sexta-feira, fevereiro 20, 2015
quinta-feira, dezembro 04, 2014
Pensador prisioneiro...
Pensando, pensando, pensando...
Que tanto se pensa?
Penso, penso tanto, tanto, tanto...tonto...embriagado nesse movimento, novamente repetitivo, vivo, volitivo, voo ativo...recorrente, acorrentado e encerrado, fluxo de baixo, subindo do submundo, underground, inconsciente, pra cima.
Tudo do plexo solar, do "animal-eu" bio bicho selvagem, querendo pensar, roubar meditações e insuflar ideias, seres fosfórico-dependentes, viciados e circulantes, ladrões subreptícios, répteis vorazes...por isso Ele disse: "Raça de víboras"...
Meu olho olha tais seres, travestidos de ideias e pensamentos, de razão para tudo, para todos os tipos de explicações...fixos, hipnotizados.
Meu olho olha e não vê a natureza real do mundo dos pensamentos, nem o nariz sente o cheiro indecente dessas criaturas sub répteis, sub elementos, sub-humanas, coloridas, fingindo serem eu mesmo. Que inocência!
O lago do meu campo interior abriga obrigações inconfessáveis...e a vida se torna uma perigosa jornada, quase infestada de infectos desejos e escondidas intenções...Afastem-se todos de mim, sou perigoso e irracional...
A vida segue...O que eu guardo escondido aqui em mim que não se importa tanto com o que eu defino como "moral" e "ético"?

Desse anseio nasce unm grito, um conhecimento imenso, autofocado que me lembra o Salmo "elevo os meus olhos para os montes" pedindo um socorro sui-gêneris, um socorro purificante, ativo, que estabeleça sim uma ação consciente, apartada dos seres pensamentos confusos e antigos...E sei que eles também buscam luz.
Surge assim a voz do que "clama no deserto" exigindo de mim; "endireita os caminhos"!, prepara-te para as grandes coisas do Espírito!
terça-feira, novembro 04, 2014
Senador Inácio Aruuda
Senhor Senador Inácio Aruuda,
Assisti pela internet ao seu importante e esclarecedor discurso sobre a vitória da Presidenta Dilma. Foram pontos fundamentais deixados límpidos. Seria importante que, por uma divulgação que chegue a muitos brasileiros, possa ser compreendida a dimensão dessa vitória e do projeto vencedor.
Será uma pena não contar com vossa presença no parlamento brasileiro por esse próximo período.
Gostaria de receber uma cópia escrita, digital, desse belíssimo pronunciamento, par que eu possa divulga-lo entre pessoas conhecidas e interessadas.
Fico, de antemão agradecido pela atenção.
Senhor Senador Inácio Aruuda,
Estamos publicando aqui em nosso blog Familiar
https://www.youtube.com/watch?v=7t81ZAL4tAc
http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2014/10/31/senador-arruda-elogia-mino-e-blogueiros/
Assisti pela internet ao seu importante e esclarecedor discurso sobre a vitória da Presidenta Dilma. Foram pontos fundamentais deixados límpidos. Seria importante que, por uma divulgação que chegue a muitos brasileiros, possa ser compreendida a dimensão dessa vitória e do projeto vencedor.
Será uma pena não contar com vossa presença no parlamento brasileiro por esse próximo período.
Gostaria de receber uma cópia escrita, digital, desse belíssimo pronunciamento, par que eu possa divulga-lo entre pessoas conhecidas e interessadas.
Fico, de antemão agradecido pela atenção.
Senhor Senador Inácio Aruuda,
Estamos publicando aqui em nosso blog Familiar
https://www.youtube.com/watch?v=7t81ZAL4tAc
http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2014/10/31/senador-arruda-elogia-mino-e-blogueiros/
Senado Federal
Secretaria-Geral da
Mesa
Secretaria de
Registro e Redação Parlamentar
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco Apoio Governo/PCdoB - CE. Como Líder. Sem
revisão do orador.) – Srª Presidente, Senadora Vanessa Grazziotin, caro Senador
Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores, quero destacar uma figura que não conheço
pessoalmente, apenas dos escritos.
Antes, cumprimento o Senador Caiado, novo Senador eleito para a próxima
Legislatura, e V. Exª que está acompanhando o Senador Caiado. Não sei se Caiado
está alinhado com V. Exª ou se V. Exª está querendo se alinhar com Caiado. Há
uma dúvida. Depois, vamos dirimir essa questão.
Quero cumprimentar a nossa Presidente Dilma Rousseff, eleita para o segundo
mandato no processo de eleição do Brasil.
Quero destacar a atuação dos novos governadores, que foram eleitos num pleito
muito disputado, especialmente no segundo turno, e a atuação daqueles que
disputaram, mesmo não alcançando a eleição. Eles participaram dessa festa
democrática que se consolida a cada dia no nosso País.
Quero registrar, Sr. Presidente, que não disputei eleição para o Senado. Eu
disputei eleição para a Câmara Federal numa disputa, digamos assim, de última
hora, substituindo um colega Parlamentar que, por condições de saúde, não pôde
disputar. Entramos ali na metade do segundo tempo da disputa eleitoral e, mesmo
assim, alcançamos a marca extraordinária de 55.403 votos no Estado do Ceará.
Quero agradecer cada um desses votos e dizer que, mesmo não tendo sido
suficiente para a eleição, eles são muito importantes na vida daqueles que se
dispõem a disputar uma vaga para o Parlamento nacional, no caso a Câmara
Federal. É muito importante para nós. E tenho certeza de que teremos condições
de honrar esses votos com a atuação da nossa Bancada na Câmara Federal e aqui,
no Senado, porque, nas grandes teses, nós agimos em uníssono. Então, quero
agradecer a cada cearense por estes 55.403 votos. São muito importantes. E
marcaram uma vitória. Não foi suficiente para a eleição, mas é uma conquista
você entrar na reta final de uma eleição e conseguir essa quantidade de votos.
