação à diferenciação do atual estado de israel e sua possível ligação com o israel bíblico, a terra prometida ao povo de deus.
e o legal é que a discussão sobre o assunto é feita por dois judeus.

Aproveite a leitura, se for de seu interesse conhecer um pouco dessa confusão que, vira e mexe, aparece de todo jeito em nossas casas.

Zé Hermélio.


http://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2007/12/17/conflito-judeu-x-judeu-por-fausto-wolff/



CONFLITO: JUDEU X JUDEU
por Fausto Wolff

Dezembro 17, 2007 8:40 am por Equipe Palavreiros da Hora
Outro dia recebi a visita rápida de meu velho amigo e colega Mário Augusto Jakobskind. Acabamos falando em Hugo Chávez, porque não há nada no mundo - desde as nevascas em Oklahoma até o preço do pão no Rio de Janeiro - pelo qual este inca não seja responsável. Mário estava irritado, porque uma das maiores autoridades sionistas do Brasil, Mário Gomlewsky, assinara na revista Menorah algo que Bush subscreveria.
E respondeu:
“Esta é uma pequena crítica ao pensamento único e à mesmice em relação à Venezuela. Vocês seguem o senso comum e o pensamento único de criminalização de um processo revolucionário. Na verdade, se orientam pelas mentiras e meias verdades da mídia conservadora. Por que nunca se pronunciaram contra as torturas em Guantánamo e a ocupação do Iraque? Por que apóiam incondicionalmente as atrocidades que sucessivos governos de Israel têm cometido na Palestina? Por favor, não usem o argumento de que o autor destas críticas é anti-semita, como fazem habitualmente contra quem não aceita o jogo do pensamento único que vocês costumam jogar. Saibam também que nem todos os judeus são sionistas, como vocês, e fazem críticas ao procedimento dos sucessivos governos de Israel não por anti-semitismo”.
Gomlewky respondeu a Mário:
“Diga você se alguma vez se pronunciou a favor do Estado de Israel. Mesmo quando foi ameaçado por Nasser de ser arrastado com todos os habitantes para o mar. E quanto ao que diz o presidente do Irã sobre o Holocausto? Vá pregar na Venezuela essa ladainha velha, surrada, que já virou pó na história, e tomar porrada dos estudantes de lá. Eles sabem quem é o Hugão melhor do que você. Será que você tem vergonha da história do seu povo? Eu sou sionista. Você, como se define? Cego, surdo político? Ou verdadeiramente mal intencionado? Não tenha vergonha de ser judeu. Nós dois iremos para a mesma câmara de gás, se depender de gente como o Chávez. Você certamente irá, alegremente, cantando o hino da Internacional. Você rotulou no seu pronunciamento. Faz parte da prática de gente que pensa torto como você. Fazer e acusar os outros de terem feito. Leia o que você escreveu e veja quantos rótulos escrotos você dedicou a nós”.
E eis o último round.
É a vez de Mário Augusto:
“Sua resposta confirma exatamente o que escrevi. Seu sionismo só contribui para o incremento do anti-semitismo. Meu sobrenome não esconde minha origem. Nunca neguei, como o senhor idiota e sectariamente tenta induzir. O resto é elocubração de um autoritário de direita, vinculado a sei lá o quê. O senhor não polemiza, não tem argumentos. É um colonizado mental, como tantos neste seu mundo globalizado. A agressão verbal é a marca da mediocridade. Continue sintonizado na mídia conservadora e de direita, pois lá é seu mundo. Não vou polemizar com quem se comporta dessa forma colonizada mental. Mais uma vez, não use seu sionismo de direita para chantagear. Aliás, o senhor não entende o que é isso. Antes de defender ou atacar os governos de direita de Israel, que o senhor defende incondicionalmente, minha opção é ficar ao lado das classes populares brasileiras, latino-americanas, palestinas, israelenses e do mundo inteiro. Este, claro, não é o seu mundo sionista de direita. O senhor está do outro lado da história. Está com Bush e com os fundamentalistas, sejam eles judeus, cristãos, muçulmanos e o diabo a quatro que pululam no mundo globalizado, onde a pensamento único, que também é um dogma, predomina. Quanto ao holocausto, não use essa tragédia histórica também para chantagear tal qual Bush e seus sionistas. Mais respeito pelos que morreram, que muitas vezes eram de esquerda e das classes populares. O senhor nunca ouviu falar de judeus de direita que transacionaram com o fascismo italiano? A maioria deles seguia o seu ideário dogmático. Quanto ao Irã, não baseio meus posicionamentos em informações de agências internacionais comprometidas com o esquema fundamentalista cristão-sionista que ocupa fraudulentamente a Casa Branca. Minhas fontes do Irã não são oficiais, e sim da colônia judaica, não-sionista, que vive há mais de três mil anos nesse país e se nega a emigrar para Israel, a ‘terra prometida’. Será que eles negam a sua origem? Será porque a mídia conservadora omite essa informação? Não seja um analfabeto político. Não confunda o Estado de Israel com os governos de direita de Israel, que o senhor defende”.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Gimarães Rosa

















