domingo, dezembro 30, 2007

Eu tive um sonho

Este texto é melhor visualizado no site: http://coutinhocamposnoseoutros.blogspot.com

Eu tive um sonho...

Nele, chovia forte,a tempestade cantava sons de tempos difíceis,
Nele, um exército revolucionário seguia com seu comandante,
corajoso e altivo,
induzindo seus soldados ao avanço intrépido, forçando suas tropas na intempérie fatal.
Também em meu sonho árvores fortes, de raízes profundas, exibiam sua garbosidade, grandiosidade e fixidez, imóveis diante do vento, enquanto outras, parecendo desesperadas, se moviam e se curvavam ao sabor da ventania...
O tempo passou e de novo se fez paz...
...e restaram da intempérie, floridas árvores flexíveis, e pelo caminho, quebradas, mortas, árvores inflexíveis,
e soldados, também mortos por um comandante corajoso e inflexível que, incapaz de uma leitura histórica, com objetivos rígidos e inflexível estratégia, animava seus comandados a enfrentarem o tempo fatal.
E acordei olhando a realidade....
...e segui com os olhos abertos, difusamente atentos, em movimento...
...para o passado, pelo exemplo,
...para o futuro, pela meta,
e, principalmente, para o presente, atento para as armadilhas da lógica fácil.

Carlos Wagner

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Homenagem merecida...

Amigos,
segue aí uma comunicação que o Zé nos mandou. Achei importante blogá-la neste espaço. É uma bela homenagem ao Sr. Hermélio Soares Campos, meu pai.

De:
Jose Raimundo Cardoso Filho
Enviada em: segunda-feira, 10 de dezembro de 2007 09:22
Para: Hermelio Jose Coutinho Campos
Assunto: ENC: Homenagem a Vera Magalhães

Hermélio,

Quando meu cabelo ainda era grande, logo após o fim da Ditadura, estava numa palestra na FAFICH sobre o período sombrio quando um sindicalista fez um desabafo que deixou toda a meninada classe média um tanto sem jeito. Falava-se muito dos garotos que tinham morrido na luta armada até que aquele sindicalista lembrou que ninguém rendia homenagem aos sindicalistas pobres mortos, perseguidos, exilados e que foram muitos.

Na verdade eu acho que, mesmo pensando que a luta armada foi um equívoco, todos se ferraram, ricos e pobres, sindicalistas ou estudantes.

Poderia escrever toneladas sobre isso. Mas vou lhe dizer apenas que me tocou ver que o senhor Hermélio Campos foi sindicalista exatamente no período mais barra pesada de toda a história brasileira. Isso é que é estar no lugar errado na hora errada!

A história oficial é feita por homens que ocupam grandes cargos. Já a Aventura Humana é feita por homens que têm coragem para segurar ondas que poucos (a maioria de nós, eu inclusive) não seriam capazes.

Dê em seu pai um abraço por mim.

Raimundo

quinta-feira, novembro 22, 2007

Rápida história da sagrada...






História da Sagrada Família


Texto e foto obtidos no site:


www.jornalnossahistoria.com.br


Nos seus primeiros tempos, o bairro Sagrada Família ficava plantado a beira do córrego da mata, hoje canalizado, sob a moderna e movimentadíssima avenida Silviano Brandão. Sagrada Família começava com o presépio do Pipiripau, quase debruçado à margem do córrego. A esse presépio, se chegava através de uma pinguela de pau e estreita.


Isso foi o princípio do bairro, que ia subindo morro acima, acompanhando a velha rua Conselheiro Lafaiete, única existente na época. Tempos depois, esse novo bairro passou a subir pelas ladeiras de rua General Carneiro, a mais larga e a melhor arborizada.


Todas as pessoas do nosso bairro desciam o morro para pegar o bonde do Horto, que subia e descia a rua Pouso Alegre, em busca da saudosa e ensombrada de árvores, a Praça Sete. Este velho bonde rodava pela avenida do Contorno, viaduto da Floresta, rua Caetés e, mais tarde, rua da Bahia, para alcançar o centro.


O nosso bairro possuía alguns automóveis que, mesmos velhos ou antiquados, era a expressão de classe e pode econômico. Hoje, como toda Belo Horizonte, o bairro convive com o crescimento conturbado da especulação imobiliária. Mas, muito ainda pode ser visto da saudosa comunidade, o bairro continua um excelente lugar para se morar e amizade ainda prevalece.


Origem


O bairro Sagrada Família começou a ser povoado no início do século XX, com a fazenda do Sr. Altamiro Corrêa que, posteriormente, demarcou os lotes e vendeu cada unidade por 400 mil réis, em prestações de 50 mil réis por mês. Foi na administração do então prefeito da época, Otacílio Negrão de Lima, que esta fazenda foi transformada em loteamento. Os nomes de algumas ruas como João Gualberto Filho, Stela de Souza, Genoveva de Souza e outras mais, são em homenagem a familiares de João Gualberto, um dos primeiros moradores do bairro.


Nome atual -Primeira versão Sugerido por Maria Brasilina, mulher de João Gualberto, em 1913, o presépio do Pipiripau foi montado, o que inspirou Maria Brasilina a sugerir a troca de nome para Sagrada Família.


Segunda versão De acordo com alguns moradores, no início da década de 40, o padre Alemão Idelfonso Beu, construiu a igreja da Sagrada Família e resolveu mudar o astral da vila, que era considerada uma periferia perigosa e procurada para trabalhos de magia negra, escolhendo um nome católico.


Divisão Geográfica O bairro era formado por treis fazendas: Fazenda de Juca Cândido(Lajinha), Fazenda de João Carlos e a Fazenda Maria Brasilina (parte das terras doada pelo seu pai João Carlos).
Dentro da Fazenda Maria Brasilina, foram criadas pequenas vilas como: São João, Reunidas e Lili.


Religião A primeira missa foi celebrada pelo Monsenhor da igreja da Floresta, na primeira capela do bairro, rua João Carlos, esquina com rua Conselheiro Lafaiete. A pedra fundamental da igreja da Sagrada Família está localizada entre a igreja velha (hoje, salão de festas) e a casa paroquial, onde documentos foram colocados dentro da cavidade esculpida na pedra. Por solicitação dos moradores, foi colocada uma cruz na rua São Lazáro, quase esquina com a rua São Luiz, onde se realizavam as missas aos domingos. Não podemos esquecer que o Cruzeiro que existia, onde hoje é o EPA Supermercados, foi fragmentado em pedaços e, uma das partes, se encontra na igreja Sagrada Família, transformado em crucifixo. O padre Idelfonso muito se destacou pelos trabalhos realizados, mas saiu da paróquia alegando estar sendo caluniado e injustiçado.


Curiosidades Entre as ruas Conselheiro Lafaiete e rua Pitangui, havia uma porteira e a seqüência da rua era apenas uma trilha.


A casa de jogo de bicho era explorada pelo Sr. Victor e “Coração” seu irmão.


Às quintas-feiras e aos domingos, jovens se reuniam na casa do Sr. Raul para um sarau, onde surgiram vários casamentos. Não podendo esquecer os bailes na Filarmônica-casa de dança, que se localizava entre o bairro Sagrada Família e Horto Florestal.


A avenida Petrolina era um córrego , hoje canalizado, onde se pescavam trairas, bagres e piabas.


No conjunto de aparte mentos entre as ruas São Luiz e São Marcos, próximo a construção da Academia Forma Física, era o famoso “campo da Grota” hoje Praça Antônio Menezes.


A biquinha localizada na rua Abílio Machado com avenida Petrolina é proveniente de um poço artesiano.


A pedreira no “Buracão” empregava muita gente e ficava situada no meio da rua Volta Grande. E, no caminho da rua João Carlos, existia uma ponte para fazer o cruzamento com a rua Conde Ribeiro do Vale.


Também muito famosa era a lagoa no terreno Sr. Alfonsus Guimarães, muito conhecida, que fazia divisa entre o bairro Sagrada Família e a região que hoje conhecemos como Cidade Nova, que naquela época era um terreno acidentado por barrancos e possuía Mata Atlântica, conhecida por Fazenda do Estado ou Instituto Agronômico.


A formação educacional, na época, acontecia apenas no Grupo Escolar Helena Pena, a primeira escola do bairro, fundada em 1945.


Nos anos 50, o futebol, já consagrado como esporte favorito dos belo-horizontinos, ganhou força com a construção do Estádio Independência.


A grota, como era conhecida pelos moradores, foi o ponto alto da história do nosso bairro. Times conhecidos como: Novo Horizontino, Lafaiete, Ideal, Ponte Preta, São Carlos, João Carlos, Maravilha, Cruzeirinho, Brasilina, Palmeiras, Gráfica, Oriental, Estrelinha, Lunense, Meridional, Independente, Republicano e outros, estão guardados na memória dos antigos moradores.


