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quarta-feira, julho 30, 2014
terça-feira, julho 29, 2014
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Obrigado, Bruxo!
Juca Kfouri
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Por FREDERICO BERNIS*
Era junho de 2012, acho. Eu estava trabalhando quando recebo a ligação de um amigo que estava de licença médica:
- Cê tá vendo o que eu tô vendo?
- Não. O que?
- O Ronaldinho está no CT do Galo treinando com o time!
- Como assim?
- Uai, parece que ele acertou com o Galo!
Nem acreditei. Entrei na internet e era verdade. Helicópteros sobrevoavam a cidade do Galo pra fazer as imagens. O Brasil todo comentando, a maioria das pessoas achando que tinha sido uma grande burrada do Kalil. Eu não. Na mesma hora tive certeza que ia dar certo: “Não tem como dar errado, gente. O Ronaldinho no seu pior dia é mil vezes melhor que o Escudero”. O Escudero era o nosso 10 na época.
A partir dali, a gente começou a ir ao campo e ver um espetáculo diferente. Tinha futebol mas tinha um quê de circo também, de show. Você chegava no Horto e lá estava o cara com a camisa do Galo, número 49. Quatro mais nove, treze. E era um tal de passe sem olhar, chapéu de canela, calcanhar no ar, cobrança de falta rasteira por baixo da barreira. Um repertório infinito de bruxarias que até quem assistia ao vivo tinha dificuldade de acreditar. Na arquibancada, eu via a torcida dando risada das jogadas do cara. Chegava a ser engraçado ver o que ele fazia com a bola na frente dos adversários mais difíceis.
Esse cidadão mudou tudo. Quem jogava mal passou a jogar bem. Bernard com 20 anos começou a jogar com confiança de veterano. Tardelli estava no Catar e quis voltar de qualquer jeito pra jogar no Galo com o cara. Só quem não mudou foi a torcida, porque a torcida do Galo não muda nunca.
Depois de mais de nem sei quantos anos sem disputar o torneio, vi o Galo começar a Libertadores voando. No primeiro jogo, o Bruxo deu a assistência pros 2 gols, e com requintes de crueldade. Quem não se lembra do garçon Rogério Ceni ali, com a toalhinha na mão, servindo água pro seu ídolo? Em seguida vimos o Galo começar perdendo um jogo na Argentina e depois meter cinco, com um pé nas costas. O pé de um monstro chamado Ronaldinho, que encaixou sucessivas assistências pra Bernard, Tardelli, Jô…
Vi, sob sua batuta, um time brasileiro ganhar um jogo na altitude de La Paz. E vi num lance, no jogo da volta contra os bolivianos, esse bruxo recuar, recuar e recuar com a bola como quem não queria nada. Na arquibancada, do meu lado, algumas pessoas reclamaram: “Pô, Ronaldinho! Vai pra cima dos caras!” Aí, de repente, ele espeta de costas um passe de mais de 30 metros rasgando a defesa toda pra encontrar lá na frente, do outro lado, o Marcos Rocha dentro da área. Pênalti! De dentro do campo, perseguido por dois adversários, ele vislumbrou de costas uma jogada que eu da arquibancada não tinha percebido. Foi o passe mais fantástico que eu já vi na vida. Eu me senti um cego perto daquele cara. Dava vontade de rir. Ou de chorar. Sei lá. Esse cara confunde muito a gente.
Aí, no outro jogo, ele entra na área pela esquerda e dá uma cavadinha. Todo mundo esperando uma coisa, mas a bola descreve uma trajetória diferente e entra por cobertura no mesmo canto onde está o goleiro que, coitado, não entendeu nada. Uma coisa impressionante, senhoras e senhores. Metemos cinco gols novamente e quando eu saio, vejo os comentaristas achando que ele não queria fazer o gol daquele jeito, que tinha sido sem querer. Da mesma forma que acharam que foi sorte quando ele fez aquele gol de falta na Copa de 2002, por cima do Seaman, goleiro inglês. Ele é assim. É tão craque que a gente não acredita que ele quis fazer aquilo. Mas ele quis, gente. Aceitem: ele quis. Ele é bom assim.
No jogo contra o São Paulo, quando ele provocou os caras falando que “quando tá valendo, tá valendo” eu fiquei preocupado: pra que botar pilha no adversário? Isso acaba motivando mais e tal… Mas ele não tava nem aí. Cruzaram uma bola na área e ele deu um totó de cabeça que a bola demorou uns 40 segundos pra beijar a rede. É igual aqueles pesadelos que você precisa correr mais não sai do lugar. O Rogério Ceni e o beque ficaram ali, pesando uns 700 quilos cada um, sem conseguir se mexer. Até hoje estão jogando a culpa um no outro. Esquenta não, gente, a culpa não é de vocês. Vocês apenas foram mais duas vítimas da bruxaria do R10.
