terça-feira, março 30, 2010

Hora agora



Hora agora
Carlos Wagner


Tarde, noite dos tempos, olhares obtusos,
confusos, parafusos, usos e rodas, fusos a fio,
pavios que curtos, iminência de avançadas horas,
horários e fusos, confusos,
usos em vícios, visgos em tudo,
invertidos ponteiros, apontam que horas? ora bolas...
Laços, nós górdios, sós, nós, cada um, cada dois, cinco, cada mil,
milhas e tempos do tempo.
Nós todos mexidos, mexericos, conversas noturnas,
imagens soturnas de imaginários globais,
proféticos alarmes, projetos de alardes,
fins de tudo, 
do mundo, do fundo, do raso e da razão,
razoáveis argumentos,
fermentos de um bolo, pós-modernos incrementos,
momentos,
mesmos relógios, girando e gritando,
alertando para confusos tempos onde a tampa se abre,
escancara as entranhas, estranhas essências,
emergências, elixires de medo, raiva, dúvida, lutas, desejos contritos,
confusas "querências", demências normais,
abusos de confusos saberes.
Tudo roda, tudo ronda, aqui e ali, um anseio,
e o fuso da bruxa, que fia, desconfio, mexe no tempo,
"kairós", desejos de um tempo fora do tempo,
pois o "kronos" é roda, é vício, de novo,
se vinga de mim, de mentira em mentira,
me tira do sério, risível pranto,
de pronto um momento,
lamento esse muro, lamento esse nó,
aperto no peito,
lamento entre nós,
eu e você e eles todos,
toldados por sombras, 
escondendo o Sol,
nascido mil vezes no alento da vida,
querendo vingar na primavera de uma Rosa Única.


Carlos Wagner

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