quinta-feira, janeiro 14, 2010
É tarde...
...é tarde...
que da noite, oito toadas das muitas mutuas horas rasgadas,
das puras putas púritas, Anas e tantas outras abocanhadas
acanhadas e prontas,
vestidas de tudo o que se pode despir,
rir, ir a híbridos assuntos noite adentro,
trocando, trotando, trocentos e tantas vezes,
movimentos sucintos e sucessivos, uivos na noite.
Oito badaladas, bandas e lados, de todos os sentidos
ditos, toscos, cósmicos, cosméticos...
Que da noite, do alto se via, se ria, se media
pedaços e cacos de uma miríade de sentimentos
confusos e comprimidos dentro do cordato coração,
atormentado, atordoado, a dizer, "fica mais um pouco..."
mais um copo desse corpo de delitos, delícias, de ilícitas branduras.
Acorda, é hora, acordes em tons e compassos buzinam,
minha cabeça roda,
cantarola lembranças que da noite se lembrava,
da noite em que estive aí, estava aí,
apesar de, desnorteado, achar que não devia estar.
Tarde percebi, toleraste-me mentindo,
dizendo, "volta à tua rua, ao teu meio, à tua aldeia,
exorciza tua alma desse querer insano".
Acordei acordado, ensopado,
gemendo surdo, baixinho,
que da noite os sons são estranhos, entranhas e os vultos machucam,
as cores são pardas...
...é tarde!
Carlos Wagner
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poema
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