Tanto que no jogo do Horto ele repetiu a dose jogando novamente os são paulinos um contra o outro. Ele ali, na beiradinha do campo, fez que estava perdendo o domínio da bola, só o suficiente pro volante fogoso dar o bote. O pobre rapaz entrou com força, chutando tudo que via pela frente. Imagino que por um breve momento o impetuoso volantão tenha ficado satisfeito, pensando: “consegui! Matei a jogada!”. Mas o urro delirante da torcida do Galo o alertou para o engano. Coitado, tinha ficado sem a bola e a dignidade. Levou uma caneta lisa e ainda chutou sem querer seu companheiro de time que passava por ali e acabou alvejado. Aos futuros marcadores desavisados, segue um recado caridoso: nunca caiam nessa. Ele nunca perde o controle da bola. Nunca.
Vi, num jogo contra o Inter no sul, o Victor dar um bicão pro alto na reposição de jogo. A bola viajou como num saque jornada nas estrelas e foi na direção do Ronaldo. Chovia muito, o campo estava encharcado, jogo pesado. Os marcadores correram tentando interceptar a bola antes, mas ele chegou primeiro e dominou a bola que vinha pesada do espaço com o peito do pé de um jeito que ela morreu ali mesmo, sem nenhum quique, nenhum barulho, nada. Simplesmente a bola morreu. Os zagueiros do Inter, tadinhos, viraram de costas e saíram correndo apavorados. Não acreditaram no que tinham acabado de ver. Eu também confesso que fiquei ali uns 15 minutos sem acreditar. O tempo passava, o jogo rolando e eu ali ainda agarrado àquela matada de bola, tentando decifrar o que tinha acontecido.
Esse dois anos que ele passou aqui mudaram a nossa vida. Não só por causa dos títulos, principalmente o da Libertadores, mas por mostrar pra gente o tanto que futebol pode ser bom. Eu achava que a melhor coisa do futebol era torcer pro Galo, mas me enganei. A melhor coisa do futebol é torcer pro Galo do Ronaldinho. Ou pro Ronaldinho do Galo, sei lá. Esse cara confunde muito a gente.
Agora, infelizmente, chegou a hora desse sonho acabar. O Bruxo vai embora fazer suas bruxarias em outra freguesia. Sei que ele já não vinha repetindo as atuações históricas que nos acostumamos a ver. Mas não consigo esquecer o que ele fez. Ir ao Horto ver R10 jogar com a nossa camisa, a famosa camisa preto e branca que nos faz torcer contra o vento, foi o melhor que o futebol me deu até hoje.
Obrigado, R10. Obrigado, Bruxo.
*Frederico Bernis é arquiteto.
segunda-feira, julho 28, 2014
Roger Waters contra o apertheid israelense
Roger Waters divulga carta aberta contra “muro do apartheid” israelense
data de publicação: novembro 20, 2013 Em: Viva Palestina
Em 1980, uma canção que escrevi, “Another Brick in the Wall Part 2″, foi proibida pelo governo da África do Sul porque estava a ser usada por crianças negras sul-africanas para reivindicar o seu direito a uma educação igual. Esse governo de apartheid impôs um bloqueio cultural, por assim dizer, sobre algumas canções, incluindo a minha.
Vinte e cinco anos mais tarde, em 2005, crianças palestinas que participavam num festival na Cisjordânia usaram a canção para protestar contra o muro do apartheid israelita. Elas cantavam: “Não precisamos da ocupação! Não precisamos do muro racista!” Nessa altura, eu não tinha ainda visto com os meus olhos aquilo sobre o que elas estavam a cantar.
Um ano mais tarde, em 2006, fui contratado para actuar em Telavive.
Palestinos do movimento de boicote académico e cultural a Israel exortaram-me a reconsiderar. Eu já me tinha manifestado contra o muro, mas não tinha a certeza de que um boicote cultural fosse a via certa. Os defensores palestinos de um boicote pediram-me que visitasse o território palestino ocupado para ver o muro com os meus olhos antes de tomar uma decisão. Eu concordei.