Em 1958, foi inaugurado o Cine Casbah, o primeiro e único no bairro Sagrada Família. Localizado na rua Genoveva de Souza, 975.


A alegria das manifestações culturais e as festanças de ocasião eram por conta da Escola de Samba Unidos da Brasilina e as congadas do Sr. Galdino e do Sr. Alberto dos Santos.


O transporte coletivo era feito pela Viação Vitória até à Pracinha Nilo Peçanha e lotação jardineira, dirigida pelo motorista Zezinho, ia até a rua que hoje se chama Godofredo de Araújo. Curiosidade: o famoso Guarda-Louça era o nome do ônibus da linha Vitória. Os carros de praça (táxis) eram do Sr. Augusto, Dedé e José Prata.


Com o tempo, outros moradores foram chegando, pessoas que a memória guarda profundamente. São muitas as lembranças, tudo com seu tempo marcado na história!

Tempos

Lá se vão os tempos
são outros outonos
diversos movimentos, atos e histórias
contos reais de gente viva,
tempos, mudanças, ir e vir de idéias e ideais,
artes e admiração, música fluindo na memória da história
contida no coração dos nós conhecidos, atados em ligações tênues estabelecidas nos tempos de sempre.
Os tempos permaneceram em mudança, levando nosso desejo de segurança a acostumar-se com o impermanente, com o efêmero que há em tudo, porém, que a memória registra indelével.
No mar dos registros, símbolos e signos, navego com o coração em paz, acolhendo o amor que há na interação de tudo e todos.
Pulsa Vida, pulsa nosso pulso, pulsa o coração
lembrando de "cor e salteado", fazendo arte em minhas veias, velhos rios dentro de mim.
Que seja útil o rio de mim, magnético vibrante de alma a alma.
Que seja ágil mesmo que frágil o movimento da liberdade
soltando a mente prá fora dos padrões petrificantes.
O tempo dirá a resposta sobre "que fim levou aquele sonâmbulo sem nome?"
Talvez dirá: "transformado em gota, pulou para dentro do rio da Vida de sua Origem".

terça-feira, novembro 13, 2007

Tudo certo!

Após mais uma cirurgia....
Anália mais uma...
Anália que firme nos mira, de um lugar para onde, confusos ficamos olhando...
lá vai mais uma, e ela passou e está de lá a dizer: "vergo mas não quebro!".
Olha, tudo bem, ficamos felizes, ficamos perplexos...
ficamos de perto aprendendo a admirar a fibra dessa mulher.
Parabéns

sexta-feira, outubro 12, 2007

Ah! o amor



Ah! o amor,
que fruto estranho é esse que embriaga
tira-nos partes da razão
afoba-nos
remoça-nos
nos tira do controle
nos toma de gato-por-lebre
tira uma virgindade da inocência (pleonasmo)
mas é...mesmo assim
fundamento de tudo, base de tudo o que o homem faz
base dessa civilização cheia de contraditórios processos
cheia de ódio, seu irmão gêmeo,

ah! o amor, que só não se basta
carrega à tira-colo a reação a tudo que é ação,
carma e darma
bem e mal
bom e mau
noite e dia
morte e vida
medo e coragem
tudo duplo, enfim,
equilibrando uma vida polo-a-polo
começo meio e fim "ad infinitum",
Será esse o verdadeiro CARITAS UNIVERSAL?

Há dois amores?
Sinto que sim, sinto

sinto que cintos se partem, tempo poderoso, Rei, disse o Gil,

"vejam como as águas, de repente, ficam turvas!"
"Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não sei,
transformai as velhas formas do viver",

ah! o amor, estranho ser entre nós, tão perdidos nessa estrada...
devorados pela esfinge por não termos decifrado seu enigma, seguimos...
todo garbosos, desconhecendo as chagas abertas em nossos corpos fatigados,
chorando, porém, pretenciosamente orgulhosos de nosso amor menor, incapaz de trazer a paz.


Que venha o despertador desassossego!


poesia

AMOR - SUBSTANTIVO ABSTRATO
Anália Coutinho Campos

Amor, substantivo,
Substantivo abstrato...
Está na gramática,
está nos dicionários.

Porém o que dizem os poetas,
Os amantes, os profetas?
Que ele é a mola mestra
que dirige a vida.., e ninguém contesta!


Que é lindo e forte, e às vezes sobrevive até depois da morte...
Não importa se no sul ou norte.
O amor e o ódio são dois sentimentos
Antagônicos, mas semelhantes.
O primeiro pode até, se desprezado,
num grande ódio se tornar, somente.

O ódio, por sua vez,
pode se transformar,
em um amor tão profundo,
e desafiar Deus... e o mundo!

O AMOR não e um só, são muitos,
são vários, que numa palavra apenas
podem caber, podem viver,
podem, mesmo, florescer.., crescer.

Amor que cria,
Amor que mata, maltrata,
Amor-sadismo, egoísta,
Amor masoquista!

Amor criança — esperança...
Amor saudade — maioridade!
Amor demente, inconseqüente...
Adolescente... amor prudente!
Amor de mãe, tão lindo e forte!
Que sofre sorrindo,
mas às vezes chora, na alegria,
se lhe sorri a sorte...

Amor - paixão - incandescente!
Amor maduro, amor que dura...
Até à Eternidade,
AMOR - SAUDADE!

Amor antigo, amor moderno...
Entre amantes - amor promessa,
enquanto dure, amor eterno!

Estão aí mostradas,
De maneira simples e pessoal,
As diversas formas de AMOR...
Porem a mais pura é aquela que dedicamos

Ao nosso SALVADOR!

terça-feira, agosto 14, 2007

blogger


Hoje encontrei no meu caminho esta folha.
Pensei na hora: para quem tem uma meta, basta seguir a seta.
Valeu, eu entendi.

E gostei.

Um olhar sobre o tempo atrás de nós...

Num dia como o de hoje, pensando nas histórias, que são muitas, nas histórias que são nossas ( como seria possível que assim não fosse ), não nos descolamos das mesmas, não nos vemos separados de nenhuma forma daquelas imagens nada fixas em nossas memórias.
Meninos e meninas, jovens e verdes, pensando grande, pensando em sermos gente influente.
Imagens, muitas, ricas, cheias de gente, cheias de muita crise, no entanto, firmes estávamos em nossas propostas por sermos Humanos, conosco e com os outros. Era uma Era de motivos, de risadas, de críticas e de momentos críticos.
Estávamos lá, numa belohorizonte outra, amena, sem grandes riscos, sem grandes assaltos, em todos os sentidos. Amávamos as paisagens, sonhávamos que éramos os músicos, os pintores, os autores, os escritores, os cineastas, os grandes homens. E éramos tão pequenos.
A estrada não parecia tão longa e sinuosa, como dizia o Paul...E era, e é, e não importa o quanto já caminhamos, importa o quanto já aprendemos e podemos dar os braços, abraços, mandar recados e dizer: vivemos e estamos aqui para dizer que foi muito bom, apesar de muito doido e algumas vezes doído.
Abraço a todos quantos queiram viajar nessas memórias.

domingo, julho 22, 2007

Roberto Dias dá uma canja...

Roberto Dias disse...

"E aí cambada?Assim vejo minha passagem pela "Sagrada Familia", o nome não poderia ser mais apropiado. Foi fundamental na formação do meu carater. Conquistas que hoje são uma realidade, aquela época já eram amplamente esboçadas e discutidas por um grupo de jovens que se atualizava e participava social e policamente de tudo o que estava acontecendo. Participamos de grandes e proveitosos experimentos de onde todos souberam aproveitar só o de melhor que eles nos ofereciam e, num momento certo, todos passaram a encarar a vida com a responsabilidade que ela nos exigia. Um agradecimento especial à dupla que contribuiu de maneira decisiva para que tudo isto acontecesse. D. Anália e Sr. Hermélio, abraços aos dois e saudades. Sentimentos como amizade, solidariedade, justiça e amor nunca foram usados como cliches para que alcançássemos interesses escusos. Saudades de todos."
Roberto Dias.

quarta-feira, julho 18, 2007

Alan, seu comentário merece ir pra frente...

Comentário do Alan é mais um registro histórico...
Valeu "Baby Jones"!