Alguns acham pouco, mas é um contingente grande de eleitores do nosso Estado.
Sr. Presidente, feito esse registro da nossa batalha específica em que nós
atuamos, de que nós participamos, queria, como disse logo no início, fazer um
registro de uma pessoa que não conheço pessoalmente. Tenho concordância em
grande parte com seus editoriais na sua revista, discordei já de muitos outros,
mas quero destacar uma posição que demonstra o caráter das pessoas. Trata-se do
jornalista Mino Carta. Essa figura, bem antes do pleito, anunciou a posição da
sua revista dizendo o seguinte: “Aqui, faremos jornalismo, mas nós temos uma
posição. A posição da revista é de apoio à Presidente Dilma Rousseff”.
Isso demonstra o caráter e marca o posicionamento de um órgão de comunicação
privado, particular, não é uma concessão, como as grandes cadeias de televisão
e de rádio que atuam no nosso País, que agem de forma cínica em apoio a
determinados candidatos, mas que se vestem com uma roupagem como se fossem
independentes, como se não tivessem posição.
Eu quero destacar essa posição de uma figura extraordinária que não conheço,
que pessoalmente não sei quem é, cuja família não conheço. Conheço a sua
posição descrita por seus editoriais do ponto de vista político. E acho que
isso demonstra o seu caráter, uma pessoa que tem caráter. Ele diz: “Não, eu
tenho uma opinião, tenho uma posição”. E firmou essa posição.
Isso eu digo para tratar da batalha central que ocorreu em nosso País, que foi
a eleição presidencial, marcada por uma chuva meteórica de ações movidas pelos
grandes veículos de comunicação. Era como se, no segundo turno, especialmente,
nós tivéssemos uma disputa entre três candidatos, dois unidos de um lado e um
do outro. Na verdade, os grandes veículos de comunicação, embora não tivessem
anunciado a sua posição, atuaram como partido, agiram como partido, tramaram
durante a campanha como um partido e se juntaram a um candidato contra a outra
candidata.
É importante que fique claro para o povo brasileiro a posição dos grandes
órgãos de comunicação do Brasil, que se posicionaram abertamente fazendo
campanha, mas sinicamente dizendo que não; que não estavam em campanha de
ninguém, estavam apenas informando a população. Então, é algo que precisa ser
clareado no Brasil.
Por isso fiz questão de destacar a posição de Mino Carta, porque esse teve
caráter, esse deixou sua posição clara, a sua opinião clara. Assim como outros
jornalistas que eu considerei que atuaram, não mais numa revista, mas nos
blogues, que foram, em alguns momentos, até demonizados, mas que eu quero
destacar algumas figuras pelo papel que cumpriram, e, em nome deles, esse
conjunto de apoiadores da candidatura da Presidente Dilma especialmente.
Registro a figura do Paulo Henrique Amorim, a figura do jornalista Rodrigo
Vianna, a figura do Azenha, e também quero destacar a figura do Miro no Barão
de Itararé, um blogue importantíssimo da disputa política. Porque eles atuaram.
Eles trabalharam de forma aberta em um combate sem trégua, permanente na
chamada Rede Internacional de Computadores. E eles agiram sem robô. Eles eram
as pessoas agindo. Eles eram as figuras da vida política na área jornalista
agindo diretamente, posicionados, sabendo o que estavam fazendo, sabendo qual
era a razão da disputa política que acontecia no Brasil. E ganhou na disputa
política. E é muito interessante como continua a batalha.
A Presidente anunciou, respondendo já uma posição explorada midiaticamente, de
que o País estaria dividido. Há pouco eu vi exatamente nos blogues a posição de
como se deu a eleição última do Barack Obama. Ele ganhou por uma merreca de
votos, uma ninharia, um percentual acho que até menor do que o da Presidente
Dilma, do ponto de vista da diferença. O Presidente Hollande da França também.
Nenhum dos dois dividiu o seu País. Não.
É um processo democrático. É uma disputa democrática. Se ganhar por um, ganhou.
É aquele que leva, mesmo por um voto. Não há que se estender a disputa num cabo
de força que, eleita a Presidente, no caso reeleita a Presidente Dilma, se
mantenha um cabo de força.
na tentativa de transformar essa movimentação que foi o resultado da eleição
num 3º turno incessante e permanente, para impedir, como alguns disseram, que
governe. Este que é o problema. E a batalha que se trava no Brasil, essa busca
dos caminhos do Brasil é o que temos em disputa. Se nós continuamos uma trilha
que permite o Brasil se desenvolver, crescer, distribuir a riqueza ou se nós
voltamos para a velha teoria do desenvolvimento subordinado, de tirar os
sapatos, de tirar os chinelos, de soberania minguada ou se nós reafirmamos o
nosso caminho. O País é continental. O País tem força, inteligência,
capacidade, um grande mercado. Então, por que nós temos que insistir nesse
caminho que os neoliberais locais querem impor ao Brasil de subordinação ao
modelo que não é praticado nos países centrais? Eles mesmos não o praticam e
querem praticá-lo entre nós! Eu acho que essa foi a batalha travada entre dois
caminhos: o do retorno às teses liberais do famoso Neoliberalismo recente de
esfrangalhar a capacidade do Estado de reagir à necessidade de desenvolvimento
da sua nação – isso que foi posto como debate – ou se a gente mantém
aprofundando esse caminho em que o Estado tem um papel destacado no projeto de
desenvolvimento da Nação. E não há como esconder essa necessidade entre nós,
brasileiros. Examinemos, se alguns querem ser consistentes nas suas posições, o
que ocorre nas grandes nações nos dias de hoje. Vamos ver! Olhemos o que ocorre
nos Estados Unidos da América, se eles abrem mão do papel destacado do Estado
para definir a política de desenvolvimento da sua nação. Vejamos a Índia, um
país emergente como o nosso, ou a China, que deu saltos mais rápidos em relação
ao seu projeto de desenvolvimento, ou a Alemanha, ou outros países da Europa
como França e Inglaterra. Eles abrem mão do papel do Estado do seu país, da sua
nação para que outros ditem a regra do seu desenvolvimento?! Por acaso, algum
desses defende a teoria enviesada dos bancos centrais independentes nas suas
pátrias?! É essa a questão que esteve no fundo do debate político brasileiro.
