1984 foi um ano interessante para mim, de várias formas e situações, coisas aconteceram que trouxeram mudanças significativas.
Acabei por conhecer Mônica, minha companheira que, definitivamente, selou a minha relação com a música. Pianista de muita sensibilidade, veio unir em mim o profano e o sagrado, o pop e o erudito.
Tudo bem, isso foi acontecer em 1986, quando começamos a namorar e nos amar.
Antes porém, em 84, momentos de muita revolução na mente e no coração, fui fugir um pouco das rotinas das coisas do trabalho e do social, fui parar em Trancoso, Bahia, Eu, o Zé, a Patrícia e o Pedro, 1 ano de idade.
Quase fico por lá. Quase viro hippie (um pouco de exagero nisso).
Nessa época saiu um disco do Gilberto Gil ( Raça Humana) que foi muito interessante, com temáticas que muito me agradam, coisas com as quais o Gil sempre nos brinda. Foi marcante ouvir aquele disco, pela primeira vez lá em Trancoso.
"Pessoa Nefasta", sempre lembro de um cara doidão que estava por lá, em um bar de músicas boas, sinuca, e ele, quando essa música começava em seus primeiros versos, "tu, pessoa nefasta" ele enchia o peito e cantava alto: "co-meçou a nefasta...". Achava engraçado. A música é muito boa, tem uma temática sobre certos tipos de gente que são deletérias, que vibram negatividade em atos e pensamentos.
"Tempo Rei", fala de Aquarius, novos tempos, relação de gerações, filhos e mães. Fina criatividade, musical e poética.
Um outro disco, agora me lembro, que saiu em 85, depois desse período em Trancoso ( Extra ).Tem uma música, O mar de Copacabana, que fala de alguém que quer presentear o seu amor com coisas que um anjo pode ajudar, coisas absurdas mas que expressam um "posso fazer isso que é absurdo, pela tua importância. Te dar o Mar ou a praia de Copacabana".
E outras músicas que agora não me lembro os nomes. Ouçam esses discos, são muito bons.
Não sei, Gil foi sempre um espírito irrequieto, porém, acho assim, ele tem ligação com sinais de um novo tempo, de uma nova humanidade. Que bom que seja assim.
Wá