Alan disse...
Que grande honra aparecer no blog, ainda mais ao lado do Lô. Naqueles bons tempos de 1975 o Marculino, Chiquinho Woodstock, Banhaninho (só faltou o Marcio Malhado), resolveram ir pra Viçosa (quem sabe pra estudar agronomia), onde eu, o Enio e a Anita já estavamos estudando (quem sabe passeando). Foi aí que o Marculino nos levou pra Santa Tereza, onde curtimos muito os Borges e outras figuras da pesada (Baú, Beto Louro, Dodge, Leitão, Edésio, Fatima Bocão, ...). Tudo era festa, também com 20 anos, até jiló é sobremesa (como dizia o Roberto Dias). Uma vez fomos num aniversario não sei de quem, com o Lô e o Marculino e os dois tocaram Beatles até de manhã, foi demais. Outra vez o Lô foi pra Viçosa, ficou lá uns 10 dias, adivinha se fui a aula ? era só cachoeiras, sitios, futebol, violão e curtição. E embora o tempo tenha separado todo mundo, não perdemos a ligação e a vontade de ver todos juntos de novo.Aproveito pra deixar o site que o Marculino criou sobre Viçosa:

http://www.naportadobandejao.com.br/

um abração do Baby Jones

terça-feira, julho 10, 2007

Lô Borges e Alan


Olha aí, o nosso amigo Borges sendo prestigiado pelo Músico mineiro Alan Afonso Azzi.
Muito bem , você está bem na foto....
Brincadeiras à parte, o bairro Sagrada Família deu frutos interessantes para as nossas relações ulteriores. Muito próximo à Santa Tereza, bairro do Clube da Esquina, Sagrada Família possibilitou encontros onde a música estava sempre no contexto. Deu até casamento, Telo Borges com Bete Coutinho.
Toninho Horta também passou por lá, sempre visitando a casa do nosso amigo Arnaldo, que acabou preferindo uma vida mais doméstica.
Hoje, um representante dessa época, sempre entre nossos encontros, é o Marcolino, amigo de rua do pessoal do Clube da Esquina e que fez, se não me engano, a ligação. Ele, o Telo e o Nico Borges sempre estavam lá em casa, tocando, brincando e curtindo. Foi o Marcolino que me ensinou a tocar "Equatorial", muito antes de ser gravada. Dá pra vocês?
É isso mesmo, Alan?
Vê se se apresenta e conta um pouco dessa história. Deixa de ser preguiçoso.

sexta-feira, julho 06, 2007

Primos em dia de festa


Carlos Wagner, Beth Coutinho, Valéria Maria, Zé e Newton, em dia de aniversário do Seu Hermélio.
Na Pitangui -
Os tempos vão passando e nós vamos reafirmando, de alguma forma, que a vida só vale a pena se o Amor for o amálgama de todos os acasos. Sempre há motivos para sabermos que "nada é por mero acaso". É só olhar e ver, existe um elo misterioso que nos traz colados indelevelmente.

segunda-feira, maio 28, 2007

Mais frutos da Sagrada Família...


Dia da formatura do pré, da Sara...

Luiza, Ivan, uma garotinha, e a Sara...
O tempo transforma o mundo,

o tempo nos joga pra frente,
o tempo é mesmo um Deus poderoso.
Dentro de mim, parece que ele não existe, pois nem percebi que ele passou.
Só sinto que fiquei mais lento e com uma certa preguiça...
Nossas crianças tratam de desmentir nossa pretensão...
Como na música, "todos os dias, toda manhã, pinduca vai esperar o trem"
"que nunca para".
Estamos aí, nas nossas crianças, que hoje sonham com suas crianças...que sonharão com suas crianças...

sexta-feira, maio 18, 2007

À Anália


Mãe, mulher, guerreira de lutas humanas,
vitalidade
capacidade para entrar e sair de todas as barras,
experiências marcadas
marcas de um tempo bem vivido, solidário, amigo
sempre buscando a boa conversa,
sempre pensando no outro,
românticos desejos de uma saga humana mais positiva.
Mãe, mãe de irmãos, de primos e sobrinhos,
filhos e maridos,
sempre com mãos extendidadas,
dando, às vezes, das migalhas,
uma parte, dividindo otimismo,
amando os filhos de cada próprio jeito,
Anália, Ana aliada, ilhada de nós,
rebentos bentos de uma água Coutinha
regando Campos, floridos frutos na terra.
Toma tua medalha....és campeã!

quinta-feira, maio 17, 2007

Fim do Los Hermanos?

Outro dia o Pedro, meu sobrinho, me perguntou: "E aí, tá muito triste com o fim do Los Hermanos? Cê tá de luto?"
Respondi: Pra quem já viu e viveu o fim dos Beatles, isso é fichinha.
Mas dá para fazer uma reflexão mais aprofundada sobre essa coisa de "perder" ídolos. Fui longe e pensei nos momentos em que pude sentir essa coisa da perda, da morte, do fim de namoro, da despedida de que vai para longe. É claro que existem dores mais fortes do que outras, principalmente aquelas ligadas a perdas irreversíveis, como a morte por exemplo. E no meu caso, e de muitos de nós, a partida súbita do Rogério. É muito dura a experiência da morte.
Porém, vivemos todo os dias a morte de alguma forma, na descontinuidade das coisas. Nós queremos que muitas coisas durem, principalmente aquelas que são boas, simpáticas e prazerosas. Talvez a nossa incapacidade de viver o presente nos leve a esse tipo de desencontro. Estamos de tal forma ligados ao passado, à experiência boa ou ruim, que deixamos de verificar com plenitude as coisas do "agora". Ficamos, quase sempre, ou querendo preservar o prazer, ou evitar a dor já vivida e conhecida. Vivemos, então, agora, ligados no passado e projetando o futuro. Abdicamos do "agora".
É claro que o que foi bom, seria bom viver de novo. Mas para isso precisaríamos estar nas mesmas condições em que estávamos quando vivemos aquela experiência. Como isso é impossível, tudo será sempre novo, seremos sempre outros, e as experiências nunca se repetirão.
Deveríamos, portanto, estar prontos para o sempre novo, mesmo que eles se referissem a coisa do passado. Uma música, por exemplo, a cada momento que a escutamos, obtemos emoções novas, percepções novas, como se a lente que nos permite enxergar, sempre providenciasse novos olhares, porque assim o é.
Por isso, não importa se os Beatles acabaram, o Led Zeppelin, os Novos Baianos e, é claro, o Los Hermanos mesmo. O que importa é que a obra desses artistas está aí para apreciarmos, já não pertencem a eles e podemos ouvi-las sempre, ou não!
Finalmente, perceber o fluxo das coisas é perceber a morte e a vida, a todo momento. Um leite que entorna, um ónibus que perdemos, um objeto que alguém rouba, uma derrota de um time amado. Uma criança que nasce, um olhar de flerte, uma amizade que se inicia, uma chuva que refresca. Lá e cá, há sempre fluxo, entradas e saídas.
Quero então, "by the way", encerrar este texto com a letra de uma música do Marcelo Camelo, LH, que diz:
"Quem acha que perder é ser menor na vida, quem sempre quer vitória, esquece a gloria de chorar",
e também do Rodrigo Amarante, LH, "então, tentar prever, serviu pra eu me enganar", Lulu Santos e Nelson Mota, "nada do que foi, será, do jeito que já foi um dia", e é claro, George Harrison, "All things must pass." e Mário quintana, "Todas as coisas passarão, Eu passarinho"
Até qualquer agora,

quinta-feira, março 15, 2007







Voltando a falar de música...

1984 foi um ano interessante para mim, de várias formas e situações, coisas aconteceram que trouxeram mudanças significativas.
Acabei por conhecer Mônica, minha companheira que, definitivamente, selou a minha relação com a música. Pianista de muita sensibilidade, veio unir em mim o profano e o sagrado, o pop e o erudito.
Tudo bem, isso foi acontecer em 1986, quando começamos a namorar e nos amar.
Antes porém, em 84, momentos de muita revolução na mente e no coração, fui fugir um pouco das rotinas das coisas do trabalho e do social, fui parar em Trancoso, Bahia, Eu, o Zé, a Patrícia e o Pedro, 1 ano de idade.
Quase fico por lá. Quase viro hippie (um pouco de exagero nisso).
Nessa época saiu um disco do Gilberto Gil ( Raça Humana)
que foi muito interessante, com temáticas que muito me agradam, coisas com as quais o Gil sempre nos brinda. Foi marcante ouvir aquele disco, pela primeira vez lá em Trancoso.
"Pessoa Nefasta", sempre lembro de um cara doidão que estava por lá, em um bar de músicas boas, sinuca, e ele, quando essa música começava em seus primeiros versos, "tu, pessoa nefasta" ele enchia o peito e cantava alto: "co-meçou a nefasta...". Achava engraçado. A música é muito boa, tem uma temática sobre certos tipos de gente que são deletérias, que vibram negatividade em atos e pensamentos.
"Tempo Rei", fala de Aquarius, novos tempos, relação de gerações, filhos e mães. Fina criatividade, musical e poética.
Um outro disco, agora me lembro, que saiu em 85, depois desse período em Trancoso ( Extra ).Tem uma música, O mar de Copacabana, que fala de alguém que quer presentear o seu amor com coisas que um anjo pode ajudar, coisas absurdas mas que expressam um "posso fazer isso que é absurdo, pela tua importância. Te dar o Mar ou a praia de Copacabana".
E outras músicas que agora não me lembro os nomes. Ouçam esses discos, são muito bons.