Vejo, muitas vezes... Acho que a Presidente tem razão quando diz que, no
episódio da Petrobras, não deve sobrar pedra sobre pedra. Vai ser muito
interessante a gente ver o resultado final dessa investigação.
Mas há algo maior por trás do embate em relação à Pebrobras. É exatamente o
fato de que durante esse período mais recente, de 12 anos, houve uma alteração
substantiva no modelo de exploração de petróleo e gás quando se descobriu a
camada do pré-sal. A camada do pré-sal tem uma distinção porque se trata de
campos gigantescos de petróleo. Com essa descoberta, o Presidente Lula
considerou a hipótese de alterar a legislação.
Antes do modelo de concessão o que ocorria? Qualquer um, brasileiro ou
estrangeiro, que participasse de um leilão, no modelo da concessão, ficava dono
de 100% do óleo. Poderia levar o óleo para onde quisesse, para qualquer lugar.
Teve o episódio de uma empresa americana que ganhou um bloco no Município de
Capuí, na plataforma marinha de Capuí, no Ceará. Colocou lá sua plataforma,
tirou o óleo todo e não contratou um brasileiro sequer. Quando tirou o óleo,
não deixando nem uma gota no Brasil, foi embora e acabou-se. Esse era o modelo
de concessão.
Se para áreas onde há algum risco você pode manter o modelo de concessão, na
área que não tem risco nenhum, como a área do pré-sal, esse modelo não poderia
prevalecer. Esse é outro problema de fundo em relação à Petrobras. Aqui, a
alteração que foi feita é de grande monta. Primeiro: no modelo de partilha 100%
do óleo pertencem ao Brasil. Pago o serviço prestado por qualquer outro que se
associe comigo para tirar o óleo. Primeiro dito que 100% do óleo é nosso.
Segundo: tem uma única operadora no pré-sal, uma única operadora que tem um
nome e que se chama Petrobras. Esse é o problema, esse é o fundo da guerra. O
óleo é 100% e só tem uma operadora chamada Petrobras. Terceiro: ainda criou-se
um fundo social do pré-sal.
Então, essas alterações são muito fortes, elas criam perspectivas que vão além
do pagamento dos dividendos da Bolsa de Nova Iorque.
Sr. Presidente, eram essas as questões que eu queria levantar,
agradecendo, mais uma vez, aos eleitores do meu Estado pelos votos que me
ofereceram, 55.403 votos, que, para mim, significam uma grande vitória. Tive
uma eleição curta, só um mês e meio praticamente de eleição, e, assim mesmo, o
eleitorado da nossa cidade, do meu Estado, da capital e também do Estado do
Ceará me ofereceu uma votação muito significativa.
Quero deixar esse registro especialmente em relação à Presidente Dilma
Rousseff. Ela sabe que vai poder contar com o PCdoB no Senado, com a nossa
querida Senadora Vanessa Grazziotin, e na Câmara Federal, com a nossa bancada,
para poder lutar ao lado dela por esse projeto de desenvolvimento em curso na
nossa Pátria.
Muito obrigado.
quarta-feira, outubro 29, 2014
domingo, outubro 19, 2014
terça-feira, outubro 14, 2014
sexta-feira, outubro 10, 2014
Altamiro Borges: FHC, um presidente bom de bico
Altamiro Borges: FHC, um presidente bom de bico: Por Luis Nassif, no Jornal GGN : Nas redes sociais popularizou-se a figura do troll. São perfis do Twitter, Facebook e comentaristas d...
terça-feira, setembro 30, 2014
SEM ÉTICA, BARBOSA TEM REGISTRO NEGADO PELA OAB
Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa teve seu registro de advogado negado pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, do Distrito Federal; presidente da entidade, Ibaneis Rocha alegou que ele feriu a ética profissional quando exerceu a magistratura; durante seu estrelato, Barbosa ofendeu advogados e fez até com que o defensor de José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, fosse retirado do plenário do STF por seguranças da casa – fato inédito na história do Judiciário; agora, veio o troco; leia a íntegra do despacho do presidente da OAB-DF
30 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 13:50
247 – O ex-presidente do STF Joaquim Barbosa colheu nesta segunda-feira 30, na seção do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, uma parte do que semeou no exercício do cargo. Ele teve seu pedido de registro profissional como advogado recusado pela OAB-DF, sob a justificativa, registrada pelo presidente da entidade, Ibaneis Rocha, de ter "ferido a ética profissional".
Barbosa destratou dois advogados, Maurício Corrêa, já falecido, e José Gerardo Grossi, durante seu período como ministro do Supremo. A OAB, em cada uma das ocasiões, realizou atos de desagravo aos profissionais.
Em junho, durante uma de suas últimas sessões no STF e numa cena que foi transmitida ao vivo pela TV Justiça, Barbosa mandou que seguranças retirassem da corte o advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-presidente do PT José Genoíno. O gesto despertou indignação em diferentes setores da Justiça.
Agora, Barbosa terá de recorrer à comissão de seleção da OAB se quiser pertencer à classe que, nitidamente, não o quer. Ele foi comunicado do indeferimento de seu pedido nesta segunda 30.
Barbosa também pode recorrer à Justiça para ter direito ao registro da Ordem. Ele é formado em Direito e antes de ser ministro do STF era procurador da República concursado. O problema é o risco de ser humilhado novamente, com outras recusas.
Leia, abaixo, a íntegra do despacho do presidente da OAB-DF:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE SELEÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, CONSELHO SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL
“O desapreço do Excelentíssimo Sr. Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal pela advocacia já foi externado diversas vezes e é de conhecimento público e notório.”