"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem..."

Guimarães Rosa


sábado, dezembro 20, 2008

Here comes the sun...


"Here comes the sun..."


Vem sol, aquecer os corações que dura experiência quis gelar,
vem derreter as paredes de gelo que insistem em permanecer.
Na busca da vida, uma parte especial de tua Luz brota no íntimo, no coração,
lá, em um lugar preparado.
Vem então, sol, abre o teu sorriso,
abre pétala por pétala essas flores,
bate na porta, chama para ver o rio que não para,
o rio que dimana de Deus.
Vê como as corsas, sedentas, buscam Suas águas.
O coração bate, respira emoções, transmite razões,
ensina o prosseguimento.
Vem sol, dizer que tudo é vida em transformação, que tudo vive em todos,
e que o morrer é viver no todo, é viver em nós,
é fazer parte elementar e atômica da vida universal.
Vem, mostra que o Amor permeia nossas dores,
cura nossas almas enquanto cuidamos uns dos outros.
Vem sol, Astro Rei.
Brilha por detrás das nuvens, mesmo que carregadas,
deixa que nossos olhos vejam que continuas aí,
quente, vital, magnético, doador de vida.
Espera nossas chuvas passarem,
reanima com calor o nosso amar,
atiça teu representante em nós,
tua Centelha de Deus que no coração dos homens espera,
o teu Grão de Mostarda, essa semente do Universo Maior,
esse teu espelho refletor poderoso de Luz,
que será mais uma vez soerguido por teus ráios.
Vem Sol!

domingo, novembro 30, 2008





Newton viajou, focou o cosmo e
partiu deixando pedaços de riso em nós,
brincadeiras de uma vida séria.
Se foi ontem...dia triste,
dormiu e não acordou aqui, pelo menos,
abriu os olhos da alma livre,
está agora olhando um novo hoje.
E aqui, um hoje de saudade, impossível não sentir,
porque impossível não ter sentido nele a inocência, a criança, o amor por todos.
Quem dera pudéssemos viver todos juntos novamente.
Mas aqui, pelo menos...sabemos que recomeça novo ciclo,
um recomeço de saudade...dor no fundo...espelho de uma memória muito machucada...
é momento de testar e saber que Deus está conosco,
e está com ele, como ele sempre quis.
O mundo ficou um tanto sem graça agora,
pelo menos até entendermos o sentido das coisas,
das esquinas e dos clubes que forjamos com a carne do coração, que dói agora.

Boa viagem , meu querido irmão,
que aprendamos um pouco da sua doce figura, amiga de muitos amigos,
semente deixada a ferro e fogo aqui em meu corpo,
somos puro amor, por isso sofremos.
Que nossas vidas-alma possam um dia festejar o reencontro...
Vai com Deus.


