domingo, fevereiro 18, 2007

Fio faz referência a uma turminha mais nova...E mais música...

Fio, estou postando o seu comentário na página de frente...

Teve sim essa festa. E talvez depois da primeira eu não perdi mais nenhuma. Até que com 12 ou 13 anos eu comprei uma radiola portátil Philips. Tinha azul e laranjada. Eu comprei azul, com meu dinheiro, à prestação, na EMBRAVA - Empresa Brasileira de Varejo. Quem me vendeu foi o Barthô; amigo e colega do Betão (do colégio Humberto Rosas)_, técnico do time de futebol de salão que o Betão jogava. Ele era vendedor. A partir deste investimento pude comandar muitas festinhas no terraço do Ivan. A turma tinha eu, Ivan, Silvinho, Valéria, Glaydes, Lincoln, Maninho, Nado, Cida, Betinho, Petrônio, Guinho, e outros que não me lembro agora. Aí, realmente começaram minhas referências musicais. Vamos lá. No primeiro escalão tinha o disco da novela Selva de Pedra. Rockn roll lullaby. Tinha Michael Jackson e os Jakson Five. Milton Mascimento e o Clube da Esquina, Courage, Para lennon e Maccartney, Angie dos Rollings Stones, muito Beatles, Gilberto Gil, Domingo no Parque, Lunik 9, etc...Cada música tinha um significado especial. Ben, do Michael, me dava esperança de uma namorada que eu ia amar muito. Lunik 9, me transportava para o futuro da humanidade e seu estéril projeto espacial. Mas nada me tocava tanto como a mineiridade de Milton Nascimento. Dele eu gostava de tudo, até o que era ruim (se é que existe!). No meu coração era proibido não gostar das músicas que o Milton compunha. E San Vicente foi a primeira que toquei no violão. E veio Maria Maria, o espetáculo de dança. A música mineira tomou conta do meu coração dos 13 aos 19, quando fui morar na companhia do saudoso irmão em Lavras. Lá convivi muito com os paulistas e aí veio o Grupo D´alma, Arrigo Barnabé, Rock pesado, Tom Zé, Jards Macalé, etc...Lembro-me também da Jovem Guarda, do Renato e seus Blue Caps, "Feche os olhos e sinta um beijinho agora...", E os Golden Boys? Caramba, teve muita música boa pra curtir. Você se lembra de Rita Pavoni? Tinha um tal " Me da um martelo". E o Pepino de Capri? "Lo sai, no ni vero, Roberta ascolta me, ritorna ancor, que ti ame, perdona me". Essas últimas são ainda de 1964/65 no Bairro São Lucas, na Francisco Sales.É isso aí meu irmão. Onde é que vai ficar isto tudo quando formos daqui?Na memória...Fio.

4 comentários:

Clara Arreguy disse...

Oi, Fio
nessa sua memória musical só faltou o disco do tênis, do Lô, que você, o Rominho e acho que o Petrônio também me deram de aniversário, em 77 (na dedicatória, vocês falavam que era para eu relembrar os momentos que passamos juntos. Nunca esqueci). Entrei, eu e os Arreguys, nessa história, em 1975, quando fui colega do Fio e do Petrônio no Estadual, e eles me apresentaram o amado Roy e sua deliciosa família. Beijos, galera!

Coutinho Sagrada e campos disse...

Clara, é uma honra a sua participação nesse blog. Já podemos dizer: "em nosso blog tem a participação da Clara Arreguy." Muito bom!
Pois é, o disco do tênis é ontológico. É incrível como o Lô, tão novo, fazia uma música tão boa. Ingênua, é verdade, mas muito criativa, bonita, com uma sonoridade de encher a alma...
Até hoje eu escuto muito esse disco.

Anônimo disse...

Clara,

Perdoa-me o esquecimento. Realmente não me lembrei deste fato. Mas realmente o disco do Lô é fantástico. "No fim da noite eu escuto o caçador, com seu revolver apontado para a lua, no fim da rua"... Mas eu nunca vou esquecer do lançamento do disco "Minas" de Milton Nascimento. Curtimos muito esse lp em sua casa. Beijo Partido, Fazenda...Água de beber, bica no quintal, sede de viver tudo. E o esquecer era tão normal que o tempo parava...
Essas letras de "Minas" até hoje me enchem o coração. Talvez eu nunca amei tanto a vida quanto nesta época de "Minas". Ouvia esse disco e ficava horas curtindo minhas fossas de adolescente, curtindo um mundo maravilhoso que ainda iria construir com esses valores de "Minas". A mineiridade, o rural (que eu na verdade nem conhecia), os ideais de liberdade (cara de Minas), numa época em que a polícia tinha cara de "poucos amigos". Era interessante que naquela época tínhamos medo de polícia. Nem me lembro se existia bandido nas ruas. Mesmo assim, cortávamos a cidade a pé, de madrugada, depois das festas na sua casa, Clara. Eram 3 ou 4 horas da manhã. Muitas vezes tomei café às seis com minha mãe. Café, pão quentinho e ...cama. Dançávamos muito, inventávamos passos. Tudo valia, pois tudo era criativo, era artístico e pela arte, tudo valia. Hoje, às vezes, passo em frente aquela casa e me recordo como fomos felizes nela. Como aquela esquina da Contorno com Ouro foi mágica e importante para mim. Referências de amor, fraternidade, liberdade, política, lealdade e muita...mas muita ousadia. Como aquela família, aquela turma, aqueles irmãos da Clara (Luca, Fred,Baliza, Góia...) nos acolheram com tanto carinho. Saudades...

Clara, beijo no seu coração

Fio

Anônimo disse...

Nós também não esquecemos de nada. Lembramos sempre, nos divertimos, rimos, molhamos os olhos. O interessante foi o casamento dos grupos (Arreguys e Sagradas), nossas idas à rua Pitangui, a ida da turma à avenida do Contorno, à casa do Paulo, no Gutierrez, os encontros perto do Estadual ou do Municipal...
E os cruzamentos de bagagens culturais. A turma do Paulo, mais roqueira, a da Sagrada, mais Clube da Esquina. A gente bebia das fontes todas e, como o Fio disse, dançava, improvisava, ousava. Era bom demais.
Fica, mais que a saudade, o aprendizado que nunca se perde. E a riqueza da memória.
A honra é minha, Wá!

Todos novos em Capetinga

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Olha aí o pessoal lá de antes...

O lobo da estepe - Hermann Hesse

  • O lobo da estepe define minha personalidade de buscador

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