Não sei, Gil foi sempre um espírito irrequieto, porém, acho assim, ele tem ligação com sinais de um novo tempo, de uma nova humanidade. Que bom que seja assim.

terça-feira, março 06, 2007

Clara dá um brilho...

Mistura fina

Clara brilha,
"Nós também não esquecemos de nada. Lembramos sempre, nos divertimos, rimos, molhamos os olhos. O interessante foi o casamento dos grupos (Arreguys e Sagradas), nossas idas à rua Pitangui, a ida da turma à avenida do Contorno, à casa do Paulo, no Gutierrez, os encontros perto do Estadual ou do Municipal...
E os cruzamentos de bagagens culturais. A turma do Paulo, mais roqueira, a da Sagrada, mais Clube da Esquina. A gente bebia das fontes todas e, como o Fio disse, dançava, improvisava, ousava. Era bom demais.
Fica, mais que a saudade, o aprendizado que nunca se perde. E a riqueza da memória.
A honra é minha, Wá!"

sábado, março 03, 2007

Valéria pegou a manha...

Valéria chegou aqui em casa e eu a desafiei..."Cê num consegue escrever nesse BLOG!"

Ela enfesou e está pondo a correspondência em dia...Cuidado Fiote!

quinta-feira, março 01, 2007

Depoimento da Célia Regina

Estou postando esse texto da Célia Regina....
Acho que é dela, pois ela não assinou.
Vou postar também o texto depoimento da Silvana


Caros amigos da Família,
Estou emocionada. O Vá deu um toque sobre esse espaço, e não pensei que fosse ficar assim.
O Fio foi o maior culpado. Como é que ele pode? Se lembra até de quando foi a primeira vez a casa da Tia? Eu não sei ao certo, mas sei que hoje, apesar de paulista, por causa deles, de todos vocês, me sinto mais mineira que tudo. Até os ossos. Não dá pra ser de outro jeito. Num pequeno espaço de tempo, morei também nesse endereço, e sei que fiz pouco por merecer. Hoje fico lembrando de como era destrambelhada...E como a Tia pode aguentar! O que importa é que agora posso dizer aqui o quanto vocês foram importantes para mim. O quanto amo vocês. É importante que saibam disso. Talves já saibam.
Grande abraço.

Comentário da Silvana...

Que legal, ver que partes importantes da nossa história (nossa sim, porque não?) estão contidas aí nesse blog. Óia eu no retrato das primas!!! Engraçado que, esses dias prá trás, estava comentando com Vander (meu digníssimo) sobre coisas que a gente fazia na Sagrada. Como era difícil eu convencer minha mãe a me deixar ir prá lá...e como era difícil chegar lá...descia na Jacui e descia monte, e subia monte prá chegar. Mas, a espectativa da chegada valia a luta para se chegar. Bão dimais!!!Naquele tempo, o muro era baixinho, não tinha cerca elétrica e a gente ficava sentada até na árvore. Jogava vôlei na rua. O portão da garagem não fechava e quando o tio Hermélio chegava do trabalho "a conversa era outra" Hehehe. Foi de lá que fui ao meu primeiro concerto, no Palácio das Artes. Voltamos à pé. Que aventura! Lá, eu conheci um monte de gente louca. Pessoas cujas características ainda estão gravadas na minha mente e no meu coração. E na Sagrada fui adolescendo. E hoje, prá imitar a propaganda de uma cerveja que nem me lembro qual, tenho muita coisa prá contar prá meus netos. Não vou tão longe, tenho histórias que conto pros meus filhos, que ficam atentos, querendo ouvir os desfechos. Agradeço muito a Deus por ter me dado essas famílias, A SAGRADA, pai e mãe, A DA SAGRADA, tio Hermélio, Tia Anália, prole e agregados, E A QUE SE TORNOU SAGRADA, Vander, Ana, Daniel e Fernanda. Valeu, Vá, pela iniciativa. Bjos prá todos vcs da Silvana, que além de Maria SIM, é tbem COUTINHO.

Silvana

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

domingo, fevereiro 18, 2007

Fio faz referência a uma turminha mais nova...E mais música...

Fio, estou postando o seu comentário na página de frente...

Teve sim essa festa. E talvez depois da primeira eu não perdi mais nenhuma. Até que com 12 ou 13 anos eu comprei uma radiola portátil Philips. Tinha azul e laranjada. Eu comprei azul, com meu dinheiro, à prestação, na EMBRAVA - Empresa Brasileira de Varejo. Quem me vendeu foi o Barthô; amigo e colega do Betão (do colégio Humberto Rosas)_, técnico do time de futebol de salão que o Betão jogava. Ele era vendedor. A partir deste investimento pude comandar muitas festinhas no terraço do Ivan. A turma tinha eu, Ivan, Silvinho, Valéria, Glaydes, Lincoln, Maninho, Nado, Cida, Betinho, Petrônio, Guinho, e outros que não me lembro agora. Aí, realmente começaram minhas referências musicais. Vamos lá. No primeiro escalão tinha o disco da novela Selva de Pedra. Rockn roll lullaby. Tinha Michael Jackson e os Jakson Five. Milton Mascimento e o Clube da Esquina, Courage, Para lennon e Maccartney, Angie dos Rollings Stones, muito Beatles, Gilberto Gil, Domingo no Parque, Lunik 9, etc...Cada música tinha um significado especial. Ben, do Michael, me dava esperança de uma namorada que eu ia amar muito. Lunik 9, me transportava para o futuro da humanidade e seu estéril projeto espacial. Mas nada me tocava tanto como a mineiridade de Milton Nascimento. Dele eu gostava de tudo, até o que era ruim (se é que existe!). No meu coração era proibido não gostar das músicas que o Milton compunha. E San Vicente foi a primeira que toquei no violão. E veio Maria Maria, o espetáculo de dança. A música mineira tomou conta do meu coração dos 13 aos 19, quando fui morar na companhia do saudoso irmão em Lavras. Lá convivi muito com os paulistas e aí veio o Grupo D´alma, Arrigo Barnabé, Rock pesado, Tom Zé, Jards Macalé, etc...Lembro-me também da Jovem Guarda, do Renato e seus Blue Caps, "Feche os olhos e sinta um beijinho agora...", E os Golden Boys? Caramba, teve muita música boa pra curtir. Você se lembra de Rita Pavoni? Tinha um tal " Me da um martelo". E o Pepino de Capri? "Lo sai, no ni vero, Roberta ascolta me, ritorna ancor, que ti ame, perdona me". Essas últimas são ainda de 1964/65 no Bairro São Lucas, na Francisco Sales.É isso aí meu irmão. Onde é que vai ficar isto tudo quando formos daqui?Na memória...Fio.

Fio, sobre o Seu Hermélio

Grande Figura.
O melhor manobrista de automóveis que já conheci. Entrava na garagem de sua casa, minúscula, diga-se de passagem, com uma Veraneio, sem mirar. Era no embalo, sem piscar. O portão, coitado, de assustado que ficava, nem fechava. Ficava sempre aberto, esperando dar 7 ou 8 horas da noite, a chegada do Seu Hérmelio. Muitas vezes vi o portão se espremendo na parede, como quem tem alma e medo. Mas com a categoria de sempre, a Veraneio, grande e garbosa, ocupava seu espaço, orgulhosa de ser dona do pedaço.
É isso aí Seu Hermélio. Ao olhar para a altura daquele bigode, a gente tremia dentro das calças.
Um fraterno abraço

FIO

domingo, janeiro 28, 2007

Fio disse

Dona Anália - No Último Natal.
Meus queridos Coutinho Campos,
Fico feliz de ter esse espaço para declarar meu amor a uma época e a essa gente, essa sagrada família. Orgulho-me e inspiro-me na hstória que construímos juntos.
No último natal pude desfrutar de um momento de uma lembrança marcante que tenho certeza ficou e ficará sempre nas mentes das pessoas que puderam conhecer Dona Anália.
Reuni meus colegas e dei-lhes uma lembrança de natal. Três bombons para cada. Um símbolo. Importante para aqueles que querem transcender o cotidiano na filosofia...qualquer uma...aquela que se pode alcançar. Os bombons simbolizavam, eu dizia a eles, o pensamento, o sentimento e a ação. Três faculdades importantes de serem equilibradas para que a paz possa reinar; na terra e nos céus.E pude,( tentando quebrar a resignação barata, a acomodação da vida) contar-lhes uma hstória de uma senhora. Eu precisava de um exemplo de um ser de carne e osso como qualquer um de nós mortais. Não é o John Lennon, nem Gandhi, nem o Luther King. Contei-lhes a hstória de uma mulher que depois de criar 7 filhos, dar-lhes a condição da maturidade (ou próximo disso) resolveu estudar. Quem sabe ela teria naquela época uns 50 anos... não sei... Sei sim, que depois de criar sua família resolveu estudar e se formou em Letras. E se tornou professora e educou muita gente nas suas aulas. E deu um exemplo formidável para seus filhos. Nós todos da turma da Pitangui, da Sagrada.
Pois é, disse a meus colegas. A vida só acaba no último suspiro. Enquanto existe vida existe possibilidade de experimentar novos horizontes, novos conhecimentos e se fortalecer para criar filhos, netos e bisnetos. E meu povo da secção gostou e todos olharam para seus cinquenta anos e puderam pensar que a vida estava começando.
Fio, 22/01/07.

sábado, janeiro 27, 2007

A realidade tenta quebrar o charme...