Carlos Wagner

quarta-feira, novembro 05, 2008


Encontros
Carlos Wagner
27/10/2008


Encontros enquanto encantos,
nos cantos das paredes desse quarto, nosso mundo,
penso só, lembro junto,
o mundo, planeta nós,
quarto crescente de lua, a alma, o prata clarão, o ser que se ilumina,
em certeza, em beleza, em aprender.
Encontros, quantas vezes nós, abertos ao novo,
encantados e perplexos, respiramos ofegantes,
assustados com o imenso, com o pujante fluxo da vida.
Encontros, ciclos,
segundo leis quase incompreensíveis, somamos alentos,
momentos e instantes.
Ali, onde nosso espírito diz: “vivo”, expressa: “quero”, e mesmo “discordo”,
alí onde a alma, pequenina, qual criança indefesa,
admira os seres, gosta e desgosta, esbarra no impessoal,
transcende e abarca o humano,
refaz planos, constrói em conjunto, subtrai em segundos,
planeja as dúvidas, escuta as cantigas, os sons das almas alheias,
o canto dos encontros, as harmonias de nós.
Encontros, viagens mágicas do ente humano,
nós de uma corda de enlace, amplexo de vozes em tons,
nós, apertados peitos, cordiais vibrações, cordas vocais,
soamos às vezes em uníssonas harmonias,
e não importa que muitas vezes distoantes e em conflito,
porém, encontros de vozes, pessoas, entes vivos e importantes.
Encontros, despedidas, partimos em viagem, não importa o lugar,
se distante, se distinto, singulares enquanto iguais,
idênticos enquanto díspares.
Somos assim,
construímos as paredes, solícitas, solidárias, que agüentam provas.
Encontros, forjamos prédios, casas, edifícios do viver,
escolas do saber ser,
que cabem múltiplos moradores,
lar, cuja matéria emerge do coração, contém o mundo e seus sonhos.
Encontros, acasos, segundos na eternidade,
segundos, ciclos, revoltas em espirais,
aspirantes pelo novo ser, pelo novo saber, certeza de um novo fundar.
E seguimos, esquecidos do medo,
rasgamos as cortinas do mesquinho,
encorajados pelos laços do bem querer, forjamos novos e velhos Encontros....
Carlos Wagner

segunda-feira, novembro 03, 2008


Erráticas certezas

Carlos Wagner


Incertas, furtivos mergulhos no paradisíaco,
Lembranças aguçadas, dias de sol no íntimo.
Incertas, acertos, por certo, fico admirado,
combino com o nada, útil lente de ver o agora,
certas canções, certos sibilos, certos brilhos nos olhos.
A certeza fugidia se expressa repentinos clarões,
não me assusto, não surto, furto lembranças de glória,
fico incertamente tranquilo,
o paraíso é onde estou.
E o que mais?

Carlos Wagner

quarta-feira, agosto 27, 2008

Parabéns Hermélio

Postado por Carlos Wagner
Mensagem de Sônia Lúcia para Tio Hermélio


Quarta-feira, 27 de Agosto de 2008 9:17:19 Assunto: Parabéns para o meu QUERIDO

Olá Primos queridos,
Peço-lhes que imprimam e levem para o Tio Hermélio.


Hoje ele completa 85? anos. Sempre foi um dia de muita felicidade para mim, porque ele é uma referência muito marcante em minha vida. Espero que nós possamos comemorar, ainda que de longe, por muito tempo, essa data, Tio Hermélio. Você não sabe o quanto tem de história na vida de todos nós. Você e a Dindinha Anália constituiram uma família muito bonita, que eu e a Maria Sueli consideramos sempre como irmãos. Espero que estejam todos aí com você, nessa união e amizade e sei que há um que está longe de corpo, mas unido de alma, assim como nós não esquecemos dele.