Márcio Thomaz Bastos, Membro Honorário Vitalício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por ocasião do desagravo realizado em 10.06.2014 de que foi o orador.
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/DF sob o n.º 11.555, vem à presença de V. Exa. propor IMPUGNAÇÃO ao pedido de inscrição originária formulado pelo Sr. Ministro aposentado JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, constante do Edital de Inscrição de 19 de setembro de 2014, pelos fatos a seguir aduzidos.
Em 23 de novembro de 2006 o Requerente, na condição de Ministro do Supremo Tribunal Federal, atacou a honra de Membro Honorário desta Seccional, o advogado Maurício Corrêa, a quem imputou a prática do crime previsto no art. 332 do Código Penal, verbis : “Se o ex-presidente desta Casa, Ministro Maurício Corrêa não é o advogado da causa, então, trata-se de um caso de tráfico de influência que precisa ser apurado”, o que resultou na concessão de desagravo público pelo Conselho Seccional da OAB-DF (Protocolo nº 06127/2006, cópia em anexo).
Quando o Requerente ocupou a Presidência do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal seus atos e suas declarações contra a classe dos advogados subiram de tom e ganharam grande repercussão nacional. Vejamos, segundo o clipping em anexo:
a)Em 19 de março de 2013, durante sessão do CNJ, generalizou suas críticas afirmando a existência de “conluio” entre advogados e juízes, verbis: “Há muitos [juízes] para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras”, o que resultou em manifestação conjunta do Conselho Federal da OAB, da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB);
b)Em 08 de abril de 2013, sobre a criação de novos Tribunais Regionais Federais aprovada pela Proposta de Emenda Constituição nº 544, de 2002, apoiada institucionalmente pela Ordem dos Advogados do Brasil, afirmou o seguinte: “Os Tribunais vão servir para dar emprego para advogados...”; “e vão ser criados em resorts, em alguma grande praia...”; “foi uma negociação na surdina, sorrateira”; o que redundou em nota oficial à imprensa aprovada à unanimidade pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
c)Em 14 de maio de 2013, também em sessão do CNJ, o então Ministro-Presidente afirmou, em tom jocoso, que: “Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11h mesmo?” e “A Constituição não outorga direito absoluto a nenhuma categoria. Essa norma fere o dispositivo legal, ou são os advogados que gozam de direito absoluto no país?”, o que foi firmemente repudiado por diversas entidades da advocacia, notadamente pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, pelo Movimento de Defesa da Advocacia, pela Associação dos Advogados de São Paulo e pela Diretoria do Conselho Federal da OAB;
d)Em 11 de março de 2014 o Requerente votou vencido no Conselho Nacional de Justiça contra a isenção de despesas relativas à manutenção das salas dos advogados nos fóruns. Na oportunidade, criticou duramente a Ordem dos Advogados: “Precisa separar o público do privado. Que pague proporcionalmente pela ocupação dos espaços. Não ter essa postura ambígua de ora é entidade de caráter público, para receber dinheiro público, ora atua como entidade privada cuida dos seus próprios interesses e não presta contas a ninguém. Quem não presta contas não deve receber nenhum tipo de vantagem pública”; o que também resultou em nota da Diretoria do Conselho Federal da OAB; e,
e)Em 11 de junho de 2014, numa das últimas sessões do Supremo Tribunal Federal que presidiu, o Requerente “expulsou da tribuna do tribunal e pôs para fora da sessão mediante coação por seguranças o advogado Luiz Fernando Pacheco, que apresentava uma questão de ordem, no limite de sua atuação profissional, nos termos da Lei 8.906”, conforme nota de repúdio subscrita pela diretoria do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Por fim, em 10 de junho de 2014, este Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal concedeu novo desagravo público, desta feita ao advogado José Gerardo Grossi, atingido em suas prerrogativas profissionais pelo então Min. Joaquim Barbosa em decisão judicial assim lançada: “No caso sob exame, além do mais, é lícito vislumbrar na oferta de trabalho em causa mera action de complaisance entre copains, absolutamente incompatível com a execução de uma sentença penal. (...) É de se indagar: o direito de punir indivíduos devidamente condenados pela prática de crimes, que é uma prerrogativa típica de Estado, compatibiliza-se com esse inaceitável trade-off entre proprietários de escritórios de advocacia criminal? Harmoniza-se tudo isso com o interesse público, com o direito da sociedade de ver os condenados cumprirem rigorosamente as penas que lhes foram impostas? O exercício da advocacia é atividade nobre, revestida de inúmeras prerrogativas. Não se presta a arranjos visivelmente voltados a contornar a necessidade e o dever de observância estrita das leis e das decisões da Justiça” (Processo nº 07.0000.2014.012285-2, cópia em anexo).
Diante disso, venho pela presente apresentar impugnação ao pedido de inscrição originária formulado pelo Sr. Ministro aposentado JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, constante do Edital de Inscrição de 19 de setembro de 2014, pugnando pelo indeferimento de seu pleito, que não atende aos ditames do art. 8º da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e OAB), notadamente a seu inciso VI, pelos fundamentos já expostos.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Brasília/DF, 26 de setembro de 2014.
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR
OAB/DF n.º 11.5554
“O desapreço do Excelentíssimo Sr. Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal pela advocacia já foi externado diversas vezes e é de conhecimento público e notório.”
Márcio Thomaz Bastos, Membro Honorário Vitalício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por ocasião do desagravo realizado em 10.06.2014 de que foi o orador.
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/DF sob o n.º 11.555, vem à presença de V. Exa. propor IMPUGNAÇÃO ao pedido de inscrição originária formulado pelo Sr. Ministro aposentado JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, constante do Edital de Inscrição de 19 de setembro de 2014, pelos fatos a seguir aduzidos.