Pois é, terça feira, 23, na hora do almoço, Sagrada Família, porta da casa da minha mãe...
meu carro foi roubado...
Velhos tempos, "quem te viu, quem te vê..."
Fui de muita sorte e já recuperei o carro em 32 horas.
Mas aquele charme e aquelas vivências aqui sempre lembradas, são aspectos lúdicos e formadores dentro da minha consciência...nenhuma realidade mata!
Que possamos continuar a vivê-las, se não aqui, num hoje e num agora, que é o melhor lugar do mundo....
Todos nós, sem excluir ninguém.
Todos os nós, desatêmo-los...

domingo, janeiro 21, 2007

comentário do Fiote

Fio, seu comentário é história e completa as coisas. Estou passando-o para a página da frente.

"Eu, Fio, naquele 1965 tinha 5 anos. Ficava lá do muro de casa vendo as coisas acontecerem na rua. Da janela da sala víamos toda o centro da cidade de Belo Horizonte. Era lindo. Víamos o JK na praça Raul Soares. Víamos a Igreja da Floresta. Naquela época não se precisava de relógio. Da janela víamos o relógio da Igreja da Floresta. Não acredita? Pergunta ao Betão.Bem, eu como a Valéria, era da rabeira, rapa do tacho... Eu e a Rita. Nesta época ela tinha 1 ano.Mas eu me lembro do campinho de terra em frente de casa. Era tortura quando a bola caía na casa da Dona Anália. Tinha o Swinge, cachorro pequeno e bravo,que poucos tinha a coragem de enfrentá-lo. Já aos 7 anos em 1967 pude sair mais de casa. Jogar bola, ir naquela misteriosa casa dos Coutinho Campos. Pessoal diferente. O Betão não saia de lá. Para os azares de minha mãe. Ela não combinava muito com o estilo do pessoal. E eu... Morria de inveja do Betão. Até que uma vez, talvez com 1o anos fui a uma festa na casa dos Coutinho Campos. Tocava Beatles, Jovem Guarda, Gilberto Gil, e tinha uma menina linda que lá morava. Chamava-se Cláudia: - Meu Deus, Como é que eu vou chegar nela e dizer que ela é a mais bonita da rua. Ela é mais velha do que eu. Naquela época um ano somava uma eternidade.Pois na festa perguntaram-me para o meu alívio que eu achava a mais bonita. Eu enrubreci...Mas falei: - É a Cláudia!São muitas estórias. Prá mim todas lindas! Que eu via inicialmente do muro da minha casa...Meu carinho à essa gente que me educou na busca da liberdade
Abraços, Fio"

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Ontem estava voltando para casa e ouvia o rádio. Ouvi a notícia de que está saindo um livro sobre músicas e letras do Chico Buarque, sobre o Rio de Janeiro, "Cidade submersa", se não me engano. Achei a idéia interessante e me vieram outras reflexões...
Seria interessante, pensei, escrever um livro sobre as músicas, canções ou letras mais interessantes na minha trajetória de vida. Como elas me tocaram, me influenciaram, me fizeram refletir, mudar de rumo, mudar de idéia, etc. Me vieram muitas, cada uma trouxe um história, uma paixão, uma dor, uma saudade, pensamentos filosóficos, políticos. Com certeza vão entrar muitas coisas de sambas antigos que ouvia na minha casa, dos discos de meu pai, as músicas que tocavam no rádio am enquanto viajava em seu DKV vemag, músicas da jopvem guarda, Roberto Carlos, Beatles, a partir de 1965 quando ganhei o meu primeiro compacto duplo "Help", a primeira música que toquei ao violão, as canções da Tropicália, Caetano, Gil, o impacto que senti ao ouvir a primeira canção de Paulinho da Viola, Wilsom Simonal, música de carnaval, a primeira musica que fiz tentando inutilmente virar um compositor, e os sentimentos de frustração ou de alegria com o que era produzido... e por aí vai.
Acho que vou tentar escrever alguma coisa sobre isso. Vou até publicar este e-mail no blog da da Sagrada Família
.

E você, quais são as suas canções mais referentes?

domingo, dezembro 17, 2006

Esse é o "cara"

terça-feira, dezembro 12, 2006

Ian e Anália


Ian - o último chegado... Anália, o início, a mater, dois polos, apontando para o centro, numa referência de cruzamento entre as duas linhas, traçadas por réguas que medem a vida. O começo e o presente início... Estamos felizes, e continuando um sonho, sabendo que nada é fácil. Mil coisas, muitos momentos e desafios, fios do destino, doces hinos e hostes, a vida se apresenta de forma veloz, marcante, riscando fundo e nos levando a caminhos diferentes, conectados naquele ponto central da reta traçada. Vamos lá, tudo está acontecendo como deve ser, nossos olhos se abrem e fecham também... Vamos lá, o sentimento é verde, é o sinal que nos dá passagem, mesmo que daltônicos, erremos o tom, porém, cantamos as cores e multi-facetas que pintam na tela do globo terrstre de nossos microcosmos, arcas e barcos que vão cortando as correntezas dessa água que é a vida, mares, rios, lagos, poças, enchurradas, goteiras, garrafas de elixir. E a música do Gil canta: "pela continuidade do sonho de Adão", "se oriente rapaz, pela simples razão de que tudo merece consideração". Vamos lá, lá já chegamos, e nem saimos do lugar...
12/12/2006
..

terça-feira, dezembro 05, 2006

A amizade é um amálgama fundamental...

E foram acontecendo coisas, muitas coisas.
A amizade é um amálgama fundamental para envolver os seres e dar a eles uma trajetória que pode ser a base da construção de um processo de alegria coletiva.
Disso, nós todos que fomos sendo agregados em torno da Pitangui 2128, Sagrada Família, nos constituimos como uma família, não sagrada, porém, humana, de uma humanidade fraterna, sólida, que até hoje, quando nos vemos, renasce um elã, um bom sentir que nos garante que Vivemos!!!
É isso aí! Quem duvida?!

domingo, dezembro 03, 2006

coutinho sagrada e campos

coutinho sagrada e campos

História de uma rua de meninos e meninas...

Ano de 1965...
Meu pai compra uma casa na rua Araripe, Bairro da Floresta...Ficamos por lá mais ou menos 6 meses e a família dos donos desfaz o negócio. Sentimentos de decepção a parte, foi a melhor coisa que nos aconteceu, pois, nos mudamos para a Sagrada Família bem rapidinho, para uma casa boa, em uma rua ainda limitada e sem calçamento ou pavimentação (quem te viu, quem te vê). Hoje uma lucura de trânsito. Outros tempos.
Foi aí que tudo começou, uma história de muitas histórias, muitas alegrias e tristezas também. Tinha eu 12 anos e estava sendo batizado na vivência de molecagem de rua. Até então, morávamos em um bairro popular, mais pobre. Nossos pais, com medo, não julgo se justificável, nos prendiam mais em casa.
Na Sagrada tudo mudou. Acho que meus pais relaxaram um pouco e nós também fomos crescendo, era mais difícil de segurar. Nós, irmãos e irmãs começamos a conhecer o pessoal do lugar. E aí, tem início uma história boa de contar. Tem alguém aí, a fim de contar uma pouco.
Eu tinha 12, o Zé 13, Rogério e Regina 10, Newton 9, Cláudia 7 e Valéria na rabeira, tinha só 2 anos.
Conhecemos o Angelo, o Ênio, o Ronaldinho, a Helaine, irmã do Ênio, o Betão, e a esse núcleo vieram muitos outros. Mais tarde, Alan, Kalil, Adão José, o Ló, Roberto Dias, o Fio, etc., e esta rede foi se estendendo e agregando outras tribos. O processo de crescimento de cada um foi trazendo uma vivência que se enriquecia e nós fomos acrescentando viagens, novas turmas, festas, músicas...
De cara, no natal de 1965 meu pai me deu um compacto duplo dos Beatles, Help. Tem início uma história de uma música pop que vai se sofisticando e, juntos, vamos também vivenciando uma certa sofisticação estética, ética, política e por aí vai... A música veio para ficar e nos construir.
Quem quer falar mais disso...
Tem alguém aí?