FELIZ ANIVERSÁRIO TIO HERMÉLIO.
EU E O CHICO ESTAMOS REZANDO POR VOCÊ.
BEIJOS SÔNIA LÚCIA

sábado, agosto 23, 2008

Patrícia e Cida prestigiam o debate onde Hermélio Soares figurou como participante

terça-feira, agosto 12, 2008

Yuri Firmeza em BH





Aproximou-se de nós, Yuri, em nós apertados dessa corda das linhas da amizade, artista? arte história de encontro, uma célula que do passado buscou aquelas vivências que sentimos saudades, aqueles meninos da esquina dos "calças raladas na bunda", noites de meio-fio.
Aproximou-se, aportou-se em nosso mar, costas de práias várias, gente generosa, eu sei...
Belo Horizontem de nossa rua pitangui, sagradas cúpulas,
belos horizojes espalhados em olhartes e projetos bem-vindos.
Bem-vindo Yuri
Carlos Wagner




Que lugar é este?

Projeto de artes plásticas quer interagir com a cidade e propõe diálogo com a população de Belo Horizonte

Yuri Firmeza


Há alguns meses, em Fortaleza, ensaiou-se a discussão, em tom de denúncia, acerca do roubo e do estado depredado de esculturas instaladas em um parque da cidade.

Ainda que não seja simpatizante das “escolas” que pensam o corpo social por uma perspectiva orgânica - em que cada órgão tem, a priori, sua função preestabelecida e bem definida -, parece-me que a questão do Parque das Esculturas se trata de expulsão dos materiais indigeríveis, da devolução daquilo que não assimilamos.

Estou falando, aqui, do vômito, a máxima recusa. “É o estômago que, como sempre, revela a verdade.” Porém, antes de chegar ao estômago, há o ato de engolir e seu predecessor, o ato de mastigar.

E, se o problema é de assimilação, o Parque das Esculturas passa a ser apenas índice de um problema mais abrangente. Algo entalado por conta da mastigação inadequada.

À semelhança de outros - vários - projetos realizados no Brasil, a tentativa fracassada de aproximação entre arte e vida - no caso, a construção do Parque de Esculturas - instaura fosso ainda maior na relação do público com as obras. Efeito contrário ao proposto, inicialmente, pelos idealizadores dos projetos.

O apartheid que vemos no malogro desses projetos aponta não apenas para as lacunas entre as obras e os transeuntes, mas sinaliza, sobretudo, para a distância entre os artistas, a cidade e a população.

É preciso pensar a cidade - toda a complexa rede de relações e forças que a perpassam e lhe são inerentes - antes de pensar a “arte pública”.

O problema, talvez provocador desse regurgitar coletivo, é continuar insistindo na tentativa de apaziguar as carências de uma dinâmica cultural por meio de eventos e projetos megalomaníacos que operam apenas como mais um espetáculo entre tantos.

Desse modo, a melhor forma de não sofrer indigestão é mastigar as coisas de forma muito consciente. E, para isso, cada pessoa tem um tempo particular. O tempo de reduzir os grandes pedaços a pequenos farelos.

Tenho o meu tempo em Belo Horizonte. Esse tempo tem duração de 13 meses. O tempo da Bolsa Pampulha, projeto do qual estou participando e motivo de minha residência na cidade. Já se passaram alguns consideráveis meses que estou por aqui mastigando, ruminando, engolindo e, esporadicamente, vomitando.

A atual edição da Bolsa Pampulha tem como proposta de seu desfecho não mais uma exposição nas dependências do Museu de Arte da Pampulha: “Cada artista selecionado realizará ação expositiva concomitante ao resultado de seu trabalho, prevista para 2008, em espaços públicos da cidade de Belo Horizonte”.