Em 23 de novembro de 2006 o Requerente, na condição de Ministro do Supremo Tribunal Federal, atacou a honra de Membro Honorário desta Seccional, o advogado Maurício Corrêa, a quem imputou a prática do crime previsto no art. 332 do Código Penal, verbis : “Se o ex-presidente desta Casa, Ministro Maurício Corrêa não é o advogado da causa, então, trata-se de um caso de tráfico de influência que precisa ser apurado”, o que resultou na concessão de desagravo público pelo Conselho Seccional da OAB-DF (Protocolo nº 06127/2006, cópia em anexo).
Quando o Requerente ocupou a Presidência do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal seus atos e suas declarações contra a classe dos advogados subiram de tom e ganharam grande repercussão nacional. Vejamos, segundo o clipping em anexo:
a)Em 19 de março de 2013, durante sessão do CNJ, generalizou suas críticas afirmando a existência de “conluio” entre advogados e juízes, verbis: “Há muitos [juízes] para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras”, o que resultou em manifestação conjunta do Conselho Federal da OAB, da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB);
b)Em 08 de abril de 2013, sobre a criação de novos Tribunais Regionais Federais aprovada pela Proposta de Emenda Constituição nº 544, de 2002, apoiada institucionalmente pela Ordem dos Advogados do Brasil, afirmou o seguinte: “Os Tribunais vão servir para dar emprego para advogados...”; “e vão ser criados em resorts, em alguma grande praia...”; “foi uma negociação na surdina, sorrateira”; o que redundou em nota oficial à imprensa aprovada à unanimidade pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
c)Em 14 de maio de 2013, também em sessão do CNJ, o então Ministro-Presidente afirmou, em tom jocoso, que: “Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11h mesmo?” e “A Constituição não outorga direito absoluto a nenhuma categoria. Essa norma fere o dispositivo legal, ou são os advogados que gozam de direito absoluto no país?”, o que foi firmemente repudiado por diversas entidades da advocacia, notadamente pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, pelo Movimento de Defesa da Advocacia, pela Associação dos Advogados de São Paulo e pela Diretoria do Conselho Federal da OAB;
d)Em 11 de março de 2014 o Requerente votou vencido no Conselho Nacional de Justiça contra a isenção de despesas relativas à manutenção das salas dos advogados nos fóruns. Na oportunidade, criticou duramente a Ordem dos Advogados: “Precisa separar o público do privado. Que pague proporcionalmente pela ocupação dos espaços. Não ter essa postura ambígua de ora é entidade de caráter público, para receber dinheiro público, ora atua como entidade privada cuida dos seus próprios interesses e não presta contas a ninguém. Quem não presta contas não deve receber nenhum tipo de vantagem pública”; o que também resultou em nota da Diretoria do Conselho Federal da OAB; e,
e)Em 11 de junho de 2014, numa das últimas sessões do Supremo Tribunal Federal que presidiu, o Requerente “expulsou da tribuna do tribunal e pôs para fora da sessão mediante coação por seguranças o advogado Luiz Fernando Pacheco, que apresentava uma questão de ordem, no limite de sua atuação profissional, nos termos da Lei 8.906”, conforme nota de repúdio subscrita pela diretoria do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Por fim, em 10 de junho de 2014, este Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal concedeu novo desagravo público, desta feita ao advogado José Gerardo Grossi, atingido em suas prerrogativas profissionais pelo então Min. Joaquim Barbosa em decisão judicial assim lançada: “No caso sob exame, além do mais, é lícito vislumbrar na oferta de trabalho em causa mera action de complaisance entre copains, absolutamente incompatível com a execução de uma sentença penal. (...) É de se indagar: o direito de punir indivíduos devidamente condenados pela prática de crimes, que é uma prerrogativa típica de Estado, compatibiliza-se com esse inaceitável trade-off entre proprietários de escritórios de advocacia criminal? Harmoniza-se tudo isso com o interesse público, com o direito da sociedade de ver os condenados cumprirem rigorosamente as penas que lhes foram impostas? O exercício da advocacia é atividade nobre, revestida de inúmeras prerrogativas. Não se presta a arranjos visivelmente voltados a contornar a necessidade e o dever de observância estrita das leis e das decisões da Justiça” (Processo nº 07.0000.2014.012285-2, cópia em anexo).
Diante disso, venho pela presente apresentar impugnação ao pedido de inscrição originária formulado pelo Sr. Ministro aposentado JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES, constante do Edital de Inscrição de 19 de setembro de 2014, pugnando pelo indeferimento de seu pleito, que não atende aos ditames do art. 8º da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e OAB), notadamente a seu inciso VI, pelos fundamentos já expostos.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Brasília/DF, 26 de setembro de 2014.
IBANEIS ROCHA BARROS JUNIOR
OAB/DF n.º 11.5554
quarta-feira, setembro 24, 2014
Altamiro Borges: Pitbull da Veja atropelado na ciclovia
Altamiro Borges: Pitbull da Veja atropelado na ciclovia: http://pataxocartoons.blogspot.com.br/ Por Altamiro Borges A situação de Reinaldo Azevedo – pitbull da Veja e rottweiller da Folha – ...
terça-feira, setembro 09, 2014
sexta-feira, agosto 15, 2014
Loki
Podemos ouvir tudo isso e aprender dos que viveram...é certo sim!
Mas tem muito mais que nós, atônitos e perplexos, poderíamos dizer do que estávamos apreciando e vendo, e ouvindo.
E era demais!!!!
sábado, agosto 09, 2014
Notícias de Rodrigo...
Notícias de Rodrigo...Legal.
Admiração em Silêncio.
Contemplar seu espaço em silêncio para ouvir e não julgar!
Quem quiser, vai lá!
sexta-feira, agosto 08, 2014
quinta-feira, agosto 07, 2014
Essa é pra curtir...
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar
quarta-feira, julho 30, 2014
terça-feira, julho 29, 2014
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Obrigado, Bruxo!
Juca Kfouri
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Por FREDERICO BERNIS*
Era junho de 2012, acho. Eu estava trabalhando quando recebo a ligação de um amigo que estava de licença médica:
- Cê tá vendo o que eu tô vendo?
- Não. O que?
- O Ronaldinho está no CT do Galo treinando com o time!