terça-feira, setembro 26, 2006

Meus Caminhos
Anália Coutinho Campos

Por onde andei nos idos de 30? Que caminhos percorri?
Percorri lindos e floridos caminhos!
Era sempre de manhãzinha. A estrada, estreitos trilhos de terra, entre moitas de capim-gordura. Até hoje tenho a sensação do roçar daqueles ramos, salpicados de orvalho, tal qual pedrinhas de gelo.
Esse caminho que percorria, todas as manhãs, levava a uma Chácara que meu pai possuía em Santo Hilário, pequeno arraial às margens do Rio Grande, no Município de Pium-i, antes, e hoje, Município de Pimenta, no Sudoeste de Minas gerais.
Saíamos, eu, minha irmã Loló e uma de minhas primas, Marina, acompanhadas de Tia Leopoldina.. Íamos nadar no pequeno córrego que ficava no terreno da Chácara. Nós o apelidamos, carinhosamente de "O Poço". Sua água era fria e cristalina; uma delícia o seu contato em nosso corpo jovem!
Naquela época, o tempo, no inverno era frio de verdade! Não existia, ainda, o ataque pernicioso do homem cortando árvores, poluindo águas e destruindo com isso, as nascentes dos rios e modificando as Estações do Ano...
Era uma verdadeira alegria quando saíamos de casa, antes do sol se levantar e percorríamos aqueles mil metros até o Poço. Passávamos por uma porteira e seguíamos pulando e cantando! A terra era vermelha e nossos chinelinhos ficavam da cor da terra.
Não nos incomodávamos com isso, nem com o roçar do capim-gordura em nossas pernas nuas! O cheirinho do mato molhado enchia nossas narinas de um perfume incomparável, perfume esse que até hoje não conseguimos encontrar em nenhuma loja de essências.
Outros caminhos maravilhosos percorremos... A ida às cachoeiras do Rio Grande, pela estrada de terra poeirenta na seca e barrenta, nas chuvas!
Essa estrada que ia em direção de Guapé, passava por uma serra e lá do alto avistávamos a cachoeira com suas águas espumantes, pulando de pedra em pedra parecendo querer chegar, depressa, a um importante lugar... E nossos olhos infantis se deslumbravam vendo, sem compreender, aquela beleza!
Mas o tempo passou. O progresso chegou, e os caminhos que percorri na infância foram cobertos pelas águas do Rio Grande e de seu afluente Capetinga, para a construção da Usina de Furnas, na cidade do mesmo nome.
Hoje, morando em Belo Horizonte, lá voltamos nas férias ou feriados, ao novo arraial construído ao redor do cemitério antigo, único lugar que não foi atingido pelas águas, pois fica num ponto bem alto da serra. Procuramos em vão encontrar os nossos caminhos percorridos na infância... Onde a Chácara, o Poço? Onde os trilhos estreitos, poeirentos, rodeados de capim-gordura, com gotinhas de orvalho como pedrinhas de gelo, a roçar em nossas perninhas desnudas? Onde a cachoeira com suas águas espumantes, - saltando de pedra em pedra, a procura de um misterioso lugar?
Desapareceram no roldão do Progresso... Foram cobertos, destruídos pelas águas dos Rios!

sábado, setembro 02, 2006

O que é los hermanos?

Los Hermanos
Marco da nova música brasileira, Los Hermanos faz música sem conceito e sem regras. Só boa.
Uma banda de rock alternativo que tem músicas gravadas por cantoras de MPB? Uma banda de MPB que faz rocks tão bons quanto os melhores momentos de bandas como Strokes? Uma banda brasileira, de nome latino, que já teve uma música gravada tanto por George Harrison como por artistas de forró? Uma banda de hardcore que faz referências a Tom Zé e toca com Belchior?
Los Hermanos não é uma banda fácil de classificar. E essa é uma de suas melhores qualidades. Formada pela dupla de compositores, guitarristas e cantores Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo, mais o tecladista Bruno Medina e o baterista Rodrigo Barba, o quarteto (que geralmente se apresenta com o baixista Gabriel Bubu mais um naipe de sopros) é cheio de idiossincrasias.
"Quando pessoas se juntam, seja para montar uma banda, para casar ou para fazer um país, é por afinidade, pelo que há em comum. Mas, a partir disso, a riqueza é a diferença, o que um tem e o outro não, aquilo que pode mudar o olhar do outro", observa Amarante.
Juntos há quase dez anos, a banda passou por tantas mudanças em seus quatro discos que uma hora ficou claro:mudar é o seu natural. Com talento para composições, arranjos, letras e criatividade como há muito não se via, a banda se tornou espécie de marco: canções regravadas por outros artistas, dezenas de milhares de discos vendidos e shows lotados por todo o Brasil confirmavam, estava ali a maior banda do Brasil em muito tempo, e a maior banda da nova música brasileira.
"A música brasileira não tem nada de pureza, está tudo no olhar", comenta Amarante sobre as muitas diferentes influências que resultam na sonoridade da banda. "O brasileiro coloca tudo na mesma prateleira, não tem hierarquia. Isso é uma inocência valiosa, esse descompromisso, essa mistura é o que há de mais brasileiro. Nós não temos nenhuma obrigação de ser mais brasileiros do que já somos. As coisas boas têm essa incoerência, têm signos que se contradizem." Com seu álbum mais recente, "4", produzido pelo músico e produtor carioca Kassin, a banda parece ir em busca de destinos ainda mais amplos: novas sonoridades, novas experimentações, novas sensibilidades. "Quando a gente faz música, nunca parte de um conceito", explica Amarante. "As coisas acontecem de forma natural e o conceito a gente descobre depois. Eu quero deixar música pra mudar a vida das pessoas, pra ser apreciada no futuro? Secretamente sim, mas a gente não faz música assim, pensando nisso."

quinta-feira, junho 08, 2006

Ao Newton...

Ao Newton, reconhecidamente, um batalhador, sistemático e incansável. Sete vidas de gato, sete pulos para se safar, com malandragem. É isso aí, bicho. Sucesso na sua caminhada.
Parabéns.


Sete pontas apontam o infinito,
sete oportunidades infinitas, até que a raça humana aprenda a entender os sete dias do "trabalho de Deus".
Já dizia o Gilberto Gil que a Raça humana é uma Semana do Trabalho de Deus.

coutinho sagrada e campos

coutinho sagrada e campos
Apareça para dar uma olhadinha e participar com opiniões...
Seja bem-vindo...
Nós

quinta-feira, junho 01, 2006

Sobrinhos...



Pedro, Sara, Anita, Ian,Ivan, Luiza e Júlia...

Os sobrinhos refletindo a luz de um momento bom e belo.

segunda-feira, maio 29, 2006

Mr Roger ( Roy )






Saudades, Bicho!
x-x-x
Você faz falta por aqui...

quinta-feira, maio 25, 2006




"Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve",
já dizia o gato de Alice no País das Maravilhas.
Que caminho seguir...?
Nem todos os caminhos levam à Roma ou Jerusalem...!

quarta-feira, abril 12, 2006

Vou alí, fazer uma cirurgia e volto já...
Deixo um texto para quem quiser ler. "Ei, tem alguém aí?

10/04/2006
Cheio de decisivas razões para virar o jogo das tramas
Urdidas pelos séculos em meu céu,
Nuvens que sinto simples e certamente,
Cinco ou mais vezes, vezes muitas vezes,
Somando-se em uma longa colcha de peças raras, rasas e pró fundas,
Fundamentadas no meu sangue herança milenar,
Encarnadas mil vezes, transtornando-me em muitas ocasiões, ocasos e surgimentos dos acasos,
Mal percebidas pela minha razão cega, faca pouco amolada, amolada de tristeza,
Injuriada por saber que tudo está sempre se fazendo valer, rasgando com dor a alma pequena de mim mesmo,
E grito, pois sei que grandes horizontes se avizinham e a Alma maior que quer descer à minha existência,
"Ó Deus, não esperes mais!" Fico aqui a clamar,
Abra sobre mim a liberdade em asas, dos fortes,
Como o Cristo Solar, aceita-me no planeta Mãe, Maria substância solícita.
Sim fico meio ébrio a procurar a razão suprema que, sei, nasce quando morro todos os dias, no não ser búdico,
Gritando como um Gandi grandioso, que me envergonho quando sei que pequeno sou.
Ó Deus, não esperes muito, pois sei que deves me esperar antes de partir,
Sei que devo, nesta viagem estar presente, nesse expresso do silêncio da alma que, devota, sabe se abrir,
Transformar a Terra em Água, a Água em ar, e o Ar em Fogo, como um Espírito Livre, que é o que todos nós, entes humanos, devemos fazer,
Voar para a Liberdade.

quinta-feira, março 23, 2006

"os bravos são escravos,
são e salvos de sofrer."
"e eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar,
pra não faltar amor..."
m.camelo

quarta-feira, março 01, 2006

Bernardo Monteiro


Em Bernardo Monteiro, bairro da grande BH/Contagem, passávamos dias de importantes vivências entre música e experiências da juventude. Foi tudo muito rico. Fins de semana mágicos.
Na casa de Adão José, Ló e avós...
Adão era "crooner" do "Liverpool Sound", um conjunto de festas.
Adão sempre foi um grande cara, gente que marcou demais a minha vida.
Sumiu o bicho! Cadê você, malandro? Te esqueço não, Cara.
Era muito bom passar os dias curtindo músicas, paqueras e outras "coisas".
Porém, havia muita filosofia, arte, papos até altas horas. Muito verde e mato. Como poderíamos esquecer a Caixa-dágua, lá em cima onde púnhamos o toca-fitas e sacávamos a maior acústica.
A curtição era o trem do subúrbio que tínhamos que tomar para chegar e voltar. Essa foto é histórica!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

de Novos Baianos a Los Hermanos


Rua Pitangui, turma, arte, música, Beatles, Novos Baianos e, agora, "pode crer", Los Hermanos...sim senhor....