Sob a protecção das Nações Unidas, visitei Jerusalém e Belém. Nada podia ter-me preparado para aquilo que vi nesse dia. O muro é um edifício revoltante. Ele é policiado por jovens soldados israelitas que me trataram, observador casual de um outro mundo, com uma agressão cheia de desprezo. Se foi assim comigo, um estrangeiro, imaginem o que deve ser com os palestinos, com os subproletários, com os portadores de autorizações. Soube então que a minha consciência não me permitiria afastar-me desse muro, do destino dos palestinos que conheci, pessoas cujas vidas são esmagadas diariamente de mil e uma maneiras pela ocupação de Israel. Em solidariedade, e de alguma forma por impotência, escrevi no muro, naquele dia: “Não precisamos do controle das ideias”.
Realizando nesse momento que a minha presença num palco de Telavive iria legitimar involuntariamente a opressão que eu estava a testemunhar, cancelei o meu concerto no estádio de futebol de Telavive e mudei-o para Neve Shalom, uma comunidade agrícola dedicada a criar pintainhos e também, admiravelmente, à cooperação entre pessoas de crenças diferentes, onde muçulmanos, cristãos e judeus vivem e trabalham lado a lado em harmonia.
Contra todas as expectativas, ele tornou-se no maior evento musical da curta história de Israel. 60.000 fãs lutaram contra engarrafamentos de trânsito para assistir. Foi extraordinariamente comovente para mim e para a minha banda e, no fim do concerto, fui levado a exortar os jovens que ali estavam agrupados a exigirem ao seu governo que tentasse chegar à paz com os seus vizinhos e que respeitasse os direitos civis dos palestinos que vivem em Israel.
Infelizmente, nos anos que se seguiram, o governo israelita não fez nenhuma tentativa para implementar legislação que garanta aos árabes israelitas direitos civis iguais aos que têm os judeus israelitas, e o muro cresceu, inexoravelmente, anexando cada vez mais da faixa ocidental.
Aprendi nesse dia de 2006 em Belém alguma coisa do que significa viver sob ocupação, encarcerado por trás de um muro. Significa que um agricultor palestino tem de ver oliveiras centenárias serem arrancadas. Significa que um estudante palestino não pode ir para a escola porque o checkpoint está fechado. Significa que uma mulher pode dar à luz num carro, porque o soldado não a deixará passar até ao hospital que está a dez minutos de estrada. Significa que um artista palestino não pode viajar ao estrangeiro para exibir o seu trabalho ou para mostrar um filme num festival internacional.
Para a população de Gaza, fechada numa prisão virtual por trás do muro do bloqueio ilegal de Israel, significa outra série de injustiças. Significa que as crianças vão para a cama com fome, muitas delas malnutridas cronicamente. Significa que pais e mães, impedidos de trabalhar numa economia dizimada, não têm meios de sustentar as suas famílias. Significa que estudantes universitários com bolsas para estudar no estrangeiro têm de ver uma oportunidade escapar porque não são autorizados a viajar.
Na minha opinião, o controle repugnante e draconiano que Israel exerce sobre os palestinos de Gaza cercados e os palestinos da Cisjordânia ocupada (incluindo Jerusalém oriental), assim como a sua negação dos direitos dos refugiados de regressarem às suas casas em Israel, exige que as pessoas com sentido de justiça em todo o mundo apoiem os palestinos na sua resistência civil, não violenta.
Onde os governos se recusam a atuar, as pessoas devem fazê-lo, com os meios pacíficos que tiverem à sua disposição. Para alguns, isto significou juntar-se à Marcha da Liberdade de Gaza; para outros, isto significou juntar-se à flotilha humanitária que tentou levar até Gaza a muito necessitada ajuda humanitária.
Para mim, isso significa declarar a minha intenção de me manter solidário, não só com o povo da Palestina, mas também com os muitos milhares de israelitas que discordam das políticas racistas e coloniais dos seus governos, juntando-me à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel, até que este satisfaça três direitos humanos básicos exigidos na lei internacional.
1. Pondo fim à ocupação e à colonização de todas as terras árabes [ocupadas desde 1967] e desmantelando o muro;
2. Reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos árabe-palestinos de Israel em plena igualdade; e
3. Respeitando, protegendo e promovendo os direitos dos refugiados palestinos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na resolução 194 das NU.
A minha convicção nasceu da ideia de que todas as pessoas merecem direitos humanos básicos. A minha posição não é antisemita. Isto não é um ataque ao povo de Israel. Isto é, no entanto, um apelo aos meus colegas da indústria da música e também a artistas de outras áreas para que se juntem ao boicote cultural.