- Como assim?
- Uai, parece que ele acertou com o Galo!
Nem acreditei. Entrei na internet e era verdade. Helicópteros sobrevoavam a cidade do Galo pra fazer as imagens. O Brasil todo comentando, a maioria das pessoas achando que tinha sido uma grande burrada do Kalil. Eu não. Na mesma hora tive certeza que ia dar certo: “Não tem como dar errado, gente. O Ronaldinho no seu pior dia é mil vezes melhor que o Escudero”. O Escudero era o nosso 10 na época.
A partir dali, a gente começou a ir ao campo e ver um espetáculo diferente. Tinha futebol mas tinha um quê de circo também, de show. Você chegava no Horto e lá estava o cara com a camisa do Galo, número 49. Quatro mais nove, treze. E era um tal de passe sem olhar, chapéu de canela, calcanhar no ar, cobrança de falta rasteira por baixo da barreira. Um repertório infinito de bruxarias que até quem assistia ao vivo tinha dificuldade de acreditar. Na arquibancada, eu via a torcida dando risada das jogadas do cara. Chegava a ser engraçado ver o que ele fazia com a bola na frente dos adversários mais difíceis.
Esse cidadão mudou tudo. Quem jogava mal passou a jogar bem. Bernard com 20 anos começou a jogar com confiança de veterano. Tardelli estava no Catar e quis voltar de qualquer jeito pra jogar no Galo com o cara. Só quem não mudou foi a torcida, porque a torcida do Galo não muda nunca.
Depois de mais de nem sei quantos anos sem disputar o torneio, vi o Galo começar a Libertadores voando. No primeiro jogo, o Bruxo deu a assistência pros 2 gols, e com requintes de crueldade. Quem não se lembra do garçon Rogério Ceni ali, com a toalhinha na mão, servindo água pro seu ídolo? Em seguida vimos o Galo começar perdendo um jogo na Argentina e depois meter cinco, com um pé nas costas. O pé de um monstro chamado Ronaldinho, que encaixou sucessivas assistências pra Bernard, Tardelli, Jô…
Vi, sob sua batuta, um time brasileiro ganhar um jogo na altitude de La Paz. E vi num lance, no jogo da volta contra os bolivianos, esse bruxo recuar, recuar e recuar com a bola como quem não queria nada. Na arquibancada, do meu lado, algumas pessoas reclamaram: “Pô, Ronaldinho! Vai pra cima dos caras!” Aí, de repente, ele espeta de costas um passe de mais de 30 metros rasgando a defesa toda pra encontrar lá na frente, do outro lado, o Marcos Rocha dentro da área. Pênalti! De dentro do campo, perseguido por dois adversários, ele vislumbrou de costas uma jogada que eu da arquibancada não tinha percebido. Foi o passe mais fantástico que eu já vi na vida. Eu me senti um cego perto daquele cara. Dava vontade de rir. Ou de chorar. Sei lá. Esse cara confunde muito a gente.
Aí, no outro jogo, ele entra na área pela esquerda e dá uma cavadinha. Todo mundo esperando uma coisa, mas a bola descreve uma trajetória diferente e entra por cobertura no mesmo canto onde está o goleiro que, coitado, não entendeu nada. Uma coisa impressionante, senhoras e senhores. Metemos cinco gols novamente e quando eu saio, vejo os comentaristas achando que ele não queria fazer o gol daquele jeito, que tinha sido sem querer. Da mesma forma que acharam que foi sorte quando ele fez aquele gol de falta na Copa de 2002, por cima do Seaman, goleiro inglês. Ele é assim. É tão craque que a gente não acredita que ele quis fazer aquilo. Mas ele quis, gente. Aceitem: ele quis. Ele é bom assim.
No jogo contra o São Paulo, quando ele provocou os caras falando que “quando tá valendo, tá valendo” eu fiquei preocupado: pra que botar pilha no adversário? Isso acaba motivando mais e tal… Mas ele não tava nem aí. Cruzaram uma bola na área e ele deu um totó de cabeça que a bola demorou uns 40 segundos pra beijar a rede. É igual aqueles pesadelos que você precisa correr mais não sai do lugar. O Rogério Ceni e o beque ficaram ali, pesando uns 700 quilos cada um, sem conseguir se mexer. Até hoje estão jogando a culpa um no outro. Esquenta não, gente, a culpa não é de vocês. Vocês apenas foram mais duas vítimas da bruxaria do R10.
Tanto que no jogo do Horto ele repetiu a dose jogando novamente os são paulinos um contra o outro. Ele ali, na beiradinha do campo, fez que estava perdendo o domínio da bola, só o suficiente pro volante fogoso dar o bote. O pobre rapaz entrou com força, chutando tudo que via pela frente. Imagino que por um breve momento o impetuoso volantão tenha ficado satisfeito, pensando: “consegui! Matei a jogada!”. Mas o urro delirante da torcida do Galo o alertou para o engano. Coitado, tinha ficado sem a bola e a dignidade. Levou uma caneta lisa e ainda chutou sem querer seu companheiro de time que passava por ali e acabou alvejado. Aos futuros marcadores desavisados, segue um recado caridoso: nunca caiam nessa. Ele nunca perde o controle da bola. Nunca.
Vi, num jogo contra o Inter no sul, o Victor dar um bicão pro alto na reposição de jogo. A bola viajou como num saque jornada nas estrelas e foi na direção do Ronaldo. Chovia muito, o campo estava encharcado, jogo pesado. Os marcadores correram tentando interceptar a bola antes, mas ele chegou primeiro e dominou a bola que vinha pesada do espaço com o peito do pé de um jeito que ela morreu ali mesmo, sem nenhum quique, nenhum barulho, nada. Simplesmente a bola morreu. Os zagueiros do Inter, tadinhos, viraram de costas e saíram correndo apavorados. Não acreditaram no que tinham acabado de ver. Eu também confesso que fiquei ali uns 15 minutos sem acreditar. O tempo passava, o jogo rolando e eu ali ainda agarrado àquela matada de bola, tentando decifrar o que tinha acontecido.