A vida surpreende; como no oceano, há ondas, correntes marítimas, ventos, fluxos, vida. Situações novas e inesperadas...
Uma situação interessante tem assustado certos amigos e certas pessoas que me conhecessem. Quero falar sobre isso e tentar dar alguma pista. Não porque eu me sinta obrigado a fazer isto por querer me justificar, ou porque esteja preocupado com a opinião das pessoas.
Na verdade, quando queremos dizer para alguém de nossos gostos, e esse alguém não entende a nossa ligação com aquilo e não se movimenta, de alguma forma, para pelo menos perceber algo desse nosso gostar, não há como faze-lo, principalmente se esse alguém não quer ver para sentir ou crer. Ainda mais quando já há uma opinião sem conhecimento. Isso acontece muito em relação à música. Tudo bem, música é gostar, é sentir, lembrar, se emocionar, balançar. Todos nós, de alguma forma, temos lá nossos "quereres e gostares" que podem parecer estranhos.
Escrevo, portanto, este texto, buscando, sem ansiedade, dizer porque Los Hermanos adquiriu tamanha importância e satisfação para mim. Grata satisfação, aliás.
Vamos lá! Em minha juventude, houve um momento interessante, lá pelos idos de 1972/73, quando nós, da turma da Pitangui, já envolvidos com a idéia de arte e música tão presente em nossas cabeças e corações, já curtidos de tanto empenho em ouvir e esmiuçar as músicas dos "Beatles", "Bob Dylan", "Gil, Caetano e Milton", "João Gilberto", “Jobim”, "Crosby, Stills, Nash and Young", e por aí vai, daquela leva incrível de músicos e compositores que aconteceu nos anos 60 e início dos 70, demos de cara com um grupo diferente que vinha da Bahia: Os "Novos Baianos". Alguns amigos nossos foram a um show no Mackenzie assisti-los. Levaram um gravador, daqueles antigos, mono, e registraram ao vivo. Depois ficávamos tentando entender aquele acontecimento em um show, todo cheio de detalhes e arranjos, alegrias, loucuras e tietagem.
Na verdade, já tínhamos escutado dois discos dos Novos Baianos e ficado muito admirados com a riqueza dos arranjos, dos detalhes, das harmonias, do samba, da alegria de levar uma proposta, e, principalmente, no meu caso, ficava admirado do lance da vida em comunidade. Fazer música e viver de forma livre, num sítio, retirando da convivência o motivo das canções. Isto tudo dava um resultado musical muito inovador, criativo e de um colorido diferenciado. É claro que isso tudo, associado à capacidade instrumental dos caras, misturando guitarras de rock, solos tipo Jimi Hendricks, Jime Page com violão bossa novista de Moraes Moreira, marcações de baixo soladas tipo Paul ou mesmo Cream, cantos regionais com solos de cavaquinho e bandolim. Puxa, era um som de dar muita vontade de fazer música também, e de levar a vida daquela forma.
Isso tudo trouxe um elemento incendeador para nós lá da Pitangui "and friends". Estudamos mais música, fizemos algumas músicas, participamos de festivais, deu vontade de criar e de ter a capacidade para tal.
Explodiu um mundo novo. É claro que tudo isso só enriquecia tudo aquilo que já escutávamos de outros artistas. Já citei lá em cima algumas vertentes que ouvíamos (é claro que vou esquecer muitos). Porém, quero fazer justiça a tudo que admirávamos e ouvíamos. Jorge Benjor, Led Zeppelin, Jimi, Rolling Stones, Noel Rosa, Luiz Melodia, João Gilberto, Baden Powell, Gonzagão, The Who, uma leva de grupos ingleses do final dos 60, Raul Seixas, Quinteto Violado e por aí vai..., sem falar na música erudita que amávamos, cada um a seu jeito, principalmente Bach, Beethoven e Mozart, alguns croncretistas e modernos. Éramos sócios do ICBEU - Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, e lá retirávamos discos emprestados e ouvíamos, líamos e discutíamos sobre a arte de cada um, as capas, as histórias.
Tínhamos também um tino muito crítico com aquilo que considerávamos "barango". Sim, essa expressão era nossa marca e ainda não era muito utilizada para caracterizar o "brega", o ruim, o pouco criativo e/ou nada inovador, aquilo que era uma pura cópia comercial e que não acrescentava nada. Por isso usávamos uma expressão que nos caracterizava na época, com aquilo que não "estava com nada": "tá por fora". Acho que éramos até muito drásticos. Lembro-me que, para mim, o maior ícone e representante do "tá por fora" era o Roberto Carlos em sua fase pós Jovem Guarda, romântico comercial. O cara havia parado na vida...! É claro que, olhando tudo isso a partir de hoje, tudo adquiriu uma dimensão bem diferente e minhas impaciências não são mais as mesmas.
Voltando à questão dos Novos Baianos, penso que, para nós da turma ali, acostumados a ouvir as sutilezas dos arranjos dos grupos ingleses, especialmente dos Beatles, acostumados a entender os detalhes com que os Mutantes e seu maestro Duprat destilavam nas faixas de uma fusão de rock com sons brasileiros e psicodélicos, com os discos minuciosamente harmonizados do Clube da Esquina, com o som que pintou na "Tropicália", ficamos delirantes e surpresos com a capacidade criativa que aquele bando de "moleques" com cara de "hippies doidões" tinham para fazer aqueles discos tão fortes e de qualidade inegável. É só escutar "Acabou Chorare", "Novos Baianos Futebol Clube". Disse um de nossos amigos, Carlinhos Ávila: se eles não fossem bons, João Gilberto não viria visitá-los com tanta honra.
Pois é, o que isso tudo tem a ver com o Los Hermanos?
Pois eu digo. Hoje, em pleno 2005, já meio cansado do mercado fonográfico e suas estratégias de venda e marketing, sou levado, por mera questão de relação pai-filha, a participar de um show da banda em Belo Horizonte. Antes havia escutado alguma coisa em casa mas minha atenção não havia sido despertada. O show em si ocorreu com muita força e participação efetiva da moçada, cantando música a música, numa vibração que não se excedia em arroubos descontrolados típicos de grupos de jovens em shows de rock. Saí com muito boa impressão do "conjunto da obra". Mas como ainda não conhecia as músicas, fiquei interessado em ouvir o disco, o terceiro da banda, "Ventura".
Coincidências da vida, fui levado a assistir outro show da banda em São João Del'Rey, no festival de inverno de 2004, e aí, tudo ficou claro, o mosquito que um dia me tocara com os Novos Baianos, repetiu a dose e me mostrou Los Hermanos por inteiro. Existe um ar no conjunto geral da banda que lembra aquela união, aquela alegria de fazer e viver música do grupo baiano. A preparação dos detalhes das gravações, os naipes de metais, os arranjos com objetivos específicos. As letras traziam um reflexão além das bobagens que alguns grupos de rock nacional trazem em seu trabalhos. Há vida inteligente ali. Há uma espécie de "crônica da vida" nas letras. Tudo isso foi ficando claro na medida em que eu, interessado que estava, fui ouvindo, percebendo e procurando os detalhes.
Como se não bastasse, como eu sou um incorrigível humanista, há também na banda e em seus músicos de suporte, uma atmosfera de paz, ou melhor, de busca de paz, um ar de quem não quer estabelecer verdades, dogmas, ou mesmo, parafraseando o próprio Marcelo Camelo: "não queremos vender atitudes" (o que lhe rendeu uma boa cabeçada no nariz!). É possível perceber que eles não estão a fim de se estabelecer como padrão de uma versão da vida. "Queremos fazer música e mostrar a nossa arte".
A partir desse encontro, me tornei um fã, interessado em ver e ouvir tudo que vem da banda, tentar entender os aspectos intrínsecos de sua obra e os detalhes de seus arranjos. E, um detalhe muito legal é que fazemos isso, eu minha mulher, junto com nossa filha, vivendo com ela e aprendendo a olhar também através dos olhos dela.
Ia me esquecendo de um detalhe importante: eles se parecem muito com nossa turma lá da Rua Pitangui: têm originalidade, bom humor, são do bem, tratam as pessoas com respeito, se gostam e adoram música de qualidade. Era assim a nossa turma lá da rua. Posso me lembrar de tudo hoje, nossas conversas até altas horas na esquina da rua Coronel Júlio Pinto, nossos violões tentando tocar músicas próprias, nossa amizade calorosa, engraçada, nossa juventude enérgica, nossos amores e paixões, nossos sonhos divididos, nossa raiva contra a maldade, nossa atitude de esquerda, nossas atitudes de rebeldia para com certo olhares "medíocres" da arte, nossas escolhas, sem censura, por ídolos de qualquer idade.
Se não expliquei porque gosto de Los Hermanos, deixa prá lá, isso pouco importa. O importante mesmo é viver com originalidade. Cada um que o faça a seu modo!Carlos Wagner - 22/02/2006
http://www.facom.ufba.br/pexsites/musicanordestina/novbaian.htm
http://www.loshermanos.com.br