Os artistas tiveram razão de recusar-se a atuar na estação de Sun City, na África do Sul, até que o apartheid caísse e que brancos e negros gozassem dos mesmos direitos. E nós temos razão de recusar atuar em Israel até que venha o dia – e esse dia virá seguramente – em que o muro da ocupação caia e os palestinos vivam ao lado dos israelitas em paz, liberdade, justiça e dignidade, que todos eles merecem.
domingo, julho 27, 2014
O massacre de Gaza e o complexo de vira-lata
sex, 25/07/2014 - 15:16
O Governo de Israel disse que o Brasil é irrelevante e criador de problemas, segundo manchete de O Globo. Há nisso uma contradição. Se é irrelevante não pode criar problemas. Se cria problemas não é irrelevante. Aliás, se fosse mesmo irrelevante, não teria levado o Governo israelense ao extremo de quebrar todos os códigos diplomáticos ao ponto de insultar o Governo brasileiro com um ironia chula envolvendo a Copa, como se nós, brasileiros, fôssemos uns idiotas capazes de confundir massacre de inocentes com jogo de futebol.
Ainda pior que o insulto israelense a um país que sempre tratou com simpatia Israel, mesmo em momentos em que ele não merecia isso, é o comportamento da grande mídia brasileira. A invasão truculenta de Gaza é tratada como uma guerra entre iguais. O massacre de crianças e mulheres numa área confinada, sem saída, é apresentado como consequência natural do conflito. O recurso a uma violência extrema aparece como natural. E o Governo brasileiro é ridicularizado porque fala do óbvio, a saber, do uso desproporcional da força.
Na essência, tudo isso é a expressão reiterada do “complexo de vira-lata” da maior parte da grande mídia, segundo o qual tudo o que os Estados Unidos fazem é bom, sendo que os Estados Unidos, no caso, fazem tudo o que quer a direita israelense, e nós, subalternos e incompetentes, devemos nos alinhar cegamente a eles independentemente de uma visão crítica da política envolvida. Diante disso, ter uma atitude diplomática independente, generosa e equilibrada é assumida pela grande mídia como irrelevante na busca de humilhar o Governo, quando o que se está tentando fazer é humilhar o Estado e a própria nação.
Estamos diante do maior massacre de inocentes por uma força bruta militar, equipada com os mais modernos recursos tecnológicos do planeta, desde o Holocausto. Há, certo, uma diferença de escala. Qualitativamente, contudo, a câmara de Gaza se equipara à câmara de gás: ninguém pode sair lá de dentro enquanto os foguetes e o fogo da artilharia e dos tanques colhe a vida de crianças e mulheres. Parece que há em tudo uma contabilidade macabra: foram assassinados pelo Hamas três jovens judeus inocentes; a lei de Talião diz olho por olho, mas a lei do atual Israel diz que um judeu assassinado vale no mínimo 300 palestinos mortos, ou mais.
Ah, sim, os extremistas do Hamas! E acaso não há extremistas em Israel? O fato é que cada vez mais esses extremistas comandam o Governo israelense enterrando todo tipo de iniciativa de paz, inclusive os tratados de Oslo, em nome da posse de uma terra invadida, roubada, sob o pretexto de uma herança bíblica que enterra o amoroso Senhor da Misericórdia debaixo do ódio primitivo do Senhor dos Exércitos. Caveat, Israel é o único fator presente no mundo contemporâneo que pode levar o planeta a uma guerra nuclear. Note-se que o pequeno David já não tem fundas, tem armas atômicas!
A diplomacia brasileira talvez seja irrelevante. Junto com a da Turquia, tentou uma alternativa diplomática para resolver o impasse entre os Estados Unidos e o Irã na questão do desenvolvimento do projeto nuclear pacífico iraniano. Os Estados Unidos, insuflados por Israel, mataram a iniciativa que eles próprios estimularam. A razão foi simples: Israel queria uma guerra contra o Irã. Queria repetir o que fez com o Iraque nos anos 80: bombardear as instalações nucleares iranianas. Não foi a prudência que levou os Estados Unidos a tirar o tapete de Israel. Foi o fato de que, do outro lado, havia uma potência nuclear de primeira linha, a Rússia, com respaldo chinês, em apoio ao Irã.
Felizmente já não estamos num mundo unipolar. Se tivéssemos, Israel teria comandado as forças militares norte-americanas no ataque ao Irã apoiado no lobby judaico que, de longe, não distingue entre o que são interesses fundamentalistas da direita com os interesses legítimos do povo que vive em Israel. Deste, a maioria provavelmente deseja a paz com os palestinos, mesmo que isso significa algum tipo de concessão, sobretudo nos assentamentos que violam a própria lei internacional que criou Israel. Nas mãos dos radicais judeus, contudo, todos estamos em risco: ave, Israel, morituri te salutant!