Esse dois anos que ele passou aqui mudaram a nossa vida. Não só por causa dos títulos, principalmente o da Libertadores, mas por mostrar pra gente o tanto que futebol pode ser bom. Eu achava que a melhor coisa do futebol era torcer pro Galo, mas me enganei. A melhor coisa do futebol é torcer pro Galo do Ronaldinho. Ou pro Ronaldinho do Galo, sei lá. Esse cara confunde muito a gente.
Agora, infelizmente, chegou a hora desse sonho acabar. O Bruxo vai embora fazer suas bruxarias em outra freguesia. Sei que ele já não vinha repetindo as atuações históricas que nos acostumamos a ver. Mas não consigo esquecer o que ele fez. Ir ao Horto ver R10 jogar com a nossa camisa, a famosa camisa preto e branca que nos faz torcer contra o vento, foi o melhor que o futebol me deu até hoje.
Obrigado, R10. Obrigado, Bruxo.
*Frederico Bernis é arquiteto.
segunda-feira, julho 28, 2014
Roger Waters contra o apertheid israelense
Roger Waters divulga carta aberta contra “muro do apartheid” israelense
data de publicação: novembro 20, 2013 Em: Viva Palestina
Em 1980, uma canção que escrevi, “Another Brick in the Wall Part 2″, foi proibida pelo governo da África do Sul porque estava a ser usada por crianças negras sul-africanas para reivindicar o seu direito a uma educação igual. Esse governo de apartheid impôs um bloqueio cultural, por assim dizer, sobre algumas canções, incluindo a minha.
Vinte e cinco anos mais tarde, em 2005, crianças palestinas que participavam num festival na Cisjordânia usaram a canção para protestar contra o muro do apartheid israelita. Elas cantavam: “Não precisamos da ocupação! Não precisamos do muro racista!” Nessa altura, eu não tinha ainda visto com os meus olhos aquilo sobre o que elas estavam a cantar.
Um ano mais tarde, em 2006, fui contratado para actuar em Telavive.
Palestinos do movimento de boicote académico e cultural a Israel exortaram-me a reconsiderar. Eu já me tinha manifestado contra o muro, mas não tinha a certeza de que um boicote cultural fosse a via certa. Os defensores palestinos de um boicote pediram-me que visitasse o território palestino ocupado para ver o muro com os meus olhos antes de tomar uma decisão. Eu concordei.
Sob a protecção das Nações Unidas, visitei Jerusalém e Belém. Nada podia ter-me preparado para aquilo que vi nesse dia. O muro é um edifício revoltante. Ele é policiado por jovens soldados israelitas que me trataram, observador casual de um outro mundo, com uma agressão cheia de desprezo. Se foi assim comigo, um estrangeiro, imaginem o que deve ser com os palestinos, com os subproletários, com os portadores de autorizações. Soube então que a minha consciência não me permitiria afastar-me desse muro, do destino dos palestinos que conheci, pessoas cujas vidas são esmagadas diariamente de mil e uma maneiras pela ocupação de Israel. Em solidariedade, e de alguma forma por impotência, escrevi no muro, naquele dia: “Não precisamos do controle das ideias”.
Realizando nesse momento que a minha presença num palco de Telavive iria legitimar involuntariamente a opressão que eu estava a testemunhar, cancelei o meu concerto no estádio de futebol de Telavive e mudei-o para Neve Shalom, uma comunidade agrícola dedicada a criar pintainhos e também, admiravelmente, à cooperação entre pessoas de crenças diferentes, onde muçulmanos, cristãos e judeus vivem e trabalham lado a lado em harmonia.
Contra todas as expectativas, ele tornou-se no maior evento musical da curta história de Israel. 60.000 fãs lutaram contra engarrafamentos de trânsito para assistir. Foi extraordinariamente comovente para mim e para a minha banda e, no fim do concerto, fui levado a exortar os jovens que ali estavam agrupados a exigirem ao seu governo que tentasse chegar à paz com os seus vizinhos e que respeitasse os direitos civis dos palestinos que vivem em Israel.
Infelizmente, nos anos que se seguiram, o governo israelita não fez nenhuma tentativa para implementar legislação que garanta aos árabes israelitas direitos civis iguais aos que têm os judeus israelitas, e o muro cresceu, inexoravelmente, anexando cada vez mais da faixa ocidental.
Aprendi nesse dia de 2006 em Belém alguma coisa do que significa viver sob ocupação, encarcerado por trás de um muro. Significa que um agricultor palestino tem de ver oliveiras centenárias serem arrancadas. Significa que um estudante palestino não pode ir para a escola porque o checkpoint está fechado. Significa que uma mulher pode dar à luz num carro, porque o soldado não a deixará passar até ao hospital que está a dez minutos de estrada. Significa que um artista palestino não pode viajar ao estrangeiro para exibir o seu trabalho ou para mostrar um filme num festival internacional.
Para a população de Gaza, fechada numa prisão virtual por trás do muro do bloqueio ilegal de Israel, significa outra série de injustiças. Significa que as crianças vão para a cama com fome, muitas delas malnutridas cronicamente. Significa que pais e mães, impedidos de trabalhar numa economia dizimada, não têm meios de sustentar as suas famílias. Significa que estudantes universitários com bolsas para estudar no estrangeiro têm de ver uma oportunidade escapar porque não são autorizados a viajar.
Na minha opinião, o controle repugnante e draconiano que Israel exerce sobre os palestinos de Gaza cercados e os palestinos da Cisjordânia ocupada (incluindo Jerusalém oriental), assim como a sua negação dos direitos dos refugiados de regressarem às suas casas em Israel, exige que as pessoas com sentido de justiça em todo o mundo apoiem os palestinos na sua resistência civil, não violenta.