terça-feira, janeiro 10, 2006

Vó Cota

Das mais elegantes, não sei onde, muito menos quando.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A rua Pitangui (no bairro Sagrada Família) é uma história a parte...Foi lá que, a partir de 1965 tem início o meu batismo de rua. Definitivamente. As primeiras ações, inocentes, porém, ações de rua. É uma história a ser contada por todos nós, daquele trecho alí entre Joquim Felício e Caldeira Brant.
Naquela época, ainda sem o asfalto que hoje dá lugar a um trânsito louco, ali jogávamos bola, corríamos e brincávamos de mil infantis loucuras. É preciso estarmos todos juntos para contar o que virava a rua nos momentos em que não estávamos na escola ou outros afazeres.
Angelo, Ênio, Ronaldinho, Robsom, Vá, Rogério, Zé grandão, betão. Depois foram chegando outros.
Foi um momento interessante...e nem dávamos conta de que estávamos em pleno início do regime militar...ou será que alguns já atinavam para isso...?
Histórias a serem contadas e lembradas.

sábado, dezembro 31, 2005

Uma montanha azul vibrando em mim um sonho esquecido, um sonho certo de lembrança exata.
Um sonho de uma infância passarinha, onde não havia uma responsabilidade, e o meu eu voava por sobre os campos repletos de sensações soltas, sem peso.
Era assim a minha infância. Eu não tinha responsabilidade. Só vivia e brincava, e era levado demais - pergunte à minha mãe -, e só pensava em um dia ser feliz, ou continuar a sê-lo.
Na minha infância só cabia a alegria, só cabia perceber que a vida não deveria ter tanto peso, e eu só precisava cantar e jogar futebol. E namorar também. Eu gamava fácil fácil.
Minha infância foi passarinha...Até eu fazer treze anos...
Aí...bem, e aí, eu fui para o Egito, e do Egito, eu descobri o deserto...e no deserto eu me vi um Eu se complicando, junto com a vida complicante e complicada.
E nunca esqueci da minha infância. Mas, segui em frente. E agora eu estou aqui, tentando aprender a ser como uma criança, tentando não ser complicado, e buscando o objetivo das coisas nas coisas simples...

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Tem que querer

Me perguntaram por que não tem novidade no blog.
É porque ninguém entra e deixa mensagem. Aí eu fico pensando...Pra que escrever se ninguém lê nem dá notícias...
Ficar escrevendo só para o meu deleite?
não tem nada a ver! "Não dá leite..."
Se alguém quiser escrever alguma coisa, um comentário, é só ir em "comments", clicar e escrever, e deixar alguma notícia.
Mas nem isso ninguém faz. Aí eu fico pensando, "que povo devagar!, nem para divagar eles se interessam, ou prestam."
Bom, já se alguém quiser mesmo participar, e contribuir com a cara do blog, ou mesmo postar fotos, é só me falar que eu passo a senha. Aí, é só clicar em "Blogger", botar a expressão "coutinhocampos" em "login" e digitar a senha que é "?", que eu posso dizer em off, e a pessoa passa a ser um dos que pode entrar e fazer o que quiser.
Porém, tem que querer.
Carlos Wagner

segunda-feira, novembro 28, 2005

Não há problema em cair...

Família Coutinho Campos de luto...

Queda do Galo Forte para a segunda divisão.
Não há problemas em cair. O importante e levantar, pois já dizia um velho ditado: "Levanta que vem mais", ou, "sai da frente que atrás vem vem gente..."
O importante nisso tudo é o desmascaramento. Não dá para viver na mentira. Os diretortes do Atlético são totalmente responsáveis por isso e precisam passar por essa vergonha e diexar de ficar enganando o povo galista.
Acredito que a segundona é um nível de times muito competitivos e, a exemplo de Palmeiras e Botafogo, de lá, se sairmos, sairemos fortes e sem ilusões.
Vamo lá, moçada, vamos esperar melhores dias.
Afinal, torcedor é coisa do coração e não deixaremos de ser. Pior seria ficar sem campeonato para disputar.

terça-feira, novembro 22, 2005



Muito já feito,
fazendo no hoje,
muito por fazer.
Ontem, hoje, amanhã.
A casa em que habito, na viagem pelo tempo,
suspira seu desejo profundo,
quer ser arrumada, posta em mínima ordem, para receber aquele que deverá habitar para sempre, provindo de meu coração...
Lá, ao longe, percebo uma flor, mutlicolorida, transtemporal,
para-universal, para além de mim e meus antigos co-inquilinos na casa em que habito.
Aguardo em labor...

terça-feira, novembro 15, 2005

Muito estranho esse povo...

Muito estranho esse povo...
vive grudado na Internet e nem para dar o ar da graça aqui nesse humilde blog!!!
Acho que estão todos perplexos, seja por causa do Galo, seja por causa do PT, seja pelo que for.
Pois é, fico por aqui aguardando com paciência histórica. Tô fazendo nada mesmo...!


Los Hermanos - Horizonte Distante
Marcelo Camelo
Por onde vou guiar
O olhar que não exerga mais
Dá-me luz, ó deus do tempo (2x)
Nesse momento menor
Pr’eu saber seu redor
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante
Através eu vi
Só o amor é luz
E há de estar daqui
Até alto e amanhã
Quem fica com o tempo
Eu faço dele meu
E não me falta o passo, coração (2x)
Avante
A gente quer ver
Horizonte distante
A gente quer ver
Horizonte distante

segunda-feira, outubro 24, 2005

sexta-feira, outubro 14, 2005

Sim ou Não?

A felicidade é uma arma quente...
Precisamos ser felizes. Sou a favor desse tipo de armamento. Caso fosse esse, eu diria "Não..." Precisamos ter armas, porém, as armas que não matam. As armas que desarmam os espíritos...
Vi outro dia alguém de uma comunidade de uma paróquia, Igreja Católica, fazendo apologia do Não, dizendo que é um direito das pessoas se defenderem. Aí, eu pensei na mensagem do Cristo que dizia: Quando te atingirem na face esquerda, oferece também a direita.
Será que essa pessoa se esqueceu e está dizendo: quando te apontarem uma arma, vai, saca também uma outra e dê o revide!

Happiness is a warm gun...Lennon

quinta-feira, outubro 13, 2005

terça-feira, outubro 11, 2005

Mais uma, só para mostrar a beleza.
Luiza, Zé, Pedro e Sara...
É só orgulho.....
e curujisse!

Hermélio, Ruy Coutinho, Anália Coutinho e Newton...
Dia de aniversário...comes, bebes e tal...

quinta-feira, outubro 06, 2005

Pular da ponte...


Quem já pulou daí?
Sempre tive medo e fascínio..
Fiquei por aí...

A montanha dos mistérios...
Quem nela não se perdeu um dia...?
Dizem que lá em cima há um tesouro escondido por escravos, basta conseguir o mapa...

Lugar de um tempo inesquecível, de uma adolescência cheia de sonhos e purezas, onde a poesia era a própria vida...
onde viver era nadar, andar, cantar, conversar e amar...
Saudade grande de um tempo de inocências e aventuras...
Capetinga e Coutinhos, dois valores inseparáveis...
Em minha memória estou sempre lá...aprendendo a nadar sozinho e a ver estrelas e satélites nas noites impressionantemente estreladas..
Estamos todos lá...Joãos e Joaquins, Conceições Rosas e Marianas, Marias e Alfeus...

quarta-feira, setembro 28, 2005

quinta-feira, setembro 15, 2005

domingo, setembro 11, 2005

Valéria e seu filho Ian

Esse menino é muito esperto...

Viva ele!

domingo, agosto 28, 2005


apanhando pra' daná...
Tento mais uma vez...de teimoso que sou..
Vá...
Consegui...
De presente, essa foto, para quem primeiro deu rtesposta ao blog...

Todos novos em Capetinga

Todos novos em Capetinga
Olha aí o pessoal lá de antes...

O lobo da estepe - Hermann Hesse

  • O lobo da estepe define minha personalidade de buscador

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