J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB, autor de mais de duas dezenas de livros sobre economia política brasileira.
quarta-feira, julho 23, 2014
Copa de 2014...bela e um grande aprendizado...
Copa de 2014...bela e um grande aprendizado...
Carlos Wagner
Sem dúvida o trabalho da comissão alemã foi de dar inveja e mereceu a vitória nessa Copa. Digo com tranquilidade que, na final, torci para eles por entender e valorizar tudo que fizeram por aqui e também antes daqui. Mas, não vamos fazer disso um binômio eficiencia(Alemanha) x ineficiencia(Brasil), e misturar análises sociológicas e econômicas, pois estamos sendo socialmente problemáticos desde de Cabral e, no entanto, somos 5 vezes campeões. E as outras 30 nações que também ficaram pelo caminho e são, em muitos dos casos mais organizados e menos improvisados do que o Brasil?? E, em muitos esportes somos mais que vencedores. Olhem o Vôlei brasileiro. Brasileiro sim, feito com competência e estudo organizado. Uma outra coisa, sem desmerecer o belo futebol da Alemanha e sua interessante organização para essa Copa de 2014, nem tudo do que se disse desse centro de treinamento é verdade. Uma delas é a de que ele já existia... É claro que eles o reinventaram e o supervalorizaram. E também é verdade que eles tonificaram a economia da região oferecendo trabalho para os moradores de lá. Muito legal isto! Porém, li uma reportagem sobre "mazelas" sociais na Alemanha, tipo pobreza lá. Incrível, não é?!! Dados nunca muito questionados nem sempre revelados. Outra coisa é: imagina o Brasil gastando fábulas em futebol e formação de base, o que tem sim um sentido de investimento inegável, e, de outro lado, os gritos do povo dizendo que não se investe em Educação e Saúde, mas em Futebol sim, como fizeram agora no Famoso "Não vai ter Copa"??? Vamos com calma para não desprezarmos as críticas importantes e corretas sobre a nossa nação e país e sobre o nosso jeito desorganizado de ser, mas também para valorizarmos o que esse Brasil tem de criatividade e potencial. O jeitinho brasileiro não existe sem fundamentação antropológica e sociológica. Estudos de mestrado e doutorado já revelaram que "ele"tem uma explicação mais profunda e nos levaram a níveis de competividade muito elevados, tornando nos competentes com êxito em muitos campos de ação. Temos sim muito que aprender com os povos mais organizados, mais científicos, mais calejados pelas suas histórias e sagas, mas, não devemos justificar nosso sentimento de inferioridade como povo e nação. Nosso povo não é, nem de longe, uma etnia uniforme, nosso povo é a mistura de tudo o que vingou aqui de miscigenação, mistura e coletividade complexa que possa ser analisado de forma simplista e relegado a uma definição pobre de que somos um povo subdesenvolvido e inferior. Nossa "superioridade" é que, apesar de toda a problemática colonização predatória, irresponsável de povos hoje ricos e dominantes, e de gente daqui de dentro mesmo que só pensa em seus próprios interesses econômicos, conseguimos fazer desse "limão azedo uma limonada", conseguimos ser muito bons em diversos campos, das ciências, dos esportes, das artes, da Filosofia, da Diplomacia e, por aí vai. Parabéns à Alemanha!!! Mas, com todo o "jeito brasileiro de ser", e de jogar futebol, fomos e ainda somos "professores nessa arte". Basta sermos um pouquinho mais organizados e menos ufanistas, que continuaremos admirados pelo nosso maravilhoso futebol. As outras importantes "Mazelas sociais" que nos envergonham sim, não as esqueçamos, lutemos para as ter equacionadas com a nossa própria capacidade e criatividade, importando saberes e fazeres, mas descobrindo o nosso próprio "jeito"(sic) de as suprimir erradicar! Viva o nosso Povo e País!
sexta-feira, julho 18, 2014
A morte de Salomão Borges, o avô do Clube da Esquina
http://jornalggn.com.br/noticia/a-morte-de-salomao-borges-o-avo-do-clube-da-esquina
sex, 18/07/2014 - 09:27 - Atualizado em 18/07/2014 - 10:02
Enviado por Fernando J.
Se não fosse esse cara, não haveria a casa da família Borges em BH, não haveria Milton Nascimento, não haveria o Clube da Esquina. Pelo dia equatorial vai sair seu Salomão. (Matheus Pichonelli, da Carta Capital, pelo Facebook).

Em memória ao meu amado pai, Seu Salomão, que virou estrela hoje.
Descanse em paz. Sempre estaremos juntos.