Onde os governos se recusam a atuar, as pessoas devem fazê-lo, com os meios pacíficos que tiverem à sua disposição. Para alguns, isto significou juntar-se à Marcha da Liberdade de Gaza; para outros, isto significou juntar-se à flotilha humanitária que tentou levar até Gaza a muito necessitada ajuda humanitária.
Para mim, isso significa declarar a minha intenção de me manter solidário, não só com o povo da Palestina, mas também com os muitos milhares de israelitas que discordam das políticas racistas e coloniais dos seus governos, juntando-me à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que este satisfaça três direitos humanos básicos exigidos na lei internacional.
1. Pondo fim à ocupação e à colonização de todas as terras árabes [ocupadas desde 1967] e desmantelando o muro;
2. Reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos árabe-palestinos de Israel em plena igualdade; e
3. Respeitando, protegendo e promovendo os direitos dos refugiados palestinos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na resolução 194 das NU.
A minha convicção nasceu da ideia de que todas as pessoas merecem direitos humanos básicos. A minha posição não é antisemita. Isto não é um ataque ao povo de Israel. Isto é, no entanto, um apelo aos meus colegas da indústria da música e também a artistas de outras áreas para que se juntem ao boicote cultural.
Os artistas tiveram razão de recusar-se a atuar na estação de Sun City, na África do Sul, até que o apartheid caísse e que brancos e negros gozassem dos mesmos direitos. E nós temos razão de recusar atuar em Israel até que venha o dia – e esse dia virá seguramente – em que o muro da ocupação caia e os palestinos vivam ao lado dos israelitas em paz, liberdade, justiça e dignidade, que todos eles merecem.
domingo, julho 27, 2014
O massacre de Gaza e o complexo de vira-lata
sex, 25/07/2014 - 15:16
O Governo de Israel disse que o Brasil é irrelevante e criador de problemas, segundo manchete de O Globo. Há nisso uma contradição. Se é irrelevante não pode criar problemas. Se cria problemas não é irrelevante. Aliás, se fosse mesmo irrelevante, não teria levado o Governo israelense ao extremo de quebrar todos os códigos diplomáticos ao ponto de insultar o Governo brasileiro com um ironia chula envolvendo a Copa, como se nós, brasileiros, fôssemos uns idiotas capazes de confundir massacre de inocentes com jogo de futebol.
Ainda pior que o insulto israelense a um país que sempre tratou com simpatia Israel, mesmo em momentos em que ele não merecia isso, é o comportamento da grande mídia brasileira. A invasão truculenta de Gaza é tratada como uma guerra entre iguais. O massacre de crianças e mulheres numa área confinada, sem saída, é apresentado como consequência natural do conflito. O recurso a uma violência extrema aparece como natural. E o Governo brasileiro é ridicularizado porque fala do óbvio, a saber, do uso desproporcional da força.
Na essência, tudo isso é a expressão reiterada do “complexo de vira-lata” da maior parte da grande mídia, segundo o qual tudo o que os Estados Unidos fazem é bom, sendo que os Estados Unidos, no caso, fazem tudo o que quer a direita israelense, e nós, subalternos e incompetentes, devemos nos alinhar cegamente a eles independentemente de uma visão crítica da política envolvida. Diante disso, ter uma atitude diplomática independente, generosa e equilibrada é assumida pela grande mídia como irrelevante na busca de humilhar o Governo, quando o que se está tentando fazer é humilhar o Estado e a própria nação.
Estamos diante do maior massacre de inocentes por uma força bruta militar, equipada com os mais modernos recursos tecnológicos do planeta, desde o Holocausto. Há, certo, uma diferença de escala. Qualitativamente, contudo, a câmara de Gaza se equipara à câmara de gás: ninguém pode sair lá de dentro enquanto os foguetes e o fogo da artilharia e dos tanques colhe a vida de crianças e mulheres. Parece que há em tudo uma contabilidade macabra: foram assassinados pelo Hamas três jovens judeus inocentes; a lei de Talião diz olho por olho, mas a lei do atual Israel diz que um judeu assassinado vale no mínimo 300 palestinos mortos, ou mais.
Ah, sim, os extremistas do Hamas! E acaso não há extremistas em Israel? O fato é que cada vez mais esses extremistas comandam o Governo israelense enterrando todo tipo de iniciativa de paz, inclusive os tratados de Oslo, em nome da posse de uma terra invadida, roubada, sob o pretexto de uma herança bíblica que enterra o amoroso Senhor da Misericórdia debaixo do ódio primitivo do Senhor dos Exércitos. Caveat, Israel é o único fator presente no mundo contemporâneo que pode levar o planeta a uma guerra nuclear. Note-se que o pequeno David já não tem fundas, tem armas atômicas!
A diplomacia brasileira talvez seja irrelevante. Junto com a da Turquia, tentou uma alternativa diplomática para resolver o impasse entre os Estados Unidos e o Irã na questão do desenvolvimento do projeto nuclear pacífico iraniano. Os Estados Unidos, insuflados por Israel, mataram a iniciativa que eles próprios estimularam. A razão foi simples: Israel queria uma guerra contra o Irã. Queria repetir o que fez com o Iraque nos anos 80: bombardear as instalações nucleares iranianas. Não foi a prudência que levou os Estados Unidos a tirar o tapete de Israel. Foi o fato de que, do outro lado, havia uma potência nuclear de primeira linha, a Rússia, com respaldo chinês, em apoio ao Irã.
Felizmente já não estamos num mundo unipolar. Se tivéssemos, Israel teria comandado as forças militares norte-americanas no ataque ao Irã apoiado no lobby judaico que, de longe, não distingue entre o que são interesses fundamentalistas da direita com os interesses legítimos do povo que vive em Israel. Deste, a maioria provavelmente deseja a paz com os palestinos, mesmo que isso significa algum tipo de concessão, sobretudo nos assentamentos que violam a própria lei internacional que criou Israel. Nas mãos dos radicais judeus, contudo, todos estamos em risco: ave, Israel, morituri te salutant!
J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB, autor de mais de duas dezenas de livros sobre economia política brasileira.
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