Acredito que o formato de uma bolsa como essa possibilita relação mais intrínseca com a cidade, justamente por apostar nos bastidores, na mastigação e, por esse motivo, difere de eventos que visam simplesmente às luzes dos holofotes ao final do show.

O fato é que, para apresentar o resultado do trabalho desenvolvido ao longo deste ano, em espaços públicos da cidade, como previsto no edital da Bolsa, faz-me necessário um líquido.


O PRIMEIRO GOLE:

Assumir que estou vivo

Pensar minha estadia na cidade como sendo a minha intervenção no espaço público. Criar esse espaço por meio, justamente, das relações que invento com “a cidade”. Chegar a Belo Horizonte, amassar e moldar pão de queijo com a Anita, conversar sobre os mexilhões dourados com a bióloga Mônica Campos, dialogar com os motoristas de táxi na tentativa de entender o fluxo da capital, ir ao festival de cinema de Tiradentes, conversar com os travestis da Afonso Pena à procura de alguma Yuri, aprender a tocar flauta, ir a Patos de Minas, conversar sobre meus trabalhos com os alunos da Escola Guignard, escrever diário, andar com mapa no bolso, dar oficinas, seguir carteiros, ir a Lagoa Santa, ziguezaguear no Opala de Pablo, ir às reuniões de condomínio, fazer performances, comer doce de leite, ir ao museu, fazer piquenique no Parque das Mangabeiras, encontrar-me com os outros bolsistas, ir a Ouro Preto, conhecer pessoas na rua, desenhar a cidade, desenhar na cidade, desenhar-me cidade.


O SEGUNDO GOLE:

“A cidade” entre aspas

Enfatizar que a cidade que me interessa pensar não é apenas a cidade literal, física, arquitetônica, maciça. Mas todo o seu contexto - social, político, cultural.


O TERCEIRO GOLE:

Uma plataforma

Brasis. Fragmentos. Isolamento e falta de diálogo. Dificuldade de interlocução e uma pretensa história da arte. Era uma vez... no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Minha inserção no Pensar pretende criar um dispositivo para a produção de pensamento, conversas, fluxos e circuitos. Tal inserção faz parte do meu diário de experiências cotidianas. A partir de agora, o jornal se configura como plataforma comum para que as conversas reverberem em outros corpos.


O QUARTO GOLE:

Uma questão para além da ótica

Belo Horizonte vista por vários prismas, mas, sobretudo, inventada por cada toque. Uma cartografia em constante mutação. Que lugar é este? Para um geógrafo, para um cientista político, para um motorista de ônibus, para um artista “estrangeiro”, para pessoas que se movimentam e atuam de forma muito peculiar na cidade, para você.

Sim, Belo Horizonte, essas são algumas abocanhadas; eu não seria capaz de conversar e começar de outra forma. E, caso a conversa fosse outra, as esculturas seriam roubadas, o parque estaria em ruínas, as obras restariam depredadas e o sonho findaria saqueado.

Finalizo este texto com as palavras também finais de Miwon Know, em Um lugar após o outro: anotações sobre site specificity. “Somente essas práticas culturais que têm essa sensibilidade relacional podem tornar encontros locais em compromissos de longa duração e transformar intimidades passageiras em marcas sociais permanentes e irremovíveis - para que a seqüência de lugares que habitamos durante a nossa vida não se torne generalizada em uma serialização indiferenciada, um lugar após o outro.”

O que me surpreende é o fato de que, em nossa sociedade, a arte tenha se transformado em algo relacionado apenas a objetos, e não a indivíduos ou à vida; e também que a arte seja um domínio especializado, o domínio dos especialistas, que são os artistas. Mas a vida de todo indivíduo não poderia ser uma obra de arte?

Michel Foucault

Este texto é também uma escultura.


Yuri Firmeza é artista plástico e participa do Programa Bolsa Pampulha, do Museu de Arte da Pampulha (MAP)

Texto publicado no jornal Estado de Minas

Pensar - Sábado 09/08/2008

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