Descanse em paz. Sempre estaremos juntos.
Do G1
Jornalista de 98 anos passava por complicações de saúde há 2 anos. ‘É meu pai querido que foi descansar’, diz Lô Borges.
Raquel Freitas
O jornalista Salomão Borges morreu aos 98 anos na tarde desta quinta-feira (17), em Belo Horizonte. Pai de integrantes do Clube da Esquina, ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital particular da capital mineira, segundo a família.
O jornalista mineiro teve 11 filhos, entre eles Lô Borges, batizado Salomão Borges Filho. “É o meu pai querido que foi descansar. Era um cara que adorava música, adorava o que os filhos dele faziam com a música.”, disse o artista ao G1.
Lô Borges afirmou que ainda desconhece a causa exata da morte, mas falou que o pai estava doente há mais de dois anos. “Ele teve uma série de complicações, estava sofrendo muito. Visitava meu pai todo dia no CTI, ele tinha complicações de toda ordem”, explicou.
Apesar de não ter se dedicado à música profissionalmente, Salomão Borges teve importante papel na formação musical dos filhos. Lô relembra que o jornalista gostava de compor no piano e ressalta que o pai era uma pessoa com espírito conciliador. “Ele era muito tranquilo, pacífico, muito do bem, nunca ficou bravo”, diz, acrescentado que o jornalista era “extremamente espiritualizado” e ligado ao cardecismo.
Em entrevista ao G1, em 2012, o filho mais velho, o pianista Marilton Borges também falou da relação com o pai. “Eu sempre digo, eu tive duas mães, meu pai é uma mãe também”, declarou.
Amigo da família Borges, Fernando Brant, que também faz parte do Clube da Esquina, definiu o jornalista como “um companheirão mais velho” da turma de músicos. “A gente sempre se encontrou na casa dele. Sempre foi uma presença muito alegre e cheia de vida. É uma pena, uma pessoa do bem, muito boa que criou bem a família dele e fez amizades demais”, pontuou.
Salomão trabalhou em jornais de Belo Horizonte, principalmente em publicações ligadas aos Diários Associados, e esteve à frente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, como contou Lô.
Amigo da família Borges, Fernando Brant, que também faz parte do Clube da Esquina, definiu o jornalista como “um companheirão mais velho” da turma de músicos. “A gente sempre se encontrou na casa dele. Sempre foi uma presença muito alegre e cheia de vida. É uma pena, uma pessoa do bem, muito boa que criou bem a família dele e fez amizades demais”, pontuou.
Salomão trabalhou em jornais de Belo Horizonte, principalmente em publicações ligadas aos Diários Associados, e esteve à frente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, como contou Lô.
sexta-feira, junho 13, 2014
O que representa uma agressão baixa, moral e psicológica, a uma mulher que já teve seu corpo violado por torturas reais físicas, e mesmo assim teve a dignidade de seguir em frente e dar as caras honestamente, numa continuada ação de patriotismo intrépido? Não precisam responder!
Onde estavam os covardes?
Onde estavam os covardes?
por Florestan Fernandes Jr.
Onde estavam ontem os políticos que festejaram a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014? Onde estavam: Lula, Sérgio Cabral, Eduardo Campos, Aécio Neves, José Serra, Jaques Wagner, Yeda Crusius, Cid Gomes, Carlos Eduardo de Sousa Braga, Wilma de Faria, Roberto Requião, José Roberto Arruda, Blairo Maggi? Onde estava Marina Silva que queria uma sede no Estado dela, o Acre? Onde estavam os prefeitos, senadores, deputados, ancoras de televisão e rádio que queriam tanto a Copa do Mundo? Onde estavam os prefeitos e governadores responsáveis pelas obras exigidas pela Fifa? Ontem, coube a uma única mulher receber toda a agressão de uma torcida rica e privilegiada que conseguiu ingressos para o jogo de abertura em São Paulo. Uma elite raivosa que não perde a chance de destilar seu ódio de classe, seus preconceitos e sua falta de educação. Parabéns, presidenta Dilma, você não se escondeu nos palácios da República como fizeram os governadores, inclusive o senhor Geraldo Alckmin.
terça-feira, maio 27, 2014
"Se a imprensa cumprisse apenas o papel de identificar interesses e contextos de forma honesta já estaria prestando um serviço inestimável ao cidadão, que poderia ter elementos minimamente confiáveis para tomar decisões. Os jornais, revistas, telejornais e sites noticiosos na Web não precisam se proclamar paradigmas da independência, isenção e imparcialidade. Todos sabemos que isso é materialmente impossível. Mas se procurassem, pelo menos, chegar perto da isenção, isto já seria um antídoto poderoso contra a desinformação e deformação informativa."
A agenda alienante da imprensa
Por Carlos Castilho em 20/05/2014
Se alguém parar um minuto para pensar, se dará conta que a agenda de temas que a imprensa nos impõe é paranoica e desvinculada da realidade em que vivemos. Somos levados a discutir sobre temas que não têm impacto direto sobre o nosso quotidiano enquanto aqueles que realmente importam são mencionados superficialmente ou simplesmente esquecidos.
Pior do que isso, nós jornalistas induzimos o público a depender de decisões superiores quando boa parte dos problemas diários podem ser resolvidos, coletiva e colaborativamente, pelos próprios interessados. Alimentar a dependência é uma forma de subordinar as pessoas e ao mesmo tempo nutrir a onipotência de governantes.
Quem se preocupa em ir um pouco além das manchetes de jornais e revistas verá que os grandes problemas da população não são a CPI da Petrobras, se o José Dirceu vai ou não poder trabalhar fora da cadeia, se a presidente Dilma Rousseff sobe ou desce nas pesquisas etc., etc. O que nos tira o sono é o espectro da falta d’água, de uma previsível crise no abastecimento de energia elétrica, o quebra-cabeças da mobilidade urbana e o que fazer para termos direito aos serviços pelos quais pagamos impostos.
Esses são apenas alguns dos assuntos sobre os quais já deveríamos estar pensando, mas movidos por uma agenda noticiosa que leva em conta apenas o que é importante para os governantes de turno e os grandes empresários, acabamos deixando para depois, na expectativa de que os políticos e empreendedores operem o milagre impossível de resolver todos os nossos problemas. Trocamos a nossa omissão por votos na esperança de que eles tragam a solução que nunca vem.
Se a nossa imprensa quisesse, já teria como colocar o debate sobre a questão da energia tomando, por exemplo, o caso da Alemanha, onde 87% da produção de energia renovável estão nas mãos de indivíduos ou movimentos comunitários. Os especialistas em energia estão cansados de saber que o modelo concentrado em poucas megausinas não tem mais como crescer e que a descentralização é a única forma de criar sistemas sustentáveis que, operando em rede, podem resolver rapidamente eventuais falhas de unidades isoladas.
Megacidades como São Paulo já são inadministráveis porque a gestão municipal está toda concentrada na prefeitura, cujo orçamento e efetivo humano estão muito aquém das necessidades da população. Mas ninguém discute a descentralização porque isso não interessa ao prefeito de plantão e nem aos seus adversários, que esperam apenas a chance de tomar o poder, para que tudo continue igual.
Decisões como essas dificilmente serão tomadas pelos administradores atuais porque elas implicam quebrar modelos e rotinas, coisa que os políticos têm horror dado o risco de perder votos em futuras eleições. Nenhuma dessas decisões será tomada sem que a população tome consciência de sua necessidade e urgência. E esta consciência só pode ser alimentada por informações.
A imprensa seria a única instância à qual o cidadão poderia recorrer para obter dados sobre a situação de sua cidade, porque as demais instituições, inclusive a universidade, têm seus interesses próprios e tratam de defendê-los na mídia. O papel da imprensa seria propor temas que afetam a comunidade e identificar os interesses, abertos e ocultos, dos diferentes setores envolvidos em cada problema em debate. É o que o cidadão espera, mas não é o que ele obtém. O que assistimos hoje é a população levantar os problemas nas ruas e só depois disso é que a imprensa, políticos e governantes correm atrás – não para resolver, mas para livrar a própria responsabilidade, jogando preferencialmente a culpa nos desafetos.
Se a imprensa cumprisse apenas o papel de identificar interesses e contextos de forma honesta já estaria prestando um serviço inestimável ao cidadão, que poderia ter elementos minimamente confiáveis para tomar decisões. Os jornais, revistas, telejornais e sites noticiosos na Web não precisam se proclamar paradigmas da independência, isenção e imparcialidade. Todos sabemos que isso é materialmente impossível. Mas se procurassem, pelo menos, chegar perto da isenção, isto já seria um antídoto poderoso contra a desinformação e deformação informativa.
O cidadão é forçado a engolir maciças doses diárias de violência, tragédias e crimes cuja divulgação ocupa espaços que poderiam ser usados para a busca de soluções de problemas que estão na porta da casa de cada um de nós. Nada contra a divulgação do incêndio do ônibus que matou 34 crianças no interior da Colômbia, das enchentes na Sérvia ou da cabeça de bebê encontrada decapitada em Caxias do Sul (RS).
Mas os editores de jornais e telejornais precisam ter uma noção mais precisa daquilo que afeta ou vai afetar o quotidiano das comunidades onde está a sua clientela de usuários. Claro que é mais fácil reproduzir a notícia de uma tragédia distante que já vem formatada para o vídeo ou basta copiar e colar na página impressa.Investigar temas locais dá trabalho, toma tempo e mexe com interesses de pessoas que em geral estão muito próximas do jornal ou emissora.
A valorização da periferia é um fenômeno global que veio para ficar porque dele depende a sustentabilidade econômica e social do planeta. A imprensa ignora olimpicamente o que ocorre na periferia de nossas cidades e só acorda quando acontece alguma tragédia. Os empresários e economistas já fizeram as contas, muito antes dos políticos e administradores, e começaram a migração para a periferia e para o interior, onde os custos são menores e a qualidade de vida, muito melhor.
Mas a imprensa continua aferrada a um patriarcalismo político baseado em promessas eleitorais impossíveis de cumprir, atitude que mantém os cidadãos domesticados na esperança de que algo vá acontecer. Só que este modelo de jornalismo está se desgastando rapidamente e, se não for revisto no curtíssimo prazo, a própria sobrevivência de muitos veículos de comunicação estará ameaçada.
quarta-feira, maio 07, 2014
abaixo, o texto de meu amigo Dimitri...
Muito inspirado sobre o cotidiano e as respostas para as perguntas que, às vezes até inconscientes, buscamos. Muito legal!
https://www.facebook.com/dimitribsn/posts/10152410469535070
Muito inspirado sobre o cotidiano e as respostas para as perguntas que, às vezes até inconscientes, buscamos. Muito legal!
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quarta-feira, abril 23, 2014
terça-feira, abril 15, 2014
Espera
Espera
Carlos Wagner
A espera rara árdua...
Arde na retina, retidas vezes,
repetindo insolências, indolências, antes,
entes desfigurados
nas figuras desenhadas no assoalho da casa em
pó.
Ia indo inda que lento, lenta a mente, quase viva,
a escutar movimentos e sons das cores de tudo o
que é forma,
tudo que informa intenções, algumas ao acaso.
Prezo os prazos mormente com aparente indicação
de contradição,
contra indignação, apontada com dedos tortos
de mãos mais tortas ainda,
indicando tortos perfis de gente duvidosa, de duvidosos critérios,
e ouço o impregnado som de imprecações, pois
árdua e rara é a espera.
Ardentes beijos da impaciência do tempo,
passando com pressa,
cessando os fios inertes de energia que falta...pra tudo.
Para tudo!
A espera é árdua,
pois são já muitos rodeios e pirulitagens, vida
afora,
adentrando anos a fio, curtos pavios de vidas
de Sísifos, pedra rolante,
vagabundas vivências ricas de tudo o que não
tem valor nem preço,
peço e despeço-me de minhas obrigações triviais
de vida burguesa,
paupérrimas economias de valores éticos e
morais,
beirados por quase condutas...duvidosas, sem
conteúdo original.
Árdua espera,
esfera de vida cambiante em que, adiante, sigo
sempre, para, ao fim,
e olhar no espelho, o inconsciente revelado,
fotografias de minhas rotas otárias,
seguidas mesmices de uma direção em círculo... vicioso...até quando?
Oh árdua espera!
Carlos Wagner
Carlos Wagner
domingo, abril 13, 2014
sábado, maio 07, 2011
Republicando
Pois me esqueci no dia de seu niver....!
Mãe...
Postado por Coutinho Sagrada e campos às sábado, maio 07, 2011
Carlos Wagner 07/05/2011
Mãe, mater, mother, matriz de mim, meu jardim
minha cultura, onde brotei e cresci simples
pelas correrias da infância, pelas travessuras,
pelas agruras e ânsias de ver tudo indo bem...
Mãe, meu porto seguro, ouro outro que me dobrava,
me domava e me amava.
Projetava em mim um homem menino,
voando por entre as cortinas de nossas histórias
acreditando em mim, mesmo quando intuía falsas falas
fiadas unhas de um gato medroso
olhando o mundo e achando-se poeta, na inocência de um não saber nada.
Mãe, seu dia é uma vida, construído em luta otimista.
Mãe, te quero grande no espírito da vida,
vivida com força de índia guerreira.
A saudade é um poema seu sobre o amor.
A saudade é um pouco de lembrança que entorna de mim,
e em torno de nós fica o olhar de órfãos que se encontram,
certos de que tudo foi bom,
foi muito bom!!!
Carlos